De acordo com vítimas, não deu tempo de socorrer quem estava no ônibus, devido ao fogo; acidente matou 41 pessoas e os três sobreviventes iam do RJ para a Bahia e apresentam versão diferente da polícia.
Neste domingo (22) três sobreviventes da tragédia que matou 41 pessoas em um acidente na BR-116, em Lajinha, no distrito de Teófilo Otoni, em Minas Gerais e que estavam no carro atingido por uma carreta, falaram sobre como tudo aconteceu.
Eles moram no Rio de Janeiro e viajavam para passar o fim de ano com a família. Renério estava indo do Rio de Janeiro para Bahia com um colega e a esposa dele. Ele conta que estava dirigindo o carro, quando foi ultrapassado por um ônibus minutos antes do acidente.Play Video
“A carreta veio e pegou de frente. Só que o motorista da carreta tirou o cavalo [parte da frente do caminhão] e deixou só a bitrem [onde vai à carga]”, conta Renério, em entrevista ao Fantástico neste domingo (22).
Ele conta que estava logo atrás do ônibus e chegou a ver o pneu estourando. “Deu uma explosão muito alta. E o ônibus chegou e suspendeu para cima um pouco. Eu estava logo atrás”, disse ele.
A reportagem conversou também com o casal que estava no carro com Renéio. A versão dos três é diferente da apresentada pela polícia – já que as primeiras informações afirmaram que a carga teria caído do caminhão e provocado o acidente.
“No momento eu vi, eu ainda falei para ele ‘não, não, não, ele vai estourar’, aí o bicho fez “buuu”. Ele começou a mexer o ônibus assim. Aí estourou, ele foi para cima”, contou Fagner, colega de Renéio que também estava no carro.
Segundo Fagner, o pneu estourou do lado direito, contrário do motorista.
Carro foi parar debaixo de carreta
O carro onde os três estavam foi parar debaixo da carreta e a esposa de Fagner, Amanda, ficou marcas no pescoço.
“Sei que esse foi do cinto, que tava me sufocando. Eu consegui tirar, que aí soltou. Só que minhas pernas estavam presas na ferragem, eu não consegui sair. Tinha muita gente gritando e pedindo socorro”, relata Amanda.
Fagner conta que foi difícil retirar a Amanda. Ela estava presa por uma barra de ferro, além de que uma das rodas do caminhão ficou em cima do carro. Os três estavam com pressa para sair de lá porque vazava combustível.
“O tanque tava cheio, tinha acabado de abastecer. Tava na sorte que o gasolina foi para o outro lado, não foi pro lado do fogo”, contou ele.
Divulgação / CBMMG
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Segundo eles, não deu tempo de socorrer quem estava no ônibus, devido ao fogo.
“Já estava muito quente, muito fogo. O que passa na minha cabeça é só agradecer a Deus mesmo pelo livramento. Porque eu nunca vi uma cena daquela”, diz Renério.
Motorista segue foragido
O motorista da carreta envolvida no acidente com ônibus e carro em Teófilo Otoni estava com a CNH suspensa. A informação foi dada em coletiva de imprensa realizada na manhã deste domingo (22), em Belo Horizonte. A Polícia Militar (PM) informou que o motorista da carreta estava com a CNH suspensa, provavelmente, por ter sido parado em 2022 em uma blitz da lei seca na cidade de Mantena, no Vale do Rio Doce. À época, ele se recusou a fazer o teste de etilômetro, e teve a carteira apreendida.
“Fizemos esse rastreamento e continuamos em contato com agências de outros estados, sobretudo, do Espírito Santo, na tentativa da captura do motorista foragido”, destaca o tenente-coronel Flávio Santiago.
A Polícia Civil pediu a prisão do homem e, após investigação, ele pode ser responsabilizado criminalmente.
FONTE: ITATIAIA