A cidade histórica do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, na semana passada, foram enterrados na mesma cova. Sebastião Francisco de Abreu, de 72 anos, e Almenzinda Maria da Fonseca de Abreu, de 71, viveram juntos por 43 anos, tiveram dois filhos e seis netos. Seu Sebastião morreu no fim da noite dessa quarta-feira (20), de falência múltipla de órgãos e pneumonia. Já a esposa sofreu um choque cardiogênico duas horas depois, sem saber que o marido havia falecido.
Filhos do casal, os metalúrgicos Tadeu Inácio de Abreu, 39 anos, e Tiago Vicente da Fonseca de Abreu, 36, contaram à Itatiaia que nem a morte separou os pais. Inicialmente, os corpos seriam colocados em gavetas, mas só havia uma vaga. Então, eles foram enterrados na mesma cova.
“Acabou que ficaram os dois no chão juntos, um caixão em cima do outro, na mesma cova. Vamos pedir para fazer um túmulo lá direitinho”, contou Tadeu. “É um fim que, no final das contas, justificou o início. Morreram juntos, foram sepultados juntos e viveram juntos uma vida inteira. E não vão se separar nunca, como eles falavam”, comentou Tiago. Os corpos foram velados juntos e sepultados no Cemitério Municipal de São João del-Rei.
Cuidado
Tadeu conta que o pai estava acamado há cinco anos e que a mãe sempre cuidou dele durante todo esse tempo. Sebastião passou os últimos 40 dias internado, e a companheira ficou com ele no hospital dia e noite. “Estava com meu pai na hora que ele faleceu. Foi a única hora que ela saiu de perto. E ela me mandou um áudio falando que não estava bem, uns cinco minutos antes. Acho que, na hora que ele faleceu, o coração dela parou. Ela foi socorrida, reanimada, entubada e faleceu era meia-noite e pouco. Então foi coisa de duas horas, sabe? Mas o coração dela parou praticamente junto com o dele. Achei bonito isso também”, disse.
Tadeu ainda falou que não esperava a morte da mãe, que não estava doente. “A missão dela era olhar ele. Só ontem [quinta-feira (22)] que eu percebi isso”, disse. (Itatiaia)