Petrobras volta a reajustar preços da gasolina e do diesel e consumidor se questiona sobre quando será o fim do movimento de alta
Um novo reajuste nos preços dos combustíveis foi anunciado pela Petrobras na última segunda-feira, 25, preocupando ainda mais o brasileiro que precisa encher o tanque. A gasolina teve aumento de 7,04%, enquanto o diesel subiu 9,15% nas refinarias.
A alta acumulada no ano chega a 65,3% para o diesel e a 73,4% para a gasolina. Nas bombas, os produtos ficaram 33,05% e 39,6% mais caros, respectivamente. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Esses preços são compostos pela realização da Petrobras, pelos tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), e pelo lucro das distribuidores e revendedoras. Além disso, o consumidor também paga pelo etanol anidro, usado na mistura da gasolina, e pelo biodiesel, que é misturado ao diesel.
Além de todos os agentes envolvidos, a disparada nos preços dos combustíveis recebe impulso da desvalorização do real frente ao dólar. Até a última sexta-feira, a moeda norteamericana acumulava alta de 8,5% no ano.
“Eu destacaria que o principal culpado para a alta do preço do combustível é o câmbio, de longe. O petróleo já esteve num valor acima do atual, e o combustível não custava o que custa hoje”, avalia Walter de Vitto, analista da consultoria Tendências.
Câmbio e crise política
A incerteza política fortalece a desvalorização da moeda brasileira, em especial declarações que remetem a um possível desrespeito ao teto de gastos. Esse tipo de crise não só eleva o dólar, mas também reduz as chances de aprovação de políticas públicas no Congresso.
Outro item que deve ser adicionado a essa mistura é a cotação do petróleo no mercado internacional. “Com essa alta do preço (do petróleo) no mercado internacional, o preço do combustível fica mais alto logo na partida”, afirma Juliana Inhasz, professora e coordenadora da graduação em economia no Insper.
Petrobras e ICMS
A atual política de preços da Petrobras segue a paridade com o mercado internacional. Ou seja, os preços de venda da estatal acompanham o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial, tornando os combustíveis sujeitos a muita oscilação.
Como a Petrobras domina o mercado, qualquer pequena mudança adotada pela empresa tem potencial de impactar todos os elos da cadeia.
Apesar disso, o governo atribui a alta nos preços ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de competência estadual. Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro disse que os valores estão mais caros por conta da “ganância dos governadores”.
Ainda não se sabe até onde vai a escalada dos combustíveis, já que no início de outubro Bolsonaro afirmou que não vai congelar o preço “na canetada”.
FONTE CAPITALIST