MP pede interdição do presídio de Ouro Preto por superlotação

O Ministério Público Estadual entrou com uma ação civil pública contra o Governo de Minas Gerais, com pedido liminar de interdição do presídio de Ouro Preto, no dia 12 de setembro. O documento diz que a ação tem como pretensão o provimento judicial para evitar graves ofensas aos direitos mínimos dos presos, seja no regime fechado ou semiaberto que o MP diz ter se tornado insustentável diante da falta de respeito à saúde das pessoas detidas.

Inicialmente, o MP destaca as violações sofridas pelos presos no presídio de Ouro Preto, citando as precárias condições do estabelecimento prisional. “É fato público e notório (que, por isso mesmo, “não depende de prova” – segundo o comando vertido no artigo 374, inciso I, do Código de Processo Civil) que, devido à incompetência administrativa do Estado, os internos têm sobrevivido num local absolutamente insalubre e superlotado, com inegáveis violações aos seus direitos humanos”, afirma na ação civil.

No documento, o MP cita algumas das violações aos direitos humanos contidas no presídio de Ouro Preto:

  • População carcerária acima da capacidade máxima; ausência de camas para todos os presos;
  • ausência de alimentação adaptada em razão de saúde;
  • Ausência de determinados profissionais da saúde, incluindo médico, psicólogo e enfermeiro, e número insuficiente do único profissional existente, auxiliar/técnico em enfermagem;
  • Ausência de assistência jurídica contínua;
  • Ausência de garantia de visita intima.

A capacidade máxima do regime fechado é de 67 presos e, segundo o MP, existem 149 pessoas no referido regime divididos em 12 celas. Além disso, não há no presídio uma comissão técnica de classificação dos condenados em razão da ausência de psicólogo. De acordo com o ofício, há apenas seis agentes penais para prover a segurança da unidade.

Em relação ao regime semiaberto, que é realizado no Programa Liberdade e Assistência ao Encarcerado (PROLAE), a capacidade de reeducandos é de 42 e existem 35 atualmente, tendo apenas dois agentes penais, um para o turno da manhã e outro para o turno da tarde, para vigilância dos acautelados. Além disso, há apenas um sanitário para as pessoas que estão no processo realizado pela PROLAE, não há adaptação das alimentações por motivo de saúde, nem determinados profissionais da saúde, incluindo médico, psicólogo e
enfermeiro, e o número do único profissional existente, auxiliar/técnico, é insuficiente. Por fim, ainda destaca-se a ausência de assistência jurídica, a ausência da ausência de visitação, ainda que social, e o banho de sol inadequado.

“Existe falta de agente penitenciário. Sempre houve uma escassez no número de agentes, porque geralmente são contratados por prazos determinados. Depois que eles saíram, não tem efetivos para garantir nenhum direito para os presos. Por exemplo, para os presos do PROLAE, tem um agente de dia apenas e outro a noite. Então, os presos não tinham nem o direito de receber visita, porque não era possível garantir a segurança com a visita dos presos. Não tem gente para liberar banho de sol todos os dias. Não tem técnico em enfermagem efetivo para separar o medicamento controlado dos presos”, contou o presidente do PROLAE e secretário de Governo de Ouro Preto, Yuri Assunção, ao Jornal Galilé.

Em relação ao banho de sol e a visitação, o presídio de Ouro Preto informou ao MP que:

  • As dependências do PROLAE indispõe de um ambiente adequado à segurança no que se refere à visitação (pátio), e também não há Policiais Penais suficientes para cumprimento efetivo dessa demanda, pois o Presídio de Ouro preto está com lotação muito acima de sua capacidade, enfrentando dificuldades inclusive para a visitação do Regime Fechado.
  • As visitas do Regime Fechado ocorrem semanalmente, aos finais de semana, com divisão de dias específicos para cada cela.
  • O banho de sol é realizado minimamente 3 (três) vezes durante a semana com duração de 03 horas, sendo os dias em que ocorre dependentes da disponibilidade de Policial Penal no plantão.
  • No PROLAE não há espaço adequado para realização do banho de sol, os custodiados ficam soltos em um ambiente totalmente aberto e sem proteção, momento em que muitas vezes já foram flagrados praticando ilícitos como esconder drogas, aparelhos celulares e afins na região de mata dos arredores.

