Em entrevista ao site da Prefeitura de Congonhas, Wivianni fala de suas expectativas e desafios ao assumir a pasta:
Como você avalia a possibilidade de atuar em um cargo com frentes importantes de trabalho como este?
Wivianni Manso – Fiquei muito lisonjeada com o convite do prefeito Zelinho, afinal de contas, trabalhamos muitos anos à frente da Agência de Desenvolvimento de Congonhas e antes estudei muito para atuar nesta área. Ao assumir a pasta e começar a acompanhar de perto os trabalhos que são realizados por ela, minha visão é de que o trabalho está muito bem encaminhado até o momento. Cada Diretoria tem atuado para o desenvolvimento de Congonhas, sempre buscando vencer os entraves burocráticos e econômicos que existem em qualquer lugar, e nem sempre esta tarefa é tão simples de ser desempenhada. Os resultados são alcançados em médio e longo prazos. Não se consegue mudar nada de uma forma duradoura e sustentável da noite para o dia. E estamos aqui para dar continuidade a este trabalho, de desenvolver outros potenciais econômicos de Congonhas, de modo que aqui deixe de ser somente uma cidade mineradora.
Por falar na atividade mineraria, como administrar a relação conflituosa economia/meio ambiente?
Wivianni Manso – Muito difícil imaginar uma atividade econômica que não possua pontos de conflito com o meio ambiente. O caminho que acredito que Congonhas já está percorrendo é o de desenvolver políticas públicas para minimizar os impactos negativos desta relação.
Que papel tem a inovação e a tecnologia neste processo de diversificação?
Wivianni Manso – Com a mudança no conceito da pasta [em 2017], a Secretaria criou a Diretoria de Inovação, Tecnologia e Novos Negócios, responsável por desenvolver a Política Municipal de Estímulo ao Empreendedorismo Digital e ao Desenvolvimento de Startups e Empresas de Inovação e Base Tecnológica em Congonhas, reunindo poder público, meio acadêmico, escolas públicas empresas, entre outros, em um ecossistema de inovação, que tem como ponto de apoio o QG da Inovação. Este é um investimento no futuro, mas também no presente, temos de fazer despertar quem não percebeu isso ainda. Vejo que Congonhas já é uma cidade pronta para prosperar, de forma sustentável.
A diversificação está também no campo, não é?
Wivianni Manso – Sim. O Governo Municipal, por meio desta Secretaria e de sua Diretoria de Desenvolvimento Rural, criou o Mercado do Produtor Rural, que começou timidamente como qualquer outro começa. Atualmente há ainda produtores da região que expõem seus produtos lá, o que é normal. Mas, a cada dia, o Município produz mais alimentos, e isto é fruto do incentivo à diversificação da oferta de gêneros alimentícios e, é claro, da batalha do homem do campo. Já somos auto-suficientes em folhosas. Importante dizer também que estamos retornando à tendência da produção de verduras e legumes sem agrotóxicos e Congonhas tem contribuído para isso. Contamos ainda com grande produção de peixes, alho, milho, exportamos até carne de carneiro e batata. Tudo isso gera emprego.
Mas a grande geradora de emprego deverá ser por muito tempo ainda a mineração. Apesar de estar chegando agora, você já se informou se houve grande queda no número de vagas de trabalho durante a pandemia neste setor?
Wivianni Manso – Nosso SINE Congonhas não está percebendo grande impacto negativo da Covid-19 sobre a oferta de vagas de trabalho na área da mineração. Mas isto se deve também ao trabalho do setor de intermediação de mão de obra do SINE, que tem tomado a dianteira no processo da relação com as empresas, convencendo-as a utilizar nossos serviços.
Qual a colaboração de sua pasta ao comércio?
Wivianni Manso – A Sala Minera, vinculada à Diretoria de Indústria e Comércio, oferece a formalização ao MEI e, com isso, os, até então empreendedores informais, ganham direito de venda e compra de produtos e serviços e passamos a recolher DAS, que é a contribuição do INSS. A Junta Comercial de Minas Gerais, em parceria com a Prefeitura, oferece suporte a contadores, ao realiza consulta de viabilidade para checar se a atividade em questão pode ser aberta no endereço solicitado. Esta Diretoria também sempre está em contato com comerciantes, oferecendo oportunidades de qualificação para eles e seus funcionários, participando de campanhas de vendas e contribuindo na solução de problemas quando eles surgem.
Como turismóloga, que análise você faz do atual estágio do setor até antes da pandemia?
Wivianni Manso – Nós ainda não chegamos ao ponto de tirarmos o necessário proveito do potencial turístico de Congonhas. Que consigamos respeitar esta nossa grande vocação turística cultural, religiosa, natural, rural, ecológica e para o turismo de negócios principalmente, porque estamos estrategicamente muito bem localizados. Mas os esforços que o Município precisava fazer para fomentar esta atividade estão acontecendo, que é a preservação de seus sítios históricos, tanto que Congonhas que se transformou em referência para o Iphan na área de captação de recurso e execução das ações voltadas para o patrimônio histórico, o que evitou que eles seguissem em processo de degradação e, ao contrário, se valorizassem. No mesmo sentido, a requalificação da área de ambiência histórica, como é o caso do Centro da cidade, valoriza todo nosso patrimônio e propicia mais qualidade de vida para o congonhense e melhores condições para o visitante apreciar os atrativos turísticos. Tem havido muito investimento também na pavimentação de estradas, o que facilita o acesso a zona rural. Com isso, percebe-se o investimento da iniciativa privada na abertura e incremento de pousadas, pesque-pagues, entre outros atrativos. Enfim, Congonhas tem investido em áreas que promovem o turismo, então a tendência é que, quando percebemos, o setor já terá avançado como pretendemos.