A Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete viveu uma das sessões mais tensas do ano na última votação do Projeto de Lei nº 70-E/2025, que autoriza a contratação de um empréstimo de até R$ 80 milhões junto à Caixa Econômica Federal. O recurso, destinado principalmente à ampliação do programa “Asfalta Lafaiete”, teve sua aprovação confirmada, mas não sem um acalorado debate que expôs o racha entre os parlamentares.
No centro da discussão, o vereador Pedro Américo de Almeida, o Pedrinho do PT, manteve firme sua posição contrária ao empréstimo, chamando a atenção para a grave crise enfrentada pela saúde pública local. Em discurso contundente, ele criticou o projeto. “Asfaltar ruas é importante, mas salvar vidas é muito mais. O sistema caótico e desumano da saúde pública lafaietense merece muito mais empenho do prefeito”, afirmou Pedrinho.
Em contraponto, o vereador João Paulo “Pé Quente” (PSD), líder do governo na Câmara, defendeu a legalidade e a responsabilidade técnica da operação financeira. Para ele, o projeto não só é legítimo como essencial para o desenvolvimento da infraestrutura urbana, o que, segundo destacou, também impacta diretamente na saúde da população ao melhorar o acesso de ambulâncias e reduzir riscos de acidentes.
“Não existe irresponsabilidade na aprovação deste projeto. Está tudo dentro da legalidade. Eu realmente não entendo o posicionamento do Pedrinho”, declarou João Paulo, acrescentando que a contratação do empréstimo passou por avaliações rigorosas da Caixa e respeita os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Pé Quente chegou a ameaçar seu colega de quebra de decoro com uma possível representação no Conselho de Ética da Câmara.
Com a aprovação do empréstimo, a expectativa é que as obras do “Asfalta Lafaiete” comecem ainda em 2025, mas o clima político permanece tenso. As cobranças da população por soluções efetivas para a saúde pública não diminuem, e a atuação passiva da Câmara pode ser alvo de críticas nas próximas semanas.