Mineradora mineira processa Vale nos EUA

No mais recente desenvolvimento de uma longa disputa, a Itabiriçu Nacional Pesquisa Mineral, uma mineradora com sede em Minas Gerais, Brasil, entrou com um processo contra a gigante mineradora Vale nos Estados Unidos. A ação alega que a Vale comercializou ilegalmente 108,5 milhões de toneladas de minério de ferro de baixa qualidade, extraídas de uma área no complexo de Itabira, também em Minas Gerais, que estava sob a responsabilidade da empresa Itabiriçu para pesquisas geológicas.

De acordo com o site Pipeline Valor, a disputa de longa data entre as duas empresas tomou um novo rumo quando a Itabiriçu moveu a ação legal no estado do Texas, EUA, alegando que a Vale extraiu e vendeu minério de ferro de baixa qualidade de uma pilha de resíduos contendo itabirito compacto da mina de Conceição da Vale desde 2015. Segundo a documentação apresentada pela Itabiriçu, a Vale vendeu essa produção a duas subsidiárias do grupo siderúrgico austríaco Voestalpine e à ArcelorMittal, através do porto de Corpus Christi, nos Estados Unidos.

A Itabiriçu incluiu as importadoras no processo judicial contra a Vale, buscando indenização pela venda de volumes de minério de ferro extraído de áreas nas quais detinha licenças de exploração. Essa disputa já se arrasta por quase uma década.

O jornal Vida de Utopia publicou que conflito teve início em 2014, quando a Itabiriçu obteve uma licença para realizar pesquisas em uma área de 480,87 hectares, que incluía parte da barragem de rejeitos da Vale e uma pilha de produtos estéreis antigos da mina Conceição. A Vale, no entanto, após estudar a área e alegar que não havia minério explorável economicamente, permitiu que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) licitasse a área, sem dar oportunidade à Itabiraçu de realizar pesquisas.

Nesse contexto, a Itabiraçu argumentou nos autos do processo que documentos expedidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) comprovavam que a Vale estava extraindo minério de ferro da pilha de resíduos e enviando o produto para a usina Conceição 2. Além disso, a empresa alegou que a Vale relatou vendas de minério de ferro para o mercado norte-americano em seu relatório anual.

Essa nova reviravolta na disputa legal entre a Itabiriçu Nacional Pesquisa Mineral e a Vale promete manter a atenção de observadores do setor mineral, pois as implicações podem ser significativas para ambas as empresas. A batalha nos tribunais dos Estados Unidos deverá esclarecer a questão da alegada exploração ilegal de recursos minerais, enquanto as partes envolvidas aguardam o veredito final.

FONTE JORNAL GALILÉ

Museu de Mariana inaugura calendário de eventos com a presença de Zezé Motta em programa “Sílabas e Sons”

O recém-inaugurado Museu de Mariana deu início ao seu calendário cultural na noite desta terça-feira, 10 de outubro, com uma visita especial da renomada artista Zezé Motta no programa “Sílabas e Sons”. O evento foi marcado por um animado bate-papo repleto de boas histórias e, é claro, muita música.

O Museu de Mariana tem como missão representar, interpretar e projetar a riqueza cultural, social, histórica, geográfica, geológica e político-religiosa do município de Mariana. Com uma perspectiva que abrange tanto o passado quanto o presente, a instituição se empenha em preservar e valorizar a história, a cultura e a identidade de uma das cidades mais tradicionais de Minas Gerais.

Antes de sua reforma, o Museu desempenhou um papel especial como cenário para a gravação da Minessérie “Madonna de Cedro” da TV Globo, dirigida por Tizuka Yamasaki e Denise Saraceni, e estrelada pelos talentosos atores Eduardo Moscovis e Andréa Beltrão nos papéis principais.


Vídeo: Sylvio Netto

O programa “Sílabas e Sons” é cuidadosamente curado pelo professor da PUC Rio, Júlio Diniz, Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas. Ele não apenas supervisiona, mas também conduz os envolventes bate-papos musicais, que contam com a participação de diversos artistas, tornando cada encontro uma experiência cultural enriquecedora para o público.

O evento de abertura do calendário cultural do Museu de Mariana, com a presença de Zezé Motta, representa um marco significativo na promoção da cultura e da identidade local, além de estabelecer o Museu como um espaço cultural dinâmico e vibrante para todos os visitantes e amantes das artes. O público pôde desfrutar de um encontro memorável com a renomada artista e participar de um evento cultural que celebra a rica história e diversidade cultural de Mariana.

Informações por: Sylvio Netto

FONTE JORNAL GALILÉ

Museu de Mariana inaugura calendário de eventos com a presença de Zezé Motta em programa “Sílabas e Sons”

O recém-inaugurado Museu de Mariana deu início ao seu calendário cultural na noite desta terça-feira, 10 de outubro, com uma visita especial da renomada artista Zezé Motta no programa “Sílabas e Sons”. O evento foi marcado por um animado bate-papo repleto de boas histórias e, é claro, muita música.

O Museu de Mariana tem como missão representar, interpretar e projetar a riqueza cultural, social, histórica, geográfica, geológica e político-religiosa do município de Mariana. Com uma perspectiva que abrange tanto o passado quanto o presente, a instituição se empenha em preservar e valorizar a história, a cultura e a identidade de uma das cidades mais tradicionais de Minas Gerais.

Antes de sua reforma, o Museu desempenhou um papel especial como cenário para a gravação da Minessérie “Madonna de Cedro” da TV Globo, dirigida por Tizuka Yamasaki e Denise Saraceni, e estrelada pelos talentosos atores Eduardo Moscovis e Andréa Beltrão nos papéis principais.