“Foram tomadas diversas medidas objetivando sanar tais precariedades, mas o Executivo Estadual mostra-se resistente a realizar as adequações necessárias”, diz a ação civil pública.

O MP também não poupou críticas a estrutura física e organizacional do presídio de Ouro Preto. “É de péssima qualidade e necessita, urgentemente, de novas instalações, uma vez que a sociedade, cada dia que se passa está mais insegura, primeiro porque os presos que estão reclusos podem fugir a qualquer momento, segundo porque os que não fugirem retornarão ao convívio social muito mais perigosos do que entraram, porque aquele lugar nada mais é do que uma escola do crime”.

“Situação insustentável”

O quadro do estabelecimento prisional de Ouro Preto era composto somente por uma técnica em enfermagem, cujo contrato venceria em janeiro, e uma assistente social. Por conta do fim do contrato com uma das profissionais e a aproximação das férias regulamentares da servidora, iniciou-se um diálogo junto ao Município para que haja um suporte profissional para suprir a carência.

Pelo nível de emergência da situação, o Município cedeu uma técnica de enfermagem ao presídio por maior intervalo de tempo. Contudo, o contrato com a servidora cedida informalmente se encerraria no dia 29 de julho e, assim, as ações de saúde da unidade entrariam em colapso.

Por mês, são realizados ou coordenados os seguintes procedimentos pela Técnica em Enfermagem:

  • 8 mil comprimidos mensais, separados e enviados para os indivíduos privados de liberdade (IPLS);
  • Oito atendimentos presenciais diários aos indivíduos privados de liberdade — acompanhamento/evolução/triagem (a referida profissional trabalha 5 vezes por semana);
  • 12 Triagens para consultas com médico clínico geral (o médico atende uma vez por semana, nesta Unidade Prisional, oferecendo orientações gerais, para a Técnica em Enfermagem, fora desse dia, quando necessário);
  • Preenchimento de prontuários dos atendimentos realizados; 40 encaminhamentos mensais (urgências/emergências a UPA/Hospital, CAPS, consultas especializadas, fisioterapias, tratamentos odontológicos etc);

Sendo assim, o MP sugeriu, se possível, a permanência da técnica em enfermagem no presídio de Ouro Preto, por meio da renovação de contrato pelo município de Ouro Preto.

Decisão judicial

O pedido do MP já chegou até a 2ª Vara Criminal da Comarca de Ouro Preto. Haverá oportunidade para o Governo de Minas se manifestar antes de determinar ou não a interdição e esse prazo já está em curso. A decisão será tomada nesta semana ou na próxima.

Existe uma peculiaridade no presídio de Ouro Preto. De acordo com o juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Ouro Preto, Aderson Antõnio de Paulo, metade dos presos da unidade são de Itabirito, pois houve transferência dos detidos, após o risco de rompimento das barragens do complexo de Forquilhas. O estabelecimento prisional também não comporta mais presos que praticaram crimes sexuais, porque não há uma segurança adequada para mantê-los na cidade, assim como a cela feminina. Todas as mulheres em conflito com a lei do município vão para Vespasiano.

“Há superlotação, não há nenhum eufemismo em dizer que hoje nós temos mais de 140 presos aqui em Ouro Preto. Nós não estamos recebendo mais presos e estamos empenhados em diminuir o número de presos por cela em Ouro Preto, mas ainda assim o presídio tem uma quantidade de internos muito maior que a capacidade dele”, declarou o juiz em entrevista à Rádio Real FM.

Jornal Galilé fez contato com o diretor do presídio de Ouro Preto, Vanderlei José Vieira Júnior, que preferiu não comentar sobre o assunto. Também houve tentativa de contato por várias vezes com a Assessoria de Comunicação Social do Departamento Penitenciário de Minas Gerais e com a Subsecretaria de Administração Prisional, mas ambos não atenderam as ligações.

