A tradição musical de Capela Nova ganhou um marco histórico em 17 de novembro de 2025, com a sanção da Lei Municipal nº 1.003, que reconhece a Corporação Musical Nossa Senhora das Dores como Patrimônio Cultural Imaterial do município. A medida celebra mais de 150 anos de história, dedicação e identidade cultural transmitida entre gerações.
A trajetória da música na cidade remonta a 1870, quando o pároco Pe. Manoel Francisco do Carmo fundou a primeira banda local, a Banda São Vicente. O grupo rapidamente se destacou na região e chegou a se apresentar em cidades históricas, como Ouro Preto. Ao longo das décadas seguintes, nomes como Vicente, João Sotero do Carmo e Geraldino do Carmo mantiveram viva a tradição, que resistiu até a década de 1940.

Em paralelo, outra vertente musical nasceu em 1883, com a família Assis Moreira, inicialmente marcada por rivalidade com a banda do pároco. Com o tempo, as diferenças foram superadas e ambas passaram a contribuir para o desenvolvimento cultural da cidade. Dessa linhagem surgiu a Corporação São Geraldo, responsável por revelar novos talentos, entre eles Sebastião de Assis Moreira.
O renascimento definitivo da tradição ocorreu em 1967, quando, com o apoio de Altair de Paiva e Francisco Sales Moreira, foi criada a corporação que daria origem ao nome atual: Corporação Musical Nossa Senhora das Dores. Desde então, a banda se tornou presença marcante em festas populares, celebrações religiosas e eventos cívicos, consolidando sua importância cultural. Maestros como Francisco Sales Moreira, José Lourenço de Souza e Luiz Carlos dos Santos foram fundamentais para garantir sua continuidade.
Com o novo reconhecimento como Patrimônio Imaterial, a corporação passa a ter garantias legais para ações de preservação, valorização e promoção de sua história. A lei reforça o compromisso de Capela Nova com a proteção de suas raízes culturais e com a memória coletiva de um povo cuja identidade sempre caminhou ao som da música. (com informações Capela News)



