Situação precária do Centro Controle de Zoonoses (CCZ), de Lafaiete, foi alvo de intensas críticas e denúncias de abandono. Ao ler um manifesto da “ONG Protetores Independentes”, na Tribuna da Câmara, o Vereador Oswaldo Barbosa (PV) denunciou o abandono do equipamento, com falta de insumos, medicamentos e uma estrutura indigna para receber os animais. “Se fossem os funcionários e os grupos de proteção animal, o nosso CCZ já estaria fechado. É muito descaso”, disparou.
A Vereador Damires Rinarll(PV) lembrou que a reforma do equipamento foi pauta de diversas reuniões e promessas de reformas pelo Executivo. “Até agora não tivermos uma resposta positiva e prática. O funcionamento do CCZ é um ato de resistência”.
Erivelton Jayme (Mais Brasil) contou que a prefeitura divulgou há vários anos um projeto de reforma do local. “Tudo ficou na maquete”.
Desabafo da proteção animal de Conselheiro Lafaiete
A ONG Protetores Independentes divulgou um desafabo. “Estamos cansados de nos calar. Estamos cansados de ouvir promessas. Estamos cansados de assistir inertes ao descaso para com as vidas dos nossos irmãos menores: os animais internos do CCZ. E principalmente: estamos cansados de assistir, a cada 2 anos, estes pequenos seres, que são o amor em sua forma mais pura, serem usados como trampolim eleitoral para que demagogos ascendam a cargos políticos sem que haja nenhuma contrapartida real. Promessas, promessas, promessas. Chega! Estamos cansados!
Passemos então a falar sobre o CCZ, sem nenhuma polidez política, pois o atual executivo só entende a linguagem de confronto! Comecemos citando: Ice, Parrudinho, Rebaixada, Estopinha, Banzé, Florzinha, Aurora, Taz, Rita Cega, Menina, Jade, Lobão, Luvinha, Platinada. Já passamos de 10, né? Pois bem: esses são os nomes de alguns dos animais internos no setor que morreram no ano passado devido a brigas entre matilhas por falta de manutenção no setor. Se isto não for maus tratos, podemos rasgar a código penal.
Dipirona, anti-parasitários, amoxicilina, cloreto (para realização de eutanásia), rifamicina, ungüento, antipulgas e anticarrapatos, sedativos e anestésicos, itraconazol. Completamos novamente 10 itens, certo? Pois bem, estes também são itens que constantemente são pedidos nas redes sociais por estarem em falta no setor. O que podemos dizer sobre deixar um animal de rua recolhido, cuja avaliação veterinária recomenda eutanásia vir a óbito sentindo dor por falta de anestésico e medicação para cessação de batimentos cardíacos? Isso configura maus tratos?
Agora falemos de políticas públicas: manter dentro do setor um esgoto a céu aberto, por onde escorrem fezes e demais resíduos orgânicos após uma pseudo-higienização de um canil. Sim, vocês entenderam certo: as fezes que escorriam rua abaixo anos atrás agora escorrem por um barranco, em direção ao batalhão da polícia militar. O que isso configura? Crime contra a fauna? A flora? Ou o objetivo é pura e simplesmente manter um criadouro de mosquito-palha para a continuidade da disseminação da leishmaniose? Quantas Mirnas e quantos Chicos serão necessários padecer dessa doença para que o poder público saneie isto no CCZ e garanta a dedetização do setor a período certo, como manda a lei? Aproveitamos para provocar o prefeito municipal para ir ao setor e constatar, pessoalmente, esse problema!
Continuando, pontuemos sobre os cavalos que desfilam noite e dia pelo centro e bairros centrais da cidade, repletos de carrapatos! Seria cômico – só que não – se a prefeitura colocasse um carro de som seguindo os animais, a verbalizar pelos auto-falantes “olha a babésia, olha a erliquiose! Pegue grátis aqui o seu carrapato e garanta a doença para o seu animal. E você, grávida, garanta aqui a sua bactéria transmissora de febre maculosa!” É, gente, seria cômico se não fosse trágico. Quantos Negões e quantas Amarelinhas serão necessários morrer de doença do carrapato para que a prefeitura recolha definitivamente estes animais das ruas e puna com veemência os proprietários irresponsáveis destes animais?
Resumindo: estamos cansados. E agora também estamos desesperados porque não há mais pra onde correr. Resta-nos apenas assistir aos animais morrendo, assistir os agentes públicos municipais trabalhando assiduamente em tragédias Brasil afora, menos na cidade onde são pagos para tal e, cruelmente, assistir os excelentes profissionais que integram o corpo técnico do CCZ ficarem doentes. E veja bem: estamos elogiando aqui ao corpo técnico do setor. Você, que ocupa cargo político, realize o seu trabalho com zelo, resolva as questões citadas anteriormente e tenha certeza que, a seu tempo e hora corretos, será reconhecido. Por hora, não vamos mais nos silenciar porque “quem concorre para o crime, seja por ação ou omissão”, segundo o Artigo 29 do código penal, é considerado co-autor e passível também de punição.
Sem mais para o momento, aguardamos as providências e aproveitamos a oportunidade para agradecer ao vereador que nos atende o pedido de socorro.