FONTE GALILÉ

Boate superlotada é interditada pelos bombeiros

Estabelecimento tinha capacidade de receber cerca de 60 pessoas, mas pelo menos 200 participavam de festa. Regras de segurança também estavam em desacordo

Uma boate que funcionava de forma irregular foi interditada pelo Corpo de Bombeiros, na madrugada deste domingo (24/10), em Perdizes, no Alto Paranaíba. Segundo a instituição, o estabelecimento, que funcionava como restaurante durante o dia, recebia pelo menos 200 pessoas no momento da abordagem, sendo que o espaço tinha capacidade para receber cerca de 60 clientes.

Ainda segundo os bombeiros, o local havia sido denunciado e passado por vistoria anteriormente. Em setembro, o proprietário havia negado que o espaço funcionava como casa de shows aos fins de semana e durante às noites.

Nessa madrugada, militares do quartel de Araxá, com apoio da Polícia Militar e da força-tarefa de combate à COVID-19 de Perdizes, fizeram uma nova visita ao estabelecimento, quando foi constatado a superlotação. Um evento acontecia no momento da vistoria.

Além da superlotação, os bombeiros detectaram irregularidades nas saídas de emergência, extintores, guarda corpos, corrimãos e iluminação e sinalização de emergência. Os militares afirmaram que os itens de segurança estavam em desacordo com as normas. Em alguns casos, eles sequer existiam.

Com a interdição, o proprietário do espaço terá que regularizar a situação junto ao Corpo de Bombeiros, apresentando o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

FONTE ESTADO DE MINAS

“Se estiver lotado, não tome o ônibus”, pede vereador André Menezes ao criticar superlotação em coletivos

O Vereador André Menezes/CORREIO DE MINAS

Os flagrantes de imagens e vídeos de superlotação em coletivos da Viação Presidente preocupam o Vereador Andrè Menezes (PPT). Nesta semana, a Câmara aprovou um requerimento de inciativa do parlamentar em que cobra do Executivo Municipal informações sobre as providências tomadas em relação  a concessionária do transporte público, acerca das normas sanitárias adotadas em razão da pandemia de coronavírus

Segundo ele,  inúmeras denúncias de descumprimento de medidas, como por exemplo o transporte de passageiros em pé, o número reduzido de horários, dentre outras. “Se estiver lotado, espere um novo coletivo. Que a empresa aumente a frota disponível a população e amplie os horários”, assinalou Menezes.

Já o Vereador Sandro José (PROS) pediu informações sobre a higienização dos ônibus. “Será que eles fazem a constante higienização de bancos e corrimões a cada viagem? E no terminal rodoviário?”, questionou.

À beira de um colapso, Juiz anuncia medidas para estancar crise no presídio que comporta 3 vezes mais nº de presos; familiares voltam a protestar em frente ao fórum

 

Para o magistrado, graves problemas da unidade refletem o estado alarmante dos presídios do Estado; 50 presos foram transferidos para APAC

Juiz Paulo Roberto anunciou medidas emergências esta tarde.

Nesta quinta-feira, 23 de maio, o juiz da Vara Criminal e de Execuções Penais Paulo Roberto da Silva anunciou as medidas que foram tomados por ele, especialmente nos últimos dias, para aliviar a grave situação em que se encontra o presídio de Lafaiete, unidade à beira de um colapso.

O magistrado recebeu a imprensa local em seu gabinete a fim divulgar as ações. Na oportunidade também conversou com representantes dos familiares dos presos, após estes realizarem manifestação ao lado de fora do fórum.

O juiz confirmou informou que transferiu 50 presos para a APAC de Lafaiete. Segundo ele, isso foi possível por meio da antecipação da prisão domiciliar de 50 internos. Com isso, não houve um comprometimento maior da capacidade da unidade, que hoje também está no limite. Essa decisão foi tomada com base em determinação de uma portaria do TJMG, que orientou os juízes do Estado a realizar um mutirão para revisar as necessidades dos presídios. Cerca de 16 presos foram autorizados pelo magistrado a deixar Lafaiete. Porém, o destino e as consciências destas transferências foram delegadas  à direção do presídio.

