Governo zera IPI para carros sustentáveis, mas motos ficam de fora. Descubra os motivos técnicos, ambientais e fiscais por trás da decisão.
O governo federal anunciou recentemente a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros sustentáveis. A iniciativa faz parte do programa Mover, através do decreto assinado pelo presidente Lula. O programa é voltado para veículos com menor impacto ambiental. Mas um detalhe chamou atenção: as motos ficaram de fora da nova política.
As montadoras que operam no país, como Volkswagen, Renault, Hyundai e Stellantis, já começaram a divulgar a redução de preços para seus modelos mais acessíveis. Mas o benefício fiscal não contempla motocicletas.
Afinal, por que o governo decidiu não incluir motocicletas no pacote de benefícios? A resposta envolve critérios técnicos, ambientais e até estratégias fiscais
O principal objetivo da medida é incentivar a produção e o uso de carros mais limpos, especialmente os modelos elétricos, híbridos e altamente recicláveis. Uma vez que, esses veículos são responsáveis por grande parte das emissões de gases do efeito estufa e, por isso, foram priorizados.
Já as motos, embora populares, têm impacto ambiental diferente — e representam uma parcela menor das emissões totais. Com isso, o governo optou por concentrar os esforços nos carros.
Critérios de segurança e tecnologia excluem motos
Outro ponto importante: os critérios para a isenção envolvem tecnologias como controle eletrônico de estabilidade, frenagem automática e câmeras de monitoramento — recursos comuns em carros, mas ausentes ou inviáveis na maioria das motos atuais.
Além disso, a exigência de níveis mínimos de reciclabilidade e fabricação nacional completa torna as motocicletas menos compatíveis com o modelo atual de incentivo.
Apesar da exclusão, o impacto para o setor foi menor, já que mais de 90% das motos produzidas no país vêm do Polo Industrial de Manaus e já contam com benefícios fiscais específicos.
A política do IPI Verde segue o princípio da neutralidade fiscal. Isso significa que toda desoneração precisa ser compensada com aumento de arrecadação em outras frentes, sem prejudicar o caixa da União.
O programa Mover mira inovação industrial — principalmente em automóveis
O programa Mover foi desenhado para estimular inovação tecnológica na indústria automotiva brasileira, com foco em eficiência energética, descarbonização e cadeia produtiva sustentável.
O setor de motocicletas, apesar de relevante, não está no centro dessa política industrial no momento.
Resumo dos motivos:
- Motos têm menor impacto ambiental e não são prioridade na agenda climática.
- Não atendem aos requisitos técnicos exigidos pelo programa.
- A estratégia fiscal do governo foca em setores com maior retorno financeiro e ambiental.
- A política busca fomentar inovação em veículos mais complexos, como carros elétricos e híbridos.
- Motocicletas já contam com benefícios fiscais específicos.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS