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Brasil produz mais de 50% dos sucos de laranja de todo o mundo, mas tem um problema: somente 3% da produção fica para os brasileiros

Você sabia que o Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo? Empresas como Cutrale e Citrosuco não apenas lideram o mercado global, mas também moldam o futuro da indústria citrícola com investimentos em inovação e sustentabilidade.

O suco de laranja está presente no café da manhã, almoço e até jantar de milhões de pessoas ao redor do mundo, mas poucos sabem de onde vem a maior parte dessa bebida tão popular.

Nos supermercados da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia, caixas de suco chegam às prateleiras com rótulos variados, mas um fator comum une grande parte delas: o Brasil é responsável por mais de 50% da produção mundial desse produto.

Duas gigantes brasileiras dominam esse mercado e movimentam bilhões de reais anualmente, consolidando o país como o maior exportador global de suco de laranja.

Conforme Fernanda Iorio, da FCI Consulting Export, Cutrale e Citrosuco são os principais nomes dessa indústria, controlando juntas metade do setor internacional.

Brasil e sua liderança na produção de suco de laranja

O Brasil domina o mercado de suco de laranja há décadas, sendo o maior produtor e exportador mundial.

Mais de 70% do suco de laranja consumido no planeta vem de terras brasileiras, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

Esse protagonismo não acontece por acaso. O clima tropical, a extensão territorial e o investimento em tecnologia agrícola tornaram o país uma referência na citricultura.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais são os maiores produtores de laranja, com vastas áreas de plantações que garantem colheitas volumosas e de alta qualidade.

O mercado internacional absorve praticamente toda a produção brasileira de suco de laranja.

Cerca de 97% do suco produzido no Brasil é exportado, com os Estados Unidos e a União Europeia sendo os principais consumidores.

Essa dependência externa coloca o setor diante de desafios constantes, como variações cambiais, barreiras comerciais e a concorrência com produtores emergentes.

As gigantes Cutrale e Citrosuco

No centro desse império do suco de laranja estão duas gigantes brasileiras: Cutrale e Citrosuco. Juntas, essas empresas controlam cerca de 50% do mercado global, movimentando mais de R$ 30 bilhões por ano.

Cutrale, fundada em 1967, é uma das maiores fornecedoras de suco de laranja do mundo e tem forte presença nos Estados Unidos e na Europa.

Seu domínio no setor é tão expressivo que já foi considerada “a OPEP do suco de laranja”, fazendo referência à organização dos países exportadores de petróleo, devido ao seu impacto nos preços globais da commodity.

Já a Citrosuco nasceu da fusão entre Citrovita e Citrosuco Paulista, consolidando-se como um dos maiores players da indústria.

A empresa exporta para mais de 100 países e possui terminais próprios de distribuição em portos estratégicos, garantindo um fluxo constante de exportação.

Além da produção em larga escala, ambas as empresas investem em pesquisa para aumentar a eficiência das lavouras e melhorar a qualidade do suco.

O avanço tecnológico no cultivo da laranja e na industrialização do suco permitiu maior produtividade e redução de perdas, fatores essenciais para manter o Brasil na liderança mundial.

O impacto econômico e os desafios do setor

A citricultura é uma das atividades agrícolas mais importantes do Brasil.

O setor gera milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia de diversas cidades do interior paulista e mineiro.

Desde os trabalhadores no campo até os grandes exportadores, a cadeia produtiva do suco de laranja é ampla e diversificada.

Entretanto, a indústria enfrenta desafios constantes. Pragas e doenças, como o greening (huanglongbing), ameaçam plantações e exigem investimentos contínuos em pesquisa e manejo.

Além disso, mudanças climáticas afetam a produção, com períodos de seca intensa e geadas inesperadas impactando os pomares.

No cenário internacional, barreiras comerciais e exigências sanitárias também são desafios para o setor.

Alguns países impõem tarifas e restrições ao suco de laranja brasileiro, o que obriga os produtores a diversificarem mercados e investirem em certificações para garantir competitividade.

Sustentabilidade e inovação na citricultura

Nos últimos anos, a sustentabilidade tem ganhado protagonismo no setor citrícola.

Empresas como Cutrale e Citrosuco adotaram práticas mais sustentáveis, reduzindo o desperdício de água, investindo em energias renováveis e reutilizando subprodutos da laranja, como cascas e bagaço, para a produção de óleos essenciais e rações animais.

Além disso, avanços na biotecnologia ajudam a desenvolver variedades de laranja mais resistentes a pragas e doenças, diminuindo a necessidade de pesticidas e tornando a produção mais eficiente.

A digitalização no campo, com uso de drones e sensores para monitoramento das lavouras, também tem contribuído para uma citricultura mais moderna e sustentável.

O futuro do suco de laranja brasileiro

Com um mercado global cada vez mais competitivo, o Brasil precisa inovar constantemente para manter sua posição de liderança.

A busca por novos mercados, a diversificação de produtos e o investimento em qualidade são estratégias fundamentais para garantir o futuro do setor.

Embora desafios como mudanças climáticas, barreiras comerciais e doenças nas plantações estejam no caminho, o país segue como potência inquestionável no mercado de suco de laranja.

A combinação de tradição, tecnologia e capacidade produtiva mantém o Brasil na vanguarda desse segmento essencial para a economia agrícola.

Para quem toma um copo de suco de laranja no café da manhã, talvez seja difícil imaginar todo o trabalho envolvido na produção dessa bebida. Mas uma coisa é certa: há grandes chances de que esse suco tenha origem em terras brasileiras, reafirmando o país como líder absoluto da citricultura mundial.

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