Vídeo: Sylvio Netto

O programa “Sílabas e Sons” é cuidadosamente curado pelo professor da PUC Rio, Júlio Diniz, Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas. Ele não apenas supervisiona, mas também conduz os envolventes bate-papos musicais, que contam com a participação de diversos artistas, tornando cada encontro uma experiência cultural enriquecedora para o público.

O evento de abertura do calendário cultural do Museu de Mariana, com a presença de Zezé Motta, representa um marco significativo na promoção da cultura e da identidade local, além de estabelecer o Museu como um espaço cultural dinâmico e vibrante para todos os visitantes e amantes das artes. O público pôde desfrutar de um encontro memorável com a renomada artista e participar de um evento cultural que celebra a rica história e diversidade cultural de Mariana.

Informações por: Sylvio Netto

FONTE JORNAL GALILÉ

Mariana expõe tesouros revelados na restauração de monumentos

Objetos recolhidos durante o restauro da Igreja de São Francisco de Assis integram acervo de museu que será inaugurado hoje, junto com a reabertura do templo

Mariana – Ao reabrirem as portas, na manhã de hoje, a Igreja São Francisco de Assis e o Museu de Mariana (Casa do Conde de Assumar), em Mariana, na Região Central do estado, terão muito mais a mostrar do que as imagens do templo barroco, os ambientes dos tempos coloniais e parte da história tricentenária da primeira vila, cidade e diocese de Minas Gerais. Durante o restauro dos dois bens do século 18, o trabalho foi acompanhado por arqueólogos, que encontraram objetos e fragmentos descartados ao longo do tempo e, agora, apresentados a moradores e visitantes.

“Estivemos presentes durante toda a movimentação dos trabalhadores, nas áreas externa e interna da igreja e do museu”, explica a arqueóloga Clarisse Callegari Jacques, da Peruaçu Arqueologia, empresa contratada para o serviço. Assim, enquanto as equipes se dedicavam às mais diversas funções, do encanamento, com escavação no solo, ao restauro do forro, os arqueólogos estavam de olho no “lado oculto” da edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na vala feita ao redor da igreja e do museu para implantação do sistema de descarga elétrica, foram encontrados muitos objetos, entre antigos e recentes, diz Clarisse, informando que a área foi muito “remexida” ao longo dos anos, indicando possíveis interferências. Assim, o que poderia ser considerado lixo para alguns, representa, na verdade, um valioso material de pesquisa sobre a história,  os costumes e as tradições da cidade.

Em toda a área externa, foram retirados cacos de louça, ossos de animais, cachimbos (de cerâmica) de escravizados, fragmentos de telhas, de pedra-sabão e de grés (tipo de cerâmica), cacos de garrafas de bebida alcoólica, remédios e vidraça, peças de metal, a exemplo de chaves, dobradiças e cravos. Especificamente na área interna da igreja, estavam pedaços de imagens de santos.

A casa do conde Assumar passa a abrigar o museu de Mariana(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CARTAS DE DEVOÇÃO 

Chamou a atenção da equipe de arqueólogos as cartas manuscritas, algumas com moedinhas, muitas delas pedindo ajuda e a bênção dos santos. “Encontramos também bilhetes enfiados nas paredes da igreja e até no forro”, conta Clarisse. Documentos pessoais, papéis de bala, canetas, brinquedos, incluindo um cavalinho, também foram descobertos

Na área interna do templo, o serviço foi realizado abaixo das campas (antigamente usadas para sepultamento), espaço que demandou obras para sustentação, e abaixo da sacristia, bem como nas áreas de banheiro, para instalação de nova estrutura hidráulica.

O material coletado teve várias destinações. Enquanto as cartas, bilhetes e documentos foram encaminhados ao Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, parte do material arqueológico foi levado para o Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Outra parte do material ficará exposta no Museu de Mariana, a partir de hoje.

já a igreja de São Francisco de assis será reaberta às 10h, depois de obras que demandaram recursos de R$ 17 milhões e muitos anos de expectativa(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CERIMÔNIA 

Marcada para as 10h desta quinta-feira (28/9), a solenidade de reabertura da Igreja São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana contará com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, em sua primeira visita a Minas após assumir a pasta.

Nos últimos quatro anos, foram investidos, nas duas obras, R$ 17 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Cultural Vale e programa federal PAC das Cidades Históricas, cujos recursos partem do Iphan. O Centro Histórico de Mariana tem tombamento federal, sendo o templo católico protegido isoladamente pelo Iphan.

Foram muitos anos de expectativa, dúvidas, temores e polêmicas. Por duas vezes, a igreja sofreu interdição, conforme documentou o Estado de Minas. Em março de 2009, por determinação da Justiça, as portas foram lacradas, com proibição de atividades religiosas e visitação pública, até que fossem executadas obras para garantir a estabilidade da estrutura e a segurança dos visitantes. Na época, o pedido de interdição partiu do Ministério Público de Minas Gerais, por solicitação do escritório regional do Iphan.

A segunda interdição ocorreu três anos depois, e, desde então, a igreja estava fechada. Em maio de 2012, a Prefeitura de Mariana fechou o templo com base em laudo do Iphan, que apontou problemas na cobertura e estrutura do prédio. Já a Casa do Conde de Assumar, transformada em Museu de Mariana, em situação de quase arruinamento, tinha portas e janelas constantemente fechadas.

Os investimentos na recuperação da igreja começaram em 2014, com os projetos de obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e elementos artísticos custeados pela Prefeitura de Mariana e Iphan, no PAC das Cidades Históricas. Em 2019, vieram as obras, tendo como proponente o Instituto Pedra e recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale.

