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Em reunião tensa, prefeito ouve cobranças incisivas de moradores da Marechal e Dr. Moreira e relatos de pessoas passando necessidades; gestor não assina documento

“Se a obra não estiver pronta até dia 1 º de julho, o senhor está convidado a participar da manifestação”, provocou uma moradora. “Eu estarei lá”, respondeu o prefeito de Conselheiro Lafaiete (MG) em reunião que terminou agora há pouco entre os moradores das Ruas Dr. Moreira e Marechal Floriano, prefeitura e vereadores e que durou mais de uma hora.

O encontro foi provocado após uma manifestação ocorrida hoje (11) em que moradores bloquearam por mais de 7 horas o acesso ao viaduto Duartina Nogueira em protesto contra a demora na obra de uma galeria de águas pluviais que promete por fim as enchentes na parte baixa da cidade. A previsão era de 6 meses para a conclusão das obras, mas já passou de 7, gerando transtornos e prejuízos com comércios fechados.

A reunião foi tensa em alguns momentos. “Só não participei porque não fui convidado”, justificou o prefeito em não estar presente no ato, já que os moradores exigiam sua presença para encerrar a manifestação. Ele informou que estava em Belo Horizonte, em reunião agendada.

Moradores questionaram o gestor quando afirmou em podcast que iria a obra todos os dias. “Não temos recolhimento de lixo, sujeira, insegurança, falta de iluminação, sexo, uso de drogas no local. Estamos com medo”, informou uma moradora pedindo providências e citando que há 8 meses não pode mais sair de casa após às 18:00. Ele disse que desconhecia alguns problemas. “Se o senhor visita a obra todos os dias devia saber destas demandas”, cutucou uma mulher.

Em outro momento, o prefeito informou que duas tentativas foram frustradas na licitação desde abril de 2022 até o certame que escolheu a Atrelar Projetos Ltda por pouco mais de R$ 3 milhões em setembro do ano passado. “Se o senhor já sabia da obra em 2022 porque sequer fomos avisados”, questionou uma moradora. “Eu peço desculpas”, retificou o Prefeito.

Moradores relataram que muitos comerciantes estão sem dinheiro até mesmo para alimentação por causa do fechamento de seus estabelecimentos. “Estamos abandonados”, disse uma moradora. Um residente citou danos causados pela obra em sua casa, entre os quais o retorno de fezes.

Na reunião, foi questionada a qualidade da obra, o que o prefeito garantiu que todos os estudos foram feitos para eliminar as enchentes na região. Moradores também citaram falta de trabalhadores no local, o que poderia ter causado o atraso.

Mário Marcus informou aos moradores que faltam apenas a troca de meio fios, preparação da base para asfaltamento e parte da rede pluvial para o fim da obra. “Não há riscos”, garantiu, inclusive citado que há possibilidade da entrega da obra antes do prazo divulgado.

Em meio a descrença da entrega da obra em 30 de junho, moradores levaram um documento para que o prefeito assinasse se comprometendo publicamente a conclusão da data anunciada, mas Mário Marcus recusou-se. “Sou um homem de palavras. Peço desculpas pelo transtorno”, disse já quase ao final, ameaçando deixar a reunião.

Os comerciantes cobraram ajuda financeira ou até mesmo dedução no IPTU já que há 8 meses não houve coleta de lixo.

Para encerrar o prefeito se comprometeu ainda amanhã (12) restabelecer a coleta lixo, apoiar na segurança, retirada de alguns tapumes e poda de árvores na Marechal.

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