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audiência pública

Entidade repudia entrega de medalha ao deputado federal Nikolas Ferreira

Nesta sexta-feira (21), o coletivo Mães da (R)existencia emitiu uma nota de repúdio à entrega da Medalha Pedro Aleixo ao deputado federal Nikolas Ferreira. A cerimônia é realizada pela Prefeitura de Mariana (MG), que entrega a outorga da Medalha Pedro Aleixo. O evento acontece no salão do Colégio Providência.

A honraria, instituída pela Lei Municipal n.º 3.722/2022, homenageia personalidades que contribuíram para a promoção da justiça e do bem-estar na comunidade. A medalha leva o nome do jurista e ex-presidente da República Pedro Aleixo, nascido no distrito de Bandeirantes.

Entre os homenageados de 2025 estão Alexandre Silveira de Oliveira, Antônio Augusto Junho Anastasia, Carlos Henrique Martins Teixeira, Euclydes Marcos Pettersen Neto, Luís Eduardo Falcão, Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, Marcelo de Oliveira Milagres, Mauro Henrique Tramonte, Nikolas Ferreira de Oliveira, Rodrigo Badaró Almeida de Castro, Sérgio André da Fonseca Xavier, Thiago Colnago Cabral e Thiago Fellipe Motta Cota.

A escolha do deputado federal Nikolas Ferreira como um dos agraciados gerou reação do Coletivo Mães da (R)existência, que divulgou uma nota de repúdio contra a homenagem. O grupo critica a concessão da medalha ao parlamentar e questiona sua adequação aos valores representados pela honraria. 

Sob protestos, Nikolas Ferreira foi homenageado com a Medalha Pedro Aleixo

NOTA DE REPÚDIO

Nota de Repúdio contra a entrega da Medalha Pedro Aleixo a Nikolas Ferreira

Nós, do Coletivo Mães da (R)existência, manifestamos nosso total repúdio à homenagem que será concedida hoje, 21 de março de 2025, a Nikolas Ferreira com a Medalha Especial do Presidente Pedro Aleixo. É inaceitável que um defensor da anistia à tentativa de golpe de 8 de janeiro, apoiador da ditadura militar e condenado três vezes por transfobia receba tal honraria. Em uma cidade que tem enfrentado crimes de LGBTfobia e que instituiu leis e órgãos para promover a diversidade, essa homenagem representa um grave retrocesso.

O preconceito e a discriminação contra pessoas LGBT+ se manifestam de diversas formas, desde xingamentos e violências psicológicas até agressões físicas e homicídios. O Brasil segue entre os países que mais matam pessoas LGBT+, especialmente travestis e transexuais, evidenciando o ódio estrutural contra essa população. O poder público tem o dever de assegurar políticas de proteção e inclusão, garantindo o respeito aos direitos humanos, e não de enaltecer figuras que representam exatamente o contrário.

Defendemos a igualdade de gênero e combatemos qualquer tipo de violência contra minorias. A concessão desta medalha a uma figura condenada por transfobia é um escárnio à população de Mariana e contradiz os princípios democráticos que essa honraria deveria representar. Não podemos aceitar que homenagens públicas sejam concedidas a pessoas que propagam o ódio e a intolerância.

Não iremos nos calar diante dessa afronta. Continuaremos na luta por uma sociedade mais justa e inclusiva, nos posicionando firmemente contra qualquer tentativa de exaltar aqueles que não representam os valores de respeito e dignidade que defendemos. Seguiremos resistindo e denunciando toda forma de violência e retrocesso.

  • Jornal Galile

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