Clima de tensão e debates intensos marcaram a semana em Barbacena. Três escolas estaduais da cidade realizaram assembleias para decidir sobre a possível adesão ao modelo cívico-militar proposto pelo Governo de Minas Gerais — e, até agora, a proposta foi rejeitada em duas delas.
Na quinta-feira (10), a Escola Estadual Amílcar Savassi reuniu pais, responsáveis, alunos maiores de idade, professores e servidores. Ao final da votação, o resultado foi apertado: 89 votos contra e 77 a favor da adesão ao programa. Um dia antes, na quarta-feira (9), foi a vez da Escola Estadual Adelaide. O placar também foi de rejeição ao modelo, com 122 votos contrários e 105 favoráveis.
A proposta do governo estadual prevê a presença de militares da reserva atuando na parte administrativa e disciplinar das escolas — sem interferência no conteúdo pedagógico. A adesão é decidida por maioria simples, em votação aberta à comunidade escolar.
Durante as assembleias, os ânimos se dividiram. De um lado, defensores do modelo destacaram a possibilidade de mais disciplina, segurança e organização. De outro, críticos levantaram preocupações quanto à interferência na rotina escolar, à convivência entre militares e educadores e ao modelo de implementação adotado pelo estado.
A última assembleia ocorreu na sexta-feira (11), na Escola Estadual Professor Soares Ferreira, mas o resultado da votação ainda não foi divulgado.
As decisões das escolas são encaminhadas à Secretaria de Estado de Educação, que vai determinar se a implantação será feita, com base no desejo expresso pela comunidade.