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Namorado que assassinou Jovem grávida vai a júri popular; familiares relatam a dor e vazio desde a morte de Tatiane

Quase 2 anos depois, a família de Tatiane Kátia Gomes ainda não absorveu o assassinato da jovem e procura por explicações que motivaram o namorado dela, Caíque Lucas de Miranda, de 23 anos, a cometer a atrocidade no dia 8 de junho de 2017. O crime ocorreu na localidade de Matadouro, zona rural de Rio Espera. A moça tinha à época 23 anos. Após o assassinato, Caíque foi preso e o caso agora a júri popular no próximo dia 16, no Fórum de Lafaiete.

Amigos e familiares já preparação de uma grande mobilização em Lamim e cidades da região para repercutir o julgamento. Duas vans já foram contratadas e diversos carros particulares virão a Lafaiete no dia do julgamento. A intenção e despertar a região para o feminicídio.

Segundo Silmara Cássia Gomes, de 23 anos, irmã de Tatiane, haverá um protesto pacífico com faixas e cartazes. Vestidos com uma camisa na qual estará estampado o rosto da vítima, os amigos e familiares vão pedir justiça no crime. “Foi muita covardia e frieza. Minha irmã sofreu nas mãos do assassino. Foi estrangulada e teve diversas partes do corpo quebradas. A condenação não vai aliviar por completo o vazio e tristeza que ficaram, mas vai restituir a verdade”, afirmou Silmara.

Ela conta que desde a morte da irmã, a família está abalada emocionalmente e até hoje as lembranças de Tatiane estão vivas no dia a dia. “A nossa casa ainda não voltou ao normal. Ela encantava a todos pela simplicidade e simpatia”, recorda Silmara. Ela conta que os pais ainda vivem o martírio da perda precoce da jovem. “Nossa família não voltou ao normal”, relatou.

Tatiane era a filha mais de velha de uma família de 6 irmãos. Ela foi candidata a vereadora em Lamim, trabalhou na secretaria municipal de saúde e formou em radiologia em Viçosa. Antes da morte, ela trabalhou nos Hospitais São Vicente e São Camilo. Como ficou grávida, afastou-se dos serviços e trabalhava no açougue da família em Lamim.

O caso

Crime revoltou e chocou a região. De acordo com o boletim de ocorrência, militares foram acionados pelos pais de Tatiane quando contaram que a ela saiu de Lamim, na noite de quinta-feira, dia 8 de junho, para ir até a casa do namorado, a 8 km de distância. A mulher chegou a dizer para a família que não demoraria, mas não retornou. Preocupados, os familiares deslocaram até o imóvel do homem em Rio Espera, localizado no “Sítio dos Amantes”.

Lá, a mãe chamou por Tatiane e pelo genro, mas ninguém atendeu. A residência estava toda trancada, mas, por uma das janelas, foi possível visualizar a vítima deitada em uma cama. Os pais chamaram pelo nome da grávida por várias vezes e, como ela não respondia, resolveram acionar a polícia. Os policiais deslocaram até o sítio e, sem as chaves, precisaram arrombar duas portas, a da cozinha e a do quarto em que a mulher estava.

O corpo de Tatiane já apresentava em rigidez e o óbito foi constatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao lado do corpo foi encontrado o bilhete. Dois depois do crime, Caíque se apresentou a Polícia em Ouro Branco desde quando está recolhido ao presídio em Lafaiete. Segundo familiares, Tatiane saiu de casa com os documentos pessoais e um celular, que não foram localizados no imóvel.

O bilhete

Caíque confessou o crime durante audiências que culminaram no júri popular. Tatiane estava grávida de 5 meses quando foi assassinada. Segundo consta, o autor deixou um bilhete com a frase ao lado do corpo de Tatiane: “o filho não é meu”. A família colheu sangue do feto que comprovou, através do DNA, que o filho era fruto do relacionamento entre Tatiane e Caíque.

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