Investigações começaram em setembro quando o pai da bebê notou hematomas no corpo da criança e a levou a uma UPA, onde foram detectadas lesões e fraturas
Investigações da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) levaram à prisão de uma mulher de 19 anos, ocorrida na última sexta-feira (12), suspeita de torturar a própria bebê desde o nascimento da criança – hoje com um ano e dois meses.
Em entrevista na tarde de terça-feira (16), a delegada Iara França detalhou o crime e atestou que a suspeita está grávida de uma segunda filha – de acordo com França, a polícia pedirá à Justiça que retire a criança da mãe assim que a bebê nascer. Ela será indiciado por lesão corporal grave e tortura.
Crime
A prisão da suspeita aconteceu por cumprimento de um mandado de prisão expedido contra ela, no bairro Vila Barragem Santa Lúcia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a delegada, as investigações começaram em setembro quando o pai da bebê, à época com onze meses de idade, notou hematomas no corpo da filha e decidiu levá-la até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste. No hospital, médicos constataram que a criança apresentava lesões de mordidas e fraturas nos braços e nas pernas – a bebê foi internada e a polícia informada.
“Era uma criança de apenas onze meses, e a mãe alegou que a bebê teria subido em uma escada de dois degraus na cozinha e caído. Médicos, entretanto, constataram que a história não era compatível com as lesões. Exames apontaram que essa criança já tinha cicatrizações de lesões muito antigas. Foi constatado que essa criança era torturada desde que nasceu”, detalha a delegada. Logo em seguida, a bebê foi encaminhada para o Conselho Tutelar.
Após a denúncia, a mulher fugiu da casa onde vivia com a filha, na região do Barreiro. “Os fatos ocorreram no Barreiro, onde ela morava sozinha com essa criança. Mas, essa mulher precisava fugir porque houve um risco real dela ser linchada. Após buscas, conseguimos encontrá-la na Vila Barragem Santa Lúcia. Lá, essa mãe nos deu a notícia de que estava novamente grávida”, informou. “Foi pedido por nós que essa mulher não tenha a guarda, e sugerimos também que não seja dada guarda para a família do pai, em razão do pai ter envolvimento com a criminalidade”, citou.
Ainda de acordo com as investigações, a mulher saía e deixava a criança corriqueiramente com amigos e conhecidos. “Essas pessoas estão sendo investigadas em razão da omissão, e elas vão responder pelos mesmos crimes que essa mãe responderá”, citou.
A família do pai da criança disse à polícia que a mulher agredia a bebê para atingir o ex-companheiro. “A família paterna não tinha conhecimento do crime, nos disseram que a mãe ficou com muito ciúmes em razão do pai da criança ter iniciado um novo relacionamento e, para atingi-lo, começou a agredir a bebê, e também não deixava que ele visse a filha”, pontuou a delegada.
FONTE ITATIAIA