No último dia 29, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente através da Guarda Ambiental Municipal embargou uma obra da Vale na malha ferroviária do Trem Turístico, localizado próximo de Passagem de Mariana. Desde o começo das intervenções a população do distrito reclama de danos na estrutura das vias, bem como danos ambientais. A empresa Tecnosonda foi a contratada pela mineradora para dar andamento das obras no famoso “Trem da Vale”.
No ofício apresentado à Câmara de Mariana, o procurador municipal, Juliano Barbosa comunica que diligência internas envolvendo as secretarias de Meio Ambiente, Obras, Demutran, SAAE, Defesa Civil, decidiram manter os autos de infração e os embargos da obra. A motivação do embargo é o descumprimento da legislação ambiental vigente. A empresa não possui a licença corretivas, causando danos e transtornos socioambientais.
No documento que profere o embargo, são dispostas diversas imagens que comprovam os danos causados pela obra nas localidades. São várias vias danificadas, devido a passagem de diversos caminhões pesados. Em uma reunião o alarmante número de 120 viagens diárias foi divulgado. Vale destacar que todo esse translado é feito por dentro do distrito de Passagem.
Desde janeiro, época de chuva, os moradores da Rua João Batista estão enfrentando sérios problemas. Afinal, é por lá que os caminhões da obra trafegam rumo às intervenções. O asfalto da rua cedeu diversas vezes, inclusive quando um ônibus Tarifa Zero trafegava pelo local.
Os moradores solicitaram a implementação de regras mais rígidas de controle de tráfego e a realização de obras mais abrangentes. Diversas reuniões aconteceram com o legislativo, executivo da cidade e responsáveis pelas obras.
Na última reunião, no gabinete do prefeito Edson Leitão (Cidadania) ficou acordada uma reunião futura entre a Vale, o Poder Executivo e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) para analisar a proposta de substituição das redes de esgoto e águas pluviais. Os moradores esperam que essa reunião resulte em uma responsabilidade assumida pela Vale e em melhorias tanto para os problemas individuais quanto para a comunidade como um todo.
Uma fonte afirmou que mesmo com o embargo, a situação da Rua João Batista segue precária:
“Mas a obra foi embargada e a rua ficou abandonada, com esgoto aberto e numerosos buracos. A única mudança foi a interrupção do trânsito dos caminhões super pesados”, revelou.
O TREM DA VALE
A Vale concluiu, em 2006, a revitalização de 18 km da ferrovia entre Mariana e Ouro Preto, incluindo a reforma de quatro estações ferroviárias, incluindo a Estação Ferroviária de Mariana. As locomotivas também receberam um design mais moderno, mantendo suas características originais. Além disso, a empresa lançou o Programa de Educação Patrimonial Trem da Vale, que esteve ativo de 2006 a 2015.
Infelizmente, a Estação Ferroviária foi fechada por tempo indeterminado devido à chegada da pandemia da Covid-19 em 2020 e à propagação do vírus. Como medida preventiva, a Vale, empresa responsável pelos passeios de trem, suspendeu todas as atividades culturais e turísticas. Desde então, iniciaram-se as obras de restauração do prédio da estação, que ainda estão em andamento e aguardam conclusão. Essa situação também impossibilitou a recuperação das atividades culturais que destacavam a história desse valioso patrimônio.
FONTE JORNAL GALILÉ
