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Porto seco para descarga de minério em distrito histórico gera polêmica

Debater os impactos do porto seco e das demais atividades de mineração nos distritos de São Gonçalo do Bação e de Mangue Seco, em Itabirito (Região Central de MG). Esta é a finalidade da audiência pública que a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza nesta terça-feira (4/7/23), às 10 horas. Solicitada pela deputada Bella Gonçalves (Psol), a reunião será realizada no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência, sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Na justificativa da audiência, a parlamentar destaca que o vilarejo de São Gonçalo do Bação é cercado de matas, cachoeiras, nascentes e, ainda, afluentes do Rio das Velhas. Toda essa bacia hidrográfica é fundamental para o abastecimento hídrico de Itabirito e da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Tradição histórica e cultural

Além disso, os distritos de São Gonçalo do Bação e de Mangue Seco contam com uma rica tradição, que inclui igrejas e casarões históricos e becos. Esse conjunto arquitetônico associado à riqueza do meio ambiente compõe os modos de vida ali estabelecidos.

No entanto, afirma o requerimento, esse cenário está ameaçado por diversas atividades minerárias, que agora serão potencializadas pela construção de um porto seco. A costrução desse terminal para descarga do minério extraído ficará a cargo da empresa Bação Logística S.A.

Segundo a deputada Bella Gonçalves, a população do distrito de São Gonçalo do Bação e da região não concorda com a instalação do porto seco. Pelo projeto, a obra ficaria a cerca de um quilômetro da igreja local, que é um patrimônio histórico tombado, e também ao lado das cachoeiras da cidade. “Se for instalado, esse porto seco vai trazer um impacto muito grande para a saúde, as águas, o turismo, que são os potenciais de São Gonçalo do Bação”, alertou.

A requerimento da deputada Bella Gonçalves, Comissão de Meio Ambiente vai debater impactos da mineração em distrito de Itabirito: Foto: Guilherme Bergamini

Modo de vida local

Ainda na avaliação da parlamentar, é importante a população local conhecer o impactos sociais, históricos e ambientais envolvidos nessa questão. “Se for algo que vai modificar o modo de vida, afetar o turismo e a cultura local de forma irreversível, a comunidade tem, inclusive, o direito de dizer não à instalação desse porto”, completou.

Para a reunião desta terça (4), foram convidados representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Também foram chamados dirigentes das áreas de meio ambiente e patrimônio histórico de Itabirito, além de representantes da Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação.

  • Foto Capa: Divulgação Radar Geral

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