A Casa do Conde Assumar, na área de tombamento federal, teve projetos elaborados com recursos da prefeitura local e projeto museográfico a cargo do PAC Cidades Históricas. A exemplo da Igreja São Francisco de Assis, o proponente é o Instituto Pedra e os recursos partiram do BNDES e do Instituto Cultural Vale. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Mariana expõe tesouros revelados na restauração de monumentos

Objetos recolhidos durante o restauro da Igreja de São Francisco de Assis integram acervo de museu que será inaugurado hoje, junto com a reabertura do templo

Mariana – Ao reabrirem as portas, na manhã de hoje, a Igreja São Francisco de Assis e o Museu de Mariana (Casa do Conde de Assumar), em Mariana, na Região Central do estado, terão muito mais a mostrar do que as imagens do templo barroco, os ambientes dos tempos coloniais e parte da história tricentenária da primeira vila, cidade e diocese de Minas Gerais. Durante o restauro dos dois bens do século 18, o trabalho foi acompanhado por arqueólogos, que encontraram objetos e fragmentos descartados ao longo do tempo e, agora, apresentados a moradores e visitantes.

“Estivemos presentes durante toda a movimentação dos trabalhadores, nas áreas externa e interna da igreja e do museu”, explica a arqueóloga Clarisse Callegari Jacques, da Peruaçu Arqueologia, empresa contratada para o serviço. Assim, enquanto as equipes se dedicavam às mais diversas funções, do encanamento, com escavação no solo, ao restauro do forro, os arqueólogos estavam de olho no “lado oculto” da edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na vala feita ao redor da igreja e do museu para implantação do sistema de descarga elétrica, foram encontrados muitos objetos, entre antigos e recentes, diz Clarisse, informando que a área foi muito “remexida” ao longo dos anos, indicando possíveis interferências. Assim, o que poderia ser considerado lixo para alguns, representa, na verdade, um valioso material de pesquisa sobre a história,  os costumes e as tradições da cidade.

Em toda a área externa, foram retirados cacos de louça, ossos de animais, cachimbos (de cerâmica) de escravizados, fragmentos de telhas, de pedra-sabão e de grés (tipo de cerâmica), cacos de garrafas de bebida alcoólica, remédios e vidraça, peças de metal, a exemplo de chaves, dobradiças e cravos. Especificamente na área interna da igreja, estavam pedaços de imagens de santos.

A casa do conde Assumar passa a abrigar o museu de Mariana(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CARTAS DE DEVOÇÃO 

Chamou a atenção da equipe de arqueólogos as cartas manuscritas, algumas com moedinhas, muitas delas pedindo ajuda e a bênção dos santos. “Encontramos também bilhetes enfiados nas paredes da igreja e até no forro”, conta Clarisse. Documentos pessoais, papéis de bala, canetas, brinquedos, incluindo um cavalinho, também foram descobertos

Na área interna do templo, o serviço foi realizado abaixo das campas (antigamente usadas para sepultamento), espaço que demandou obras para sustentação, e abaixo da sacristia, bem como nas áreas de banheiro, para instalação de nova estrutura hidráulica.

O material coletado teve várias destinações. Enquanto as cartas, bilhetes e documentos foram encaminhados ao Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, parte do material arqueológico foi levado para o Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Outra parte do material ficará exposta no Museu de Mariana, a partir de hoje.

já a igreja de São Francisco de assis será reaberta às 10h, depois de obras que demandaram recursos de R$ 17 milhões e muitos anos de expectativa(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CERIMÔNIA 

Marcada para as 10h desta quinta-feira (28/9), a solenidade de reabertura da Igreja São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana contará com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, em sua primeira visita a Minas após assumir a pasta.

Nos últimos quatro anos, foram investidos, nas duas obras, R$ 17 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Cultural Vale e programa federal PAC das Cidades Históricas, cujos recursos partem do Iphan. O Centro Histórico de Mariana tem tombamento federal, sendo o templo católico protegido isoladamente pelo Iphan.

Foram muitos anos de expectativa, dúvidas, temores e polêmicas. Por duas vezes, a igreja sofreu interdição, conforme documentou o Estado de Minas. Em março de 2009, por determinação da Justiça, as portas foram lacradas, com proibição de atividades religiosas e visitação pública, até que fossem executadas obras para garantir a estabilidade da estrutura e a segurança dos visitantes. Na época, o pedido de interdição partiu do Ministério Público de Minas Gerais, por solicitação do escritório regional do Iphan.

A segunda interdição ocorreu três anos depois, e, desde então, a igreja estava fechada. Em maio de 2012, a Prefeitura de Mariana fechou o templo com base em laudo do Iphan, que apontou problemas na cobertura e estrutura do prédio. Já a Casa do Conde de Assumar, transformada em Museu de Mariana, em situação de quase arruinamento, tinha portas e janelas constantemente fechadas.

Os investimentos na recuperação da igreja começaram em 2014, com os projetos de obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e elementos artísticos custeados pela Prefeitura de Mariana e Iphan, no PAC das Cidades Históricas. Em 2019, vieram as obras, tendo como proponente o Instituto Pedra e recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale.

A Casa do Conde Assumar, na área de tombamento federal, teve projetos elaborados com recursos da prefeitura local e projeto museográfico a cargo do PAC Cidades Históricas. A exemplo da Igreja São Francisco de Assis, o proponente é o Instituto Pedra e os recursos partiram do BNDES e do Instituto Cultural Vale. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Ministra da Cultura em Mariana: Margareth Menezes conhece a Igreja São Francisco de Assis e o Museu

A visita da Ministra da Cultura Margareth Menezes à cidade de Mariana acontece desde a a manhã desta quinta-feira (28). Ela, que representa o governo federal, está na primeira cidade de Minas para inaugurar o Museu Mariana e conferir a entrega da Igreja São Francisco de Assis.

