A proposta de uma “CPI da mineração ilegal” foi defendida em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29) em Ouro Preto pelo deputado estadual Leleco Pimentel (PT) e pelo deputado federal Padre João (PT). Eles sugeriram que as Câmaras de Mariana e de Ouro Preto criem comissões para investigar a atuação da mineração e possíveis irregularidades em conselhos municipais.
Segundo Leleco Pimentel, a criação das comissões seria uma forma de ampliar as investigações abertas pela Operação Rejeito. “Quando envolve conselhos municipais, o instrumento que as Câmaras podem utilizar é instaurar uma CPI. A Câmara de Mariana tem elementos para isso e a de Ouro Preto também pode fazer”, afirmou. Ele acrescentou que já articula a coleta de assinaturas para abrir uma CPI também na Assembleia Legislativa, destacando que “sempre combati essa relação espúria da mineração com o Estado e com as prefeituras”.
Padre João também reforçou a necessidade de apuração sobre a atuação das mineradoras em instâncias públicas. Para ele, “os conselhos ambientais e os comitês de bacias estão altamente sequestrados”. O parlamentar avaliou ainda que a Operação Rejeito precisa continuar avançando: “Essa operação foi muito importante, mas acredito que ela ainda não chegou à metade.”
A coletiva foi realizada no escritório do Juntos Para Servir, em Ouro Preto, após Leleco Pimentel protocolar denúncias na Polícia Federal. O parlamentar relatou ter sido alvo de grampo telefônico e destacou que a lista apreendida pela Operação Rejeito coincide com os convidados de sua audiência pública sobre a Serra do Botafogo.
A Operação Rejeito, que motivou a proposta de uma CPI para apurar a mineração ilegal em Mariana e Ouro Preto, investiga extração clandestina, corrupção e fraudes em licenciamento ambiental em Minas Gerais. Até o momento, a ação resultou em 22 prisões, no bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens e no afastamento de agentes públicos suspeitos de facilitar ilegalidades.
FONTE: JORNAL GERAES