Local foi alvo de operação da Polícia Federal em 2023 na capital mineira
A produção e distribuição de fuzis pelo Comando Vermelho (CV) passava por uma fábrica clandestina instalada no bairro Calafate, na região Oeste de Belo Horizonte. A informação faz parte de uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) divulgada neste domingo (2/11) pelo Fantástico, da TV Globo.
Segundo a apuração, o local funcionava sob a fachada de uma empresa de móveis. “Parecia uma fábrica normal de móveis, esquadrias, portas. Mas lá dentro tinha toda a operação ilícita. Era uma fábrica que funcionava diariamente, movimento intenso, fabricava fuzis para facções no RJ”, afirmou o delegado Samuel Escobar ao programa.
A estrutura clandestina em Belo Horizonte já havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal em outubro de 2023. Três pessoas foram presas, entre elas o empresário Silas Diniz Carvalho, apontado como morador de Contagem, na Grande BH, e que ostentava uma Lamborghini avaliada em mais de R$ 1 milhão. A ofensiva, batizada de War Dogs, faz referência ao filme “Cães de Guerra” (2016), que aborda o tráfico internacional de armas. À época, a PF afirmou que o investigado seria “um dos maiores fabricantes de armas do Brasil”.
“Em um dos locais, onde aparentemente funcionava uma fábrica de móveis, os policiais federais encontraram materiais, maquinários e caderno de anotações com manual de instruções que indicam que o grupo criminoso realizava a fabricação e montagem de fuzis no estado de Minas Gerais. Os indícios apontam que o armamento é posteriormente enviado ao Rio de Janeiro, onde é comercializado e distribuído para as facções criminosas que atuam nas comunidades do estado”, informou a PF à época.
Imagens exibidas pelo Fantástico datadas de 2023 mostram Silas e a esposa embalando caixas com armamento para envio às facções. Em uma das cenas, eles colocam 23 fuzis no porta-malas de um veículo, que seguiria para o Rio. A investigação também identificou outra fábrica clandestina em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. A estimativa é de que o esquema tenha fornecido mais de mil armas longas para criminosos fluminenses.
FONTE: O TEMPO