Para receber a ministra de Lula, o prefeito de Ouro Preto Angelo Oswaldo esteve em Mariana. Além dele, os deputados Leleco Pimentel e Andreia de Jesus, ambos do PT, também vieram para a Primaz de Minas.

O Museu está localizado na histórica casa do Conde de Assumar, e tem como premissa contar um pouco da história daquela é a cidade que fundou a cultura, a tradição e o estado de Minas Gerais.

A Igreja, por sua vez, teve sua reforma entregue após anos de restauração, comandado pelo Instituto Pedra. A vultuosa obra contou com recursos de diversas instituições, entre elas a Vale e o BNDES.

A VISITA DA MINISTRA

O atual vice-prefeito de Mariana, Cristiano Vilas Boas, já havia confirmado a visita de Margareth quando assumiu a secretaria de cultura da cidade, em junho.

Contudo, ela deveria vir acompanhada do Presidente Lula. Mas, o chefe de estado precisou fazer uma cirurgia e teve que adiar a sua vinda para Belo Horizonte, em consequência, adiou também a agenda em Ouro Preto e Mariana.

Antes de adentrar as depedências da Igreja São Fracisco de Assis, onde aconteceu a cerimônia, Margareth pôde vizualizar um pouco das belezas da cultura de Mariana. O congado do Quilombo de Santa Efigência se apresentou seguido pela bateria do Recria Vida. Menezes ainda conseguiu ver um carnaval fora de época graças a apresentação do bloco do Zé Pereira da Chácara.

FONTE JORNAL GALILÉ

Ministra da Cultura em Mariana: Margareth Menezes conhece a Igreja São Francisco de Assis e o Museu

A visita da Ministra da Cultura Margareth Menezes à cidade de Mariana acontece desde a a manhã desta quinta-feira (28). Ela, que representa o governo federal, está na primeira cidade de Minas para inaugurar o Museu Mariana e conferir a entrega da Igreja São Francisco de Assis.

Para receber a ministra de Lula, o prefeito de Ouro Preto Angelo Oswaldo esteve em Mariana. Além dele, os deputados Leleco Pimentel e Andreia de Jesus, ambos do PT, também vieram para a Primaz de Minas.

O Museu está localizado na histórica casa do Conde de Assumar, e tem como premissa contar um pouco da história daquela é a cidade que fundou a cultura, a tradição e o estado de Minas Gerais.

A Igreja, por sua vez, teve sua reforma entregue após anos de restauração, comandado pelo Instituto Pedra. A vultuosa obra contou com recursos de diversas instituições, entre elas a Vale e o BNDES.

A VISITA DA MINISTRA

O atual vice-prefeito de Mariana, Cristiano Vilas Boas, já havia confirmado a visita de Margareth quando assumiu a secretaria de cultura da cidade, em junho.

Contudo, ela deveria vir acompanhada do Presidente Lula. Mas, o chefe de estado precisou fazer uma cirurgia e teve que adiar a sua vinda para Belo Horizonte, em consequência, adiou também a agenda em Ouro Preto e Mariana.

Antes de adentrar as depedências da Igreja São Fracisco de Assis, onde aconteceu a cerimônia, Margareth pôde vizualizar um pouco das belezas da cultura de Mariana. O congado do Quilombo de Santa Efigência se apresentou seguido pela bateria do Recria Vida. Menezes ainda conseguiu ver um carnaval fora de época graças a apresentação do bloco do Zé Pereira da Chácara.

FONTE JORNAL GALILÉ

Ministra da Cultura visita a região e inaugura e reabertura de igreja histórica

O governo federal será representado pela ministra da Cultura Margareth Menezes nesta quinta-feira (28), em Mariana. Ela participará da solenidade de entrega das obras da Igreja São Franscisco de Assis e do Museu de Mariana, bem como se reunirá com o prefeito da cidade.

A vinda de Margareth foi anunciada pelo vice-prefeito de Mariana, Cristiano Vilas Boas, logo quando ele assumiu a secretaria de Cultura do município. Com a agenda dela em Belo Horizonte e Contagem agendada para o fim deste mês, o encontro se tornou ainda mais viável.

A expectativa era de que Margareth viesse acompanhada do presidente Lula. Contudo, o chefe de estado sofre de problemas de saúde e adiou as visitas à Ouro Preto e Mariana.

MUSEU E IGREJA ENTREGUES PARA A COMUNIDADE

Nesta quinta-feira (28/09), às 10h, a cidade de Mariana (MG) celebra a conclusão da restauração de uma de suas igrejas mais admiradas e a inauguração de um museu dedicado à história do município, que ostenta um dos mais importantes patrimônios de arquitetura colonial do País.  

O complexo formado pelas recém-restauradas Igreja de São Francisco de Assis e Casa do Conde de Assumar (onde funcionará, inicialmente, o novo Museu de Mariana) será inaugurado numa cerimônia com a presença da Ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Leandro Grass, além de representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Governo do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Mariana, entre outras autoridades políticas e religiosas locais. Também marcam presença dirigentes do Instituto Cultural Vale e do Instituto Pedra, responsáveis pelo patrocínio e coordenação do projeto, respectivamente. 

