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Cidade mineira de 12 mil habitantes é uma das mais promissoras para a mineração; entenda

O estudo verificou questões ambientais, condições de vida para a população, infraestrutura, educação, acesso a serviços públicos e desenvolvimento econômico

A quase 90km de distância de Belo Horizonte, entre a região metropolitana da capital e o Vale do Aço, São Gonçalo do Rio Abaixo, com pouco mais de 12 mil habitantes, se destaca, nacionalmente, entre os municípios mineradores brasileiros. É que uma pesquisa, feita pela Agenda Pública, mostrou que a cidade tem um dos melhores resultados em uma avaliação que verificou as capacidades de desenvolvimento. 

O estudo analisou questões ambientais, condições de vida da população, infraestrutura, educação, acesso a serviços públicos, desenvolvimento econômico, entre outros pontos. Quando analisado o quesito capacidades de desenvolvimento, a cidade só ficou atrás de Treviso, em Santa Catarina. São Gonçalo do Rio Abaixo foi pontuada com uma nota de 0,679, que indica média condição de vida. 

Outras cidades ligadas ao setor mineral em Minas que foram bem pontuadas na pesquisa são Nova Lima, Catas Altas e Sarzedo. “Esses municípios se destacam por apresentarem boas condições institucionais e econômicas, sendo referência em infraestrutura, gestão pública e dinamismo da economia”, classifica o estudo. 

Já quando a avaliação foi sobre as capacidades socioambientais, São Gonçalo do Rio Abaixo liderou o estudo a nível nacional. O mesmo aconteceu no campo condição de vida. Nesta área, são avaliados indicadores relacionados: à qualidade da educação básica e acesso à escola, desempenho dos estudantes, dados sobre infraestrutura de saúde, questões de saneamento, energia elétrica, mobilidade urbana, aspectos de preservação ambiental, geração de emprego e renda, atividade produtiva, proteção social, finanças públicas e efetividade em gestão pública.

O diretor executivo da Agenda Pública e coordenador-geral da pesquisa, Sérgio Andrade, destacou que 87 municípios foram selecionados no estudo. “São cidades que têm uma dinâmica muito semelhante, que tem uma participação acima de 5% da receita total vinda da mineração”, explicou. No caso de São Gonçalo do Rio Abaixo, ele explicou que o bom desempenho na pesquisa tem relação com o tratamento dado à atividade mineral no município. 

Na cidade, a operação da Vale, na Mina de Brucutu, garante ao município cerca de 90% do orçamento, segundo a prefeitura. “A cidade tem um secretariado muito técnico e competente, além de políticas que se desenvolveram e perpetuaram ao longo do tempo. E aí em algumas áreas esse desempenho é melhor do que em outras”, disse Sérgio Andrade. Como exemplo, ele citou a estruturação de um conselho de desenvolvimento econômico, além da aprovação de leis voltadas ao fomento do setor na cidade. 

“É uma política muito clara de atração de investimentos e diversificação da economia aproveitando todo o potencial da cidade de maneira mais aprofundada”, complementou. Para o diretor da Agenda Pública, a criação de políticas públicas em períodos de alta extração, inclusive, facilita o enfrentamento ao período de exaustão mineral nos municípios.

“É preciso um cuidado grande para que esse bem-estar gerado pela mineração não se transforme no futuro em um passivo. O crescimento tem que ser acompanhado de uma política de diversificação econômica, de preparação para que esses recursos contribuam para a riqueza e bem-estar geracional no futuro, em que o município não terá a mesma fonte de recursos.”, frisou. 

FONTE: O TEMPO

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