Quem passa, nem nota, mas esses lugares têm um passado macabro
10. Cachoeira da Serra dos Dois Irmãos (AL)
Este é um caso célebre: foi o local onde Zumbi dos Palmares, após ser traído, foi emboscado e morto, com sua cabeça cortada e salgada para servir de prova. Nas pedras da cachoeira, é possível ver faces humanas deformadas assustadoras. Muita gente jurou de pés juntos ter ouvido tiros e gritos por lá. Seria só adequado: “zumbi” quer dizer algo como “fantasma” em bantu (e, sim, isso tem a ver com os zumbis do cinema, que vieram do folclore haitiano).
9. Castelinho do Flamengo – Rio de Janeiro (RJ)
Na capital carioca fica o prédio onde atualmente funciona o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho. Ali, uma tragédia marcou a família Feu Fernandes. Uma das filhas do casal, aos 10 anos, assistiu aos pais serem atropelados por um bonde. Tutelada pelo advogado da família, que a prendeu no castelinho, um dia a pequena Maria de Lourdes se jogou pela janela. Rendeu lendas de ranger de madeira no local, de barulho de descer e subir de escadas e o fantasminha não muito camarada passeando pelo local.
8. Vale do Anhangabaú e Viaduto do Chá – São Paulo (SP)
O vale já nasceu meio maldito, pois Anhangabaú significaria “rio do Diabo” em tupi. Vários índios morriam por tomar banho e beber das águas do rio que corria no local por volta do século XVII (e hoje está canalizado). Já o Viaduto do Chá, próximo dali, ficou conhecido como “suicidório municipal” por muito tempo, já que o local era escolhido com frequência por pessoas que queriam tirar suas vidas.
7. Casarão de Ana Jansen – São Luís (MA)
Entre 1793 e 1869, viveu uma mulher poderosa chamada Ana Jansen. Pobre na infância, adulta Ana casou-se com um dos homens mais ricos da cidade. Depois da morte do marido, ficou conhecida como a “Rainha do Maranhão” – o que, na época, significava reinar sobre muitos escravos.
Era extremamente cruel com sua propriedade, deixando-os morrer à míngua pelas menores ofensas. Eles eram pendurados de cabeça num poço da fazenda – no fundo do qual jaziam os restos de seus azarados antecessores, até 100 deles. A fama de demoníaca é tamanha que a lenda é que até hoje ela anda pelas ruas numa carruagem maldita.
6. Edifício Martinelli – São Paulo (SP)
O primeiro arranha-céus de São Paulo, que já passou por fases decadentes sobre as quais ninguém pode dizer o que aconteceu, é famoso por assombrações, ruídos de gente trabalhando quando não há (ou devia haver) mais ninguém. Ele tem no mínimo duas histórias para bancar sua fama. Em 1947, o garoto judeu Davi foi morto e jogado no poço do elevador por um assassino apelidado de Meia-Noite, que confessou o crime. Outro assassinato brutal, bem-documentado, aconteceu em 1960, quando cinco bandidos estupraram e mataram a menor Márcia Tereza em um dos prédios.
5. Castelinho da Rua Apa – São Paulo (SP)
A chacina de uma família em maio de 1937, da mãe e seus dois filhos, na exótica construção, até hoje instiga o imaginário de quem passa próximo do Minhocão, no centro capital paulista. A tese principal é que os dois estavam brigando, apontando revólveres um para o outro, e a mãe tentou apartar, com todo mundo morrendo. Mas alguns peritos levantaram suspeitas que a trajetória das balas indica triplo homicídio. Pelas leis da época, sem herdeiros diretos, o castelinho passou para o governo.
Tornou-se ruína abandonada até que, reformado, passou a abrigar a ONG Clube das Mães do Brasil. Boa sorte para elas!