Construídas no século XVIII, quando Mariana ainda era a capital de Minas Gerais, tanto a Igreja de São Francisco de Assis quanto a Casa do Conde de Assumar integram o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Mariana, tombado pelo Iphan em 1938. Em 2015, o Instituto foi o responsável pela contratação dos projetos de restauração de ambas as edificações, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PAC Cidades Históricas), no valor de R$ 631.366,53. Mais recentemente, os projetos foram executados com recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale, por meio do PRONAC (Lei Rouanet), totalizando uma obra de mais de R$ 15 milhões. A Igreja de São Francisco de Assis será entregue nesta quinta-feira (28/9) e a reabertura ao público está prevista para o dia 4 de outubro. 

Reabertura da Igreja de São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana 
Local: Praça Minas Gerais, Mariana (MG) 
Dia: quinta-feira, 28/09 
Hora: 10h

FONTE JORNAL GALILÉ e GOV.COM

Ministra da Cultura visita a região e inaugura e reabertura de igreja histórica

O governo federal será representado pela ministra da Cultura Margareth Menezes nesta quinta-feira (28), em Mariana. Ela participará da solenidade de entrega das obras da Igreja São Franscisco de Assis e do Museu de Mariana, bem como se reunirá com o prefeito da cidade.

A vinda de Margareth foi anunciada pelo vice-prefeito de Mariana, Cristiano Vilas Boas, logo quando ele assumiu a secretaria de Cultura do município. Com a agenda dela em Belo Horizonte e Contagem agendada para o fim deste mês, o encontro se tornou ainda mais viável.

A expectativa era de que Margareth viesse acompanhada do presidente Lula. Contudo, o chefe de estado sofre de problemas de saúde e adiou as visitas à Ouro Preto e Mariana.

MUSEU E IGREJA ENTREGUES PARA A COMUNIDADE

Nesta quinta-feira (28/09), às 10h, a cidade de Mariana (MG) celebra a conclusão da restauração de uma de suas igrejas mais admiradas e a inauguração de um museu dedicado à história do município, que ostenta um dos mais importantes patrimônios de arquitetura colonial do País.  

O complexo formado pelas recém-restauradas Igreja de São Francisco de Assis e Casa do Conde de Assumar (onde funcionará, inicialmente, o novo Museu de Mariana) será inaugurado numa cerimônia com a presença da Ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Leandro Grass, além de representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Governo do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Mariana, entre outras autoridades políticas e religiosas locais. Também marcam presença dirigentes do Instituto Cultural Vale e do Instituto Pedra, responsáveis pelo patrocínio e coordenação do projeto, respectivamente. 

Construídas no século XVIII, quando Mariana ainda era a capital de Minas Gerais, tanto a Igreja de São Francisco de Assis quanto a Casa do Conde de Assumar integram o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Mariana, tombado pelo Iphan em 1938. Em 2015, o Instituto foi o responsável pela contratação dos projetos de restauração de ambas as edificações, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PAC Cidades Históricas), no valor de R$ 631.366,53. Mais recentemente, os projetos foram executados com recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale, por meio do PRONAC (Lei Rouanet), totalizando uma obra de mais de R$ 15 milhões. A Igreja de São Francisco de Assis será entregue nesta quinta-feira (28/9) e a reabertura ao público está prevista para o dia 4 de outubro. 

Reabertura da Igreja de São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana 
Local: Praça Minas Gerais, Mariana (MG) 
Dia: quinta-feira, 28/09 
Hora: 10h

FONTE JORNAL GALILÉ e GOV.COM

Entrevista: “não há dinheiro para compensar a destruição em Mariana”, diz advogado que tenta condenar BHP na Inglaterra

CEO do escritório de advocacia falou sobre a ação – já com data marcada – que pede R$ 230 bilhões para afetados pela tragédia em Mariana, entre eles indígenas e quilombolas.

NO INÍCIO DESTE MÊS, uma comitiva com quilombolas e indígenas das etnias Krenak, Pataxó, Tupiniquim e Guarani desembarcaram na Austrália. Eles viajaram acompanhados dos advogados da Pogust Goodhead, escritório sediado na Inglaterra e especializado em litígios coletivos relacionados a causas sociais e ambientais. Lá, se reuniram com políticos e acionistas da mineradora anglo-australiana BHP para contar como estão suas vidas quase oito anos após o desastre em Mariana, em Minas Gerais – a destruição aconteceu no dia 5 de novembro de 2015 com o rompimento da barragem do Fundão, controlada pela empresa Samarco, com capital repartido entre a Vale e a anglo-australiana BHP.

Durante o encontro, os indígenas e quilombolas se lembraram do desastre que varreu do mapa o distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira, e destruiu a bacia do rio Doce, com 62 milhões de metros cúbicos de lama despejados dentro do rio, matando o ecossistema e espalhando um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo. Dezenove pessoas morreram – 18 confirmadas e uma vítima que nunca foi encontrada.

Os indígenas e quilombolas contaram também os danos que ainda persistem e as estratégias jurídicas das empresas para não indenizar as vítimas.

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“Eles [acionistas da BHP] não sabiam que as pessoas, depois de oito anos, ainda não podiam pescar, por exemplo. É que também a BHP mente para eles. A BHP diz ‘nós temos a Fundação Renova, tudo está ótimo’ blá blá blá e todas aquelas merdas”, esbravejou Thomas Goodhead, sócio-administrador e CEO global do escritório que representa os indígenas e quilombolas.

Com o objetivo de reparar as vítimas, as mineradoras criaram a Fundação Renova, em 2016. Uma das ações da entidade foi reconstruir Bento Rodrigues. Mas, no ano passado, durante coletiva de imprensa para anunciar a entrega de algumas casas, os atingidos protestaram, dizendo que não cabia nem sequer uma cama de casal nos imóveis. “A Fundação Renova falhou completamente, não pagaram nenhuma indenização justa”, relatou Goodhead.

