Dos R$ 6 bilhões que a Gerdau vai investir em Minas Gerais até 2026, R$ 2 bilhões já estão sendo aplicados neste exercício. Os recursos são direcionados a três eixos principais voltados à expansão, à modernização e ao aprimoramento de práticas ambientais e sociais da empresa.
A informação é do vice-presidente da siderúrgica, Marcos Faraco. Segundo ele, a maior parte será alocada na planta de Ouro Branco, região Central do Estado, maior operação da companhia no mundo. As usinas de Barão de Cocais (Central), Divinópolis (Centro-Oeste) e Sete Lagoas (Central) também serão contempladas, assim como as unidades de mineração em Itabirito (RMBH) e Ouro Preto (Central).
“Sem contar nossa base florestal, que está sendo ampliada em mais de 50 mil hectares de florestas renováveis de eucalipto. Atualmente são 220 mil hectares e 90 mil hectares de mata nativa. Esse esforço ocorre exatamente para a redução das emissões”, revelou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.
A base florestal da Gerdau em Minas tem sede em Três Marias (Central) e produz o carvão vegetal, o chamado biorredutor, utilizado para a produção de aço, em substituição ao carvão mineral de origem fóssil. As florestas estão em dezenas de municípios, o que contribui para que as operações de produção de aço da empresa tenham média de emissões de gás carbônico CO2 abaixo da média mundial do setor.
Rock in Rio
Durante coletiva de imprensa para anunciar uma parceria da Gerdau com o Rock in Rio, justamente com o viés sustentável, o diretor-presidente (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que o grande objetivo da companhia é buscar alternativas numa perspectiva de até 2050 zerar a emissão de carbono. Atualmente, segundo ele, a empresa possui uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa, de 0,90 tonelada de CO2 por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,89t de CO2 por tonelada de aço.
“Nossa jornada é buscar reduzir ainda mais. Como maiores produtores de aço do Brasil, uma empresa com 121 anos de atuação, temos que ser protagonistas também na busca por soluções sustentáveis para o Brasil e o mundo”, declarou.
E a empresa encontrou na parceria com o maior festival de música do planeta uma forma de endossar esse discurso, unindo sustentabilidade e inovação. É que o Palco Mundo do evento terá a cenografia de aço Gerdau e será 100% reciclável. Mais do que isso, grande parte do metal será fabricado em Minas Gerais.
A Gerdau promete entregar o maior palco da história do evento. Ao todo serão 200 toneladas de aço, parte vinda de sucata. Com estrutura modular e com mais de 100 metros lineares de largura e uma altura proporcional a um edifício de 10 andares, o palco terá 30 metros de altura e 104 metros de largura – a maior estrutura já feita desde a primeira edição, em 1985.
Outra novidade é que o palco será constituído por placas de aço com perfurações aparentes, que serão trabalhadas com iluminação cênica. Ivete Sangalo, a cantora que mais vezes subiu ao Palco Mundo na história do Rock in Rio Brasil, foi a porta-voz da parceria inédita na história do festival. A 21ª edição do festival acontece em setembro.
Acordo com evento reforça inovação e modernização de empresa
Diretor-presidente (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck ressaltou na coletiva que a Gerdau é a maior recicladora de sucata metálica da América Latina, o que torna o aço da empresa um produto com intensidade carbônica menor que a média do setor. Do ponto de vista de inovação, o aço da Gerdau é um produto versátil, flexível e com características perfeitas para uma construção rápida, ágil, segura e com estética futurista.
“Estamos muito orgulhosos de levar o aço da Gerdau ao maior festival de música e entretenimento do planeta. O mesmo aço que gera milhares de empregos, recicla mais de 11 milhões de toneladas de sucata e proporciona soluções de mobilidade e construção dará palco para alguns dos maiores artistas do mundo. Essa parceria com o Rock in Rio, que vai muito além do aço, une tecnologia e conhecimentos e reforça o processo de modernização e inovação pelo qual a Gerdau tem passado”, reforçou.
Quanto à participação do aço mineiro na composição do Palco Mundo, o executivo ressaltou a importância de Minas Gerais não apenas para as operações da Gerdau, mas para o setor siderúrgico como um todo.
“Minas Gerais é um estado muito relacionado à produção do aço e faz parte da nossa história. É o Estado onde hoje está nossa maior operação – do mundo, inclusive. Mais de 60% da produção da Gerdau no Brasil e 30% global é feita em Minas Gerais. E, embora tenha nascido no Rio Grande do Sul, foi em Minas que a empresa cresceu”, frisou.
Os valores aportados na parceria não foram revelados. Mas Werneck disse que aposta que os parceiros nacionais e internacionais da siderúrgica construirão um palco para entrar para a história do evento.
“Somos conhecidos como produtores de aço, mas há alguns anos temos nos transformado. Acreditamos que, no futuro, mais do que produzir o metal, teremos que produzir soluções para os nossos clientes”, completou.
Já o vice-presidente de aços especiais da Gerdau, Rubens Pereira, disse que será uma construção complexa e que contará com diferentes perfis e tipos de aços. Ainda conforme ele, as conversas da parceria tiveram início ainda em 2020 e os trabalhos foram iniciados efetivamente neste ano.
“Praticamente todos os funcionários estão envolvidos no projeto. Foi criado um grupo de trabalho para cuidar especialmente da concepção e construção do Palco Mundo do Rock in Rio”, revelou.
O CEO do Rock in Rio, Luis Justo, por sua vez, confirmou que as equipes técnicas da produção do evento e da empresa já estão trabalhando na estruturação do palco. E estimou cerca de dois meses para produção das chapas de aço e da estrutura e um mês para a montagem. “Além do investimento em toda a tecnologia embarcada no aço, teremos inovações surpreendentes também na iluminação”, adiantou. Serão 300 spots de iluminação.
- Fonte: Diário do Comércio