4. Praça Jornal do Comércio – Rio de Janeiro (RJ)
É difícil não notar a ruína arqueológica no meio da praça – o Cais do Valongo, Patrimônio Mundial da Humanidade, que hoje parece uma modesta escadinha de pedras que vai dar num gramado. Ali já foi a costa, antes do aterro jogá-la para longe. Era o maior porto de entrada de escravos da América, até 1 milhão deles chegando por ali.
Isto é, um milhão vivos. O que o torna fantasmagórico não são apenas as vidas destruídas que aportaram lá, mas as que já estavam além da possibilidade de uso – navios negreiros eram infamemente letais e aqueles que morriam ao chegar da viagem (durante a viagem, eram jogados ao mar) eram enterrados ali mesmo.
3. Ilhabela (SP)
Quase inteiramente preservada, a ilha é um dos pontos favoritos para turistas ecológicos ou de aventura. O que pouca gente sabe é que, naquelas praias, ainda jazem centenas de infelizes trazidos pelas correntes. Com suas costas traiçoeiras, Ilhabela é o maior cemitério de navios (e náufragos) do Brasil, com mais de 100 naufrágios.
O local mais fúnebre é a quase inacessível Ponta do Boi, no extremo sul da ilha. Lá afundou o Príncipe de Astúrias, em 1916, o pior naufrágio de nossa história, com até 477 mortos oficiais, e mais talvez até 800 clandestinos (cerca de 300 a menos que o Titanic). Mortos que foram, ao longo de dias, parar nas partes habitadas (e visitadas) da ilha.
2. Policlínica Militar – Niterói (RJ)
Não há memorial nem nada. É uma história que foi basicamente apagada – no lugar há hoje uma clínica militar. Em 17 de dezembro de 1961, instalado na Praça do Expedicionário, o Gran Circo Norte-Americano recebia mais de 3 mil visitantes. No panfleto convocando o respeitável público, anunciaram orgulhosamente terem uma tenda do mais moderno material — nylon. Coberto por parafina, o combustível das velas, para impermeabilizar.
O espetáculo foi interrompido por Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha”, que havia sido demitido do circo. Ele chamou alguns comparsas, jogou gasolina num pedaço da lona e ateou fogo. 503 pessoas, a maioria crianças, seriam encontradas carbonizadas entre as cadeiras do campo aberto que surgiu após a queima total do circo. Foi o pior desastre circense da história mundial.
1. Praça da Bandeira – São Paulo (SP)
O edifício amarelo na imagem à direita é o Edifício Praça da Bandeira – nome escolhido para ocultar seu infame nome de batismo, Edifício Joelma. Nem todo mundo sabe, mas ele ainda existe, reinaugurado em 1978, após ser atingido pelo pior incêndio em arranha-céus da História, se você desconsiderar o 11 de setembro. As pessoas morreram, mas a estrutura resistiu firme.
Em fevereiro de 1974, o incidente deixou 198 mortos, mais de 300 feridos e uma aura de mistério que perdura até hoje. Durante o incêndio, 13 pessoas tentaram escapar por um dos elevadores, mas ele acabou travando entre andares em chamas, sem a porta se abrir.
Foram cozidos vivos, seus corpos se fundindo numa massa horrenda e se tornando totalmente irreconhecíveis. Enterradas numa sepultura coletiva, essas pessoas ficaram conhecidas como as 13 Almas do Joelma, a quem se atribuem milagres.
A maldição do Joelma vem de cedo. Na década de 1940 viveu ali um famoso professor com a mãe e duas irmãs. Ele assassinou as três mulheres em 1948 e atirou os corpos em um poço no terreno onde mais tarde seria construído o Joelma, se matando a seguir.
Apesar das inúmeras — e óbvias — histórias de assombração no local, se você quiser alugar uma sala, vá em frente. Ele nunca mais ficou totalmente ocupado. Hoje é perfeitamente seguro contra incêndios. Quanto a aparições… fica a mercê da experiência pessoal.
FONTE AVENTURAS NA HISTÓRIA