Até hoje, as empresas e os executivos não foram condenados pelo maior crime ambiental do Brasil. O processo criminal segue emperrado na justiça, ainda em fase de coleta de depoimentos. 

Essa  morosidade motivou o escritório Pogust Goodhead a entrar na briga, em 2018, contra a BHP em seu país de origem: a Inglaterra. Juntaram mais de 200 mil pessoas atingidas pelo desastre e abriram um processo cobrando indenizações justas. A mineradora alegou que não fazia sentido responder pelo processo na corte inglesa, uma vez que já tinha sido acionada judicialmente no Brasil. E, em 2020, um juiz inglês concordou com a BHP e extinguiu o processo. O escritório recorreu e, mais uma vez, perdeu a batalha. 

A insistência foi premiada em 2022 . A justiça inglesa acatou o pedido de Goodhead e reabriu o caso. “Foi o dia mais feliz da minha vida. Eu gritei no táxi, depois saltei e fiquei dançando na rua”, relembrou. 

O processo coletivo cobra um valor de R$ 230 bilhões da BHP em indenizações, envolvendo 720 mil pessoas, 2,5 mil empresas, 46 municípios, 10 mil membros quilombolas e indígenas. A maioria desse dinheiro,66%, será repassado aos atingidos. Os municípios devem ficar com 23% do valor e as empresas com 10%. O julgamento já tem até data: está marcado para o dia 7 de outubro de 2024.

Quando foi divulgada a decisão da justiça de Inglaterra de que a Vale deveria arcar com os eventuais custos de metade do processo, a BHP afirmou que “continua trabalhando em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar os programas de reparação e compensação implementados pela Fundação Renova sob a supervisão dos tribunais brasileiros.”

Em entrevista em inglês ao Intercept, Goodhead contou detalhes sobre as disputas judiciais, os cálculos indenizatórios e a viagem à Austrália em busca de justiça pelas vítimas do desastre. 

Leia abaixo a entrevista com o advogado.

Thomas Goodhead, CEO do escritório de advocacia na Inglaterra, acompanhou indígenas e quilombolas de Mariana durante visita à Austrália. Foto: Francisco Proner
Thomas Goodhead, CEO do escritório de advocacia na Inglaterra, acompanhou indígenas e quilombolas de Mariana durante visita à Austrália. Foto: Francisco Proner

Intercept Brasil: Como você foi parar no caso de Mariana?

Thomas Goodhead: Comecei no caso em setembro de 2017. Vim para o Brasil com um advogado daqui, que representou cerca de 6 mil pescadores que não estavam recebendo indenizações da Fundação Renova, montada pela BHP, Vale e Samarco para supostamente providenciar as compensações depois do desastre. E esse advogado tinha experiências em vários casos mundo afora contra companhias multinacionais muito grandes. Ele entrou em contato comigo e trouxe este caso. Começamos em 2018 e estamos nesta batalha há cinco anos.

Eu estava sozinho e com um grupo de advogados brasileiros que moravam em Londres. Eram uns advogados bem jovens que estudavam lá. Voamos para Belo Horizonte em julho de 2018. E eles conheciam outros advogados no Brasil e nós apenas saímos conversando com as pessoas. Fomos para Mariana, para Governador Valadares, Barra Longa e outras comunidades que foram impactadas. Falamos com prefeitos, com líderes da comunidade, falamos com pessoas em igrejas, lanchonetes. Em qualquer lugar, a gente saiu falando com as pessoas sobre isso. Eu não tinha ideia de quão grande era o caso, pensava que talvez fossem 2 mil pessoas impactadas, ou algo assim. Não tinha a menor ideia de que seriam 200 mil pessoas [que depois se tornariam 700 mil]. Mas então descobri que a Fundação Renova tinha falhado completamente, não iriam pagar nenhuma indenização justa. Tudo isso aconteceu em três ou quatro meses, num período muito, muito rápido.

Não foi fácil. Não há um cálculo matemático que permita a você contabilizar a perda do rio Doce, do prazer que alguém tinha no rio. É o que nós chamamos de dano moral. Mas o que fizemos foi distribuir questionários para mais de 600 mil clientes, com mais de 700 perguntas, sobre o que mudou com as perdas que sofreram, os danos psicológicos. Alguma coisa mudou na rotina deles desde então? Basicamente, quais eram seus empregos, o que faziam pela família, etc. A mesma coisa com negócios e municípios que representamos, pegamos todos esses dados e entregamos ao nosso time de cientistas de  dados, que somam mais de 20 profissionais. Juntos a analistas financeiros e com uma empresa americana de contabilidade forense, eles produziram uma enorme análise para nós. Foi daí que chegamos ao número. Devemos receber a análise completa no meio de outubro. Eles calcularam os valores de coisas como os cuidados, danos morais, quase como uma indenização punitiva pelos danos. Depois, nós desenvolvemos pesquisas de jurisprudência com a Universidade de São Paulo e com o Instituto Getúlio Vargas.

Como esse dinheiro será dividido individualmente para cada vítima?

Nós temos um comitê de clientes, cerca de 30 pessoas, que são as vozes dos nossos clientes na ação. Uma dessas pessoas é Marcelo Krenak, que representa a comunidade indígena. E se houver negociações com a BHP, Vale e Samarco, esse comitê tomaria as decisões sobre como os valores recuperados na ação podem ser divididos entre os reclamantes. Isso se houver um acordo, se for para a corte, depois da decisão do judiciário, eles avaliarão os valores individualmente.