Atendendo à orientação do Tribunal De Justiça (TJMG), desde o início do mês o magistrado está revisando a situação do quantitativo de presos, uma vez que muitos destes podem obter a mudança de regime. Segundo ele, a revisão cabe também aos demais juiz criminais da comarca.

Familiares de presos fizeram protestos em frente ao fórum e foram recebidos pelo Juiz Paulo Roberto

Contudo, o juiz admitiu que essas medidas são paliativas. Não resolveria de fato todos os problemas atuais da unidade que, segundo ele, são crônicos. “Em verdade desde 2009 estamos enfrentando a superlotação, mas que se agravou nos últimos meses. Essas decisões vem para nós aliviar, porque sabemos que o problema do presídio faz parte do quadro alarmante do sistema prisional do Estado. Um problema social gravíssimo”, afirmou.

Sobre as reivindicações dos familiares, o magistrado disse que tomou conhecimento e mandou averiguar todos os fatos. No entanto, disse que a direção do presídio tem autonomia para adotar medidas.

Por outro, para defrontar a situação conclamou o trabalho de investigação do Ministério Público e providências do Estado. “Fazemos nossa parte, mas todos os problemas e reivindicações decorrem da superlotação, que hoje é de 380 presos, num lugar que comporta apenas 102. Um tremendo desafio administramos toda esse situação”, assinalou, desafio que “se agravou de janeiro para cá, e chegou ao ápice esta semana”. O presídio local, informou, ainda recebe presos de outras localidades,  como Ouro Branco, Piranga e Carandaí.

APAC feminina

Nesta sexta-feira, 23, será inaugurada em Lafaiete, a Apac feminina. O juiz informou que a cerimônia terá a presença do presidente do TJMG.

Reportagem: Eduardo Maia

Familiares denunciam transferências arbitrárias de presos no presídio de Lafaiete e situação chega a Assembleia de Minas

Desde segunda-feira, dia 20, o presídio de Lafaiete vive um clima de insatisfação e revolta motivadas pelos maus-tratos e superlotação as celas. Familiares acionaram a redação do site Correio de Minas denunciando que hoje, dia 22, 10 detentos foram transferidos de forma involuntária e arbitrária, sem comunicação a seus entes, para diversos presídios espalhados pelo Estado, como Três Corações, Aimoré, Ubá, Mantena, etc. Na segunda-feira, 20, 6 outros presos também foram encaminhados para outras unidades prisionais por supostamente liderarem motim em Lafaiete.

Restos de alimentação deixados do lado de fora do presídio em que relata greve de fome

Hoje, dia 22, a representante do Ministério Público esteve no presídio e ouviu relatos das condições sub-humanas em que vivem os presos, chegando a 33 em apenas uma cela. Familiares enviaram a nossa redação fotos em que mostram restos de comida depositados do lado de fora do presídio, confirmando greve de fome de muitos detentos. Eles disseram também que novos detentos serão transferidos nos próximos dias.

Ontem, dia 21, os familiares procuram os vereadores de Lafaiete e entregaram uma carta escrita de próprio punho pelos presos, em que relatam as condições precárias da unidade. Nesta quinta-feira, dia 23, estão previstas várias manifestações dos presos.

Audiência e entrevista

Com exclusividade, nosso site descobriu agora há pouco que o deputado Glaycon Franco (PV) conseguiu aprovar na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas requerimento para a realização de uma audiência pública, ainda sem data definida, para discutir problemas e propor soluções para presídios de Minas, incluindo o de Lafaiete.

Amanhã também o juiz da Vara Criminal e de Execuções Penais, Paulo Roberto da Silva, concede entrevista à imprensa para explicar a situação do presídio de Lafaiete, diante do motim dos detentos. Na sexta-feira, 24, será inaugurada em Lafaiete a Apac (Associação de Proteção e Amparo) que tabalhava uma mova metodologia de inserção, dignidade e resgate da auto estima das recuperandas.

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