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Congonhas celebra ancestralidade em grande estilo: Semana da Consciência Negra reúne fé, cultura e resistência; hoje tem festival de Folias de Reis no quilombo de Santa Quitéria

Congonhas viveu uma semana dedicada à memória, à ancestralidade e à cultura afro-brasileira durante a 5ª Semana da Consciência Negra: Africanidades, que se encerra neste domingo, 23 de novembro. A programação reuniu encontros, debates, fé, arte e música. As atividades começaram com a tradicional Festa Dança de Langra, no Alto Maranhão, seguida por uma corrida e um momento de confraternização na Casa da Igualdade Racial, com show de Jean Lucas.

No Quilombo Campinho, ações solidárias, feira, vivências infantis e oficinas de tranças e cortes de cabelo reforçaram a força da tradição quilombola. Nas escolas, oficinas e atividades lúdicas aproximaram crianças da cultura de matriz africana. Rodas de conversa, incluindo a participação de Manoel Soares, promoveram reflexões sobre identidade e representatividade. O lançamento do Selo Congonhas Antirracista e a inauguração da Casa da Igualdade Racial, marcada por apresentação do Garoto Cidadão e show de Arlindinho, foram destaques da semana.

O Dia da Consciência Negra contou com cortejo cultural, o tradicional Desfile Beleza Negra e shows de Tom Nascimento, com o espetáculo Mossamba, e Goducho. Radicais do Samba, Beisamba, Dadim, Banda Axtral, Junto & Misturado e Luccas animaram as noites seguintes.

Folias de reis

Neste domingo, o 3º Encontro da Folia de Santa Quitéria e Menino Jesus reúne 17 folias de cidades da região na Comunidade Quilombola Santa Quitéria, em um clima de devoção e tradição. Os organizadores, Paulo Soares e dona Eli Pereira, destacam que a manifestação existe há mais de 70 anos e vem sendo preservada pela comunidade. O reconhecimento oficial da comunidade como quilombola, realizado pela Fundação Cultural Palmares conforme comunicado do Ministério da Cultura, também foi lembrado como um marco importante. A certificação, que abrange cerca de 80 famílias, reforça o direito ao território, legitima a ancestralidade do grupo e garante acesso a políticas públicas específicas. Santa Quitéria integra a lista das mais de 4 mil comunidades quilombolas do país. Em Minas Gerais, segundo o IBGE, vivem mais de 135 mil quilombolas.

Aos 77 anos, senhor Paulo reafirma o vínculo com o território. “Todo mundo aqui é descendente de escravos. Ser reconhecido como quilombola fortalece nossa identidade. Eu nasci e me criei aqui. A gente não quer sair daqui. Esse é o nosso lugar.”

Atividades finais deste domingo na Estação Ferroviária:

15h – Oficina de grafite

UCR (União das Culturas de Rua)

18h – Oficina de passinho

UCR (União das Culturas de Rua)

19h às 22h – Baile Charme da UCR

Comandado pelos DJs Juruna Grandmaster e Hazzor

Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas

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