Na câmara dos deputados, vocês apresentaram um valor médio de R$ 121 mil por vítima, certo? 

Isso. O valor médio para os povos indígenas é maior, não consigo precisar quanto. Mas há valores, no geral, acima da média, porque são individualizados.

Indígenas e quilombolas afetados pelo desastre em Mariana foram até a sede da BHP na Austrália. Foto: Francisco Proner

Parece um valor médio pequeno, se dividirmos pelos oito anos desde o desastre, dá cerca de R$ 15 mil por ano…

Não é isso o que as empresas dizem. Para eles é uma “quantia escandalosamente alta de dinheiro”, o que é ridículo e terrível, e, para ser honesto, eu concordo com você. A verdade é que não há uma quantia exata de dinheiro que irá genuinamente compensar a comunidade indígena Krenak pela destruição do seu modo de vida. Eu, pessoalmente, acho que a BHP e Vale deveriam estar pagando dezenas de bilhões de dólares de multas para o estado brasiliero, para o governo do Espírito Santo, de Minas Gerais. Mas eles não estão! Eles mal pagaram um centavo em multa. Por isso digo que é criminoso. É criminoso o que aconteceu e é criminoso como, na verdade, eles não foram responsabilizados por isso. Não houve condenações quanto aos procedimentos criminais que foram trazidos contra os diretores responsáveis. Eles sabiam do risco de rompimento da barragem. É como se ninguém nunca fosse para a cadeia por isso, o que é horrendo. Então, eu não discordo de você, mas é o melhor que pudemos fazer usando a jurisprudência, usando a análise de números. 

Entrevista: 'Não há dinheiro para compensar tragédia de Mariana'

Lembro de ter visto alguns estudos em 2015 sobre os cálculos da Samarco em relação a custos com investimentos em segurança e com possíveis indenizações, caso o desastre acontecesse. E financeiramente valia a pena correr o risco. Você acredita que uma vitória jurídica na Inglaterra pode servir como lição para eles?

Nosso processo está em um estágio em que a BHP está sendo obrigada a entregar todos os documentos internos da empresa para nós. Eu não posso discutir exatamente o que eu vi por causa dos termos de confidencialidade do processo legal. Eu vi com meus próprios olhos o que a Vale fez em Brumadinho. Eles calcularam o custo de uma vida. E a indenização que eles pagaram, de R$ 500 mil aos familiares das vítimas, não é nada. Equivale talvez a cerca de 10% do que eles realmente calculam como o valor de uma vida. É criminoso. Então se eu penso que as mineradoras ainda farão esse tipo de coisa no futuro? Sim, eu não acho que eles irão mudar. Eles nunca colocam a segurança acima dos lucros. A Samarco fez isso deliberadamente. Eles sabiam dos riscos e seguiram aumentando a altura daquela porcaria, mesmo com riscos de liquefação. O problema é que a Vale e a BHP chegam a lucros tão altos que, em última análise, apenas não se importam. Mas eu acho importante nós tentarmos extrair a maior punição financeira possível deles, porque é uma maneira de fazê-los pensar, também precisamos conversar com seus acionistas. Foi isso que fomos fazer na Austrália. Os acionistas se preocupam de verdade com os riscos reputacionais. Então acho que há riscos de que isso se repita, mas também acho que casos como esses são capazes de ajudar a combater essas repetições. O mais preocupante que ouvi [audiência pública na Câmara dos deputados, em Brasília] é que o acordo que o governo deve fazer com Vale, Samarco e BHP é fraco. E isso faz com que as mineradoras se livrem dos problemas. Foi o que eles fizeram em Brumadinho e por isso as vítimas estão bravas. Eles pegaram o dinheiro para construir estradas, deram dinheiro a municípios em Minas Gerais que ficavam a quilômetros de Brumadinho, foi uma manobra política. E acho que há um perigo de que isso se repita. 

‘Se acontecer um acordo, as indenizações podem chegar às vítimas nos próximos seis meses. Se seguirmos com o julgamento, deve levar mais uns três anos’.

Qual era o objetivo da viagem com os indígenas e quilombolas na Austrália?

Foi uma viagem extraordinária e os membros das comunidades indígenas e quilombolas puderam se encontrar com senadores australianos, deputados, ministros e com vários acionistas da BHP. Fomos até para explicar diretamente a eles, por meio de nossos clientes, como as atividades da BHP destruíram suas vidas.Nós sempre fazemos a mesma pergunta: se isso tivesse acontecido na Austrália, ainda teríamos oito anos sem justiça e sem resolução? E estamos buscando construir um contraste entre o que a BHP afirma em seu site, e sobre as doações de dinheiro que fazem para grupos australianos que apoiam os direitos das comunidades aborígenes por lá. Estamos dizendo: “olhe que hipocrisia, fingem se importar com os direitos das comunidades indígenas na Austrália, mas há 10 mil indígenas brasileiros brigando na justiça inglesa porque eles [a BHP] destruíram suas vidas.” E mais: eles se recusam a ouvi-los, encontrá-los, apenas seguem com suas atividades. Então o ponto dessa viagem foi esse. Quando levamos essas pessoas para Londres pela primeira vez foi com o mesmo objetivo: trazer a realidade do impacto da mineração aos acionistas. 

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E vocês cobraram alguma forma de punição ou pressão contra a BHP?

Pedimos a eles para pressionar a BHP a fazer um acordo justo. Porque até o momento eles estão contratando advogados caros para tentar se eximir da responsabilidade. Então, basicamente pedimos para dizerem à empresa “façam a coisa certa”, pressionem a empresa. Nada pode mudar o fato de que 19 pessoas morreram e que o meio ambiente foi destruído, certo? Isso já aconteceu. Mas o que eles poderiam fazer é garantir indenizações justas e comprometimento em mudar seus comportamentos no futuro. É essa a pressão que pedimos aos acionistas e políticos para fazerem na empresa, no CEO. 

Indígenas e quilombolas afetados pelo desastre em Mariana foram até a sede da BHP na Austrália. Foto: Francisco Proner

Então eles sabiam sobre o que ocorreu em Mariana?

Sim, eles sabiam, mas não entendiam tudo. Se lembram do desastre, mas não sabiam que as pessoas, depois de oito anos, ainda não podiam pescar, por exemplo. É que também a BHP mente para eles, certo? A BHP diz “nós temos a Fundação Renova, tudo está ótimo” bláblá e todas aquelas merdas. Colocaram um monte de coisas na mídia australiana – e a BHP é muito boa em fazer isso –, gastam centenas de milhões para jogar o mesmo lixo. Eu vi o site deles, as redes sociais, e era importante levar a realidade às pessoas na Austrália, não as mentiras.

Na audiência pública da Câmara dos Deputados, você também disse que eles mentiram à justiça inglesa.

Eu não usaria a palavra mentira no que eles disseram à corte inglesa. Eles distorceram a verdade. Eles não deram informações relevantes. Eu vou usar a palavra inglesa, a palavra saxônica: bullshit (em tradução: baboseira, besteira). Eles só falaram besteiras.

Como vocês conseguiram provar na justiça inglesa que eles distorceram a verdade?

O problema foi o primeiro juiz, ele não apreciou apropriadamente a matéria. Demos a ele inúmeras evidências dos prefeitos, dos membros das comunidades indígenas, de todas as vítimas. E o que a BHP disse não era verdade e tampouco era a realidade. E o juiz da primeira instância não cumpriu seu trabalho apropriadamente, não considerou as evidências, apenas acreditou em tudo que a companhia disse e fez um péssimo julgamento. Foi realmente um terrível investimento. Nós apelamos e, mais uma vez, o juiz nem ao menos leu os papéis apropriadamente. Parece um filme. O problema é que muitos juízes de elite não têm noção da realidade que as vítimas sofreram, da realidade do desastre. Então, nós usamos um procedimento legal, o que chamamos de erros da justiça [miscarriage, em inglês]. Basicamente tivemos de mostrar que eles estavam completamente errados, como quando alguém é condenado e preso injustamente. E tivemos muita sorte, porque pegamos três dos melhores juízes da Inglaterra. E em julho de 2022, eu tive o dia mais feliz da minha vida. Foi extraordinário ter a ação aceita. Eu estava no banco de trás de um táxi quando recebi o e-mail. Comecei a gritar e o taxista perguntou o que estava errado. Eu pulei do táxi e comecei a dançar na rua. Foi, de longe, o melhor dia da minha vida. 

E acredita que o próximo melhor dia deve ser com a vitória definitiva na corte?

Sim! Quer dizer, é difícil saber o futuro. Se acontecer um acordo, e queremos que seja um bom acordo para as vítimas, será quase como um sabor agridoce. Porque uma grande parte de mim quer ver a BHP condenada na corte. Ir ao julgamento dizer que eles se arriscaram deliberadamente e mataram pessoas, que a responsabilidade era deles. É uma dessas coisas de ser um advogado, você precisa balancear os interesses de seus clientes. E, em última análise, o acordo é melhor do que um litígio e julgamento. Mas uma grande parte de mim quer o julgamento, quer responsabilizar a BHP. E se eles não oferecerem um bom acordo para nossos clientes, é isso que nós vamos fazer.

Há riscos de sofrer um novo adiamento? Quando as vítimas devem receber as indenizações?

Não, não. A juíza foi muito clara ao dizer que quer que aconteça no próximo ano. A indenização depende do desenrolar da história. Se acontecer um acordo, as indenizações podem chegar às vítimas nos próximos seis meses. Se seguirmos com o julgamento, deve levar mais uns três anos. 

‘O colapso da barragem foi um crime. Acho que se descreve como assassinato, destruição do ecossistema ao longo da bacia do Rio Doce’.

Acredita que o resultado da ação na Inglaterra pode pressionar a justiça brasileira?

Definitivamente e acho que é uma boa pressão. A história de Mariana é terrível, não há nada de bom para dizer sobre o que aconteceu na sequência da tragédia. Mas houve algumas melhoras desde então. A governança do Renova, algumas das disposições relacionadas às indenizações melhoraram desde 2016. A forma como o acordo em Brumadinho foi colocado, apesar de muitas coisas ruins terem acontecido, algo foi feito. Algo aconteceu. Há processos criminais contra os diretores. De novo, houve atrasos, mas foram mais rápidos do que em Mariana. Eu espero que o caso na Inglaterra provoque mudanças positivas no Brasil. Acho que importante ressaltar o que falei na Câmara sobre os crimes. O colapso da barragem foi um crime. Acho que se descreve como assassinato, destruição do ecossistema ao longo da bacia do Rio Doce. Mas e o que aconteceu depois? Há inúmeros diferentes tipos de corrupção no Renova e pelas empresas que pagam seus impostos à fundação, usando-o, basicamente, como um esquema para limitar suas responsabilidades fiscais, a falta de auditoria e sensibilidade, a maneira como o dinheiro foi usado. Houve fraudes entre advogados individuais em relação às vítimas em termos de indenizações. Não apenas o crime do rompimento da barragem, mas depois apenas a continuação da violação de direitos das vítimas oito anos após o acontecido. Isso precisa acabar.

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