Em cerca de 4,5 bilhões de anos de existência, o planeta Terra passou por pelo menos cinco grandes extinções em massa — e é bem provável que estejamos no sexto fenômeno do tipo justamente no período em que vivemos.
O paleontólogo Mario Cozzuol, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cita outra característica fundamental desses acontecimentos: eles aconteceram de forma homogênea em todas as partes do mundo.
“Falamos de eventos em escala global, com uma grande extensão, num tempo geólogo relativamente próximo”, acrescenta.
As extições em massa são:
A primeira: Ordoviciano-Siluriano, 440 milhões de anos atrás, com o desaparecimento de 85% das espécies, especialmente de pequenos seres marinhos invertebrados. Entre as possíveis causas para a crise, os cientistas apontam a movimentação dos continentes em direção ao pólo sul, as quedas na temperatura, a formação de glaciares e a redução do nível dos mares (dos quais boa parte da vida dependia).
Segunda: Devoniano, 370-360 milhões de anos atrás. que varreu do mapa entre 70 e 80% de todas as espécies.Ainda não há consenso sobre os motivos por trás dessa extinção em massa. As evidências apontam para diversas alterações no ambiente, como aumento e redução intercalados da temperatura, elevação e baixa do nível dos oceanos e uma queda na concentração de oxigênio na atmosfera.
O terceiro foi o Permiano, 250 milhões de anos atrás. É possível que a movimentação dos continentes, as erupções vulcânicas, o aquecimento do clima e o aumento da acidez dos oceanos tenham representado o fim da linha para muitas espécies que habitavam o planeta.
“Alguns cientistas apontam que a Terra foi atingida por um grande asteroide, que encheu o ar de partículas de poeira, bloqueou a luz solar e provocou chuvas ácidas. Outros pensam que uma grande explosão vulcânica aumentou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) e tornou os oceanos tóxicos”, detalha o Museu de História Natural de Londres.
O quarto é conhecido como Triássico, 200 milhões de anos atrás. A principal explicação para o fenômeno é a separação da Pangeia, o supercontinente que reunia praticamente toda a superfície terrestre do globo. Essa atividade geológica colossal elevou a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, deixou os oceanos mais ácidos e engatilhou a erupção de vários vulcões.
Já o quinto é o Cretáceo, 65 milhões de anos atrás, o mais famoso, que acabou com os dinossauros. Acredita-se que o asteroide tenha sido o gatilho para uma série de mudanças no ambiente — poeira, diminuição da luz solar, morte das plantas, redução de oxigênio, chuvas ácidas, atividade vulcânica — que acabou com esses répteis aos poucos, ao longo de um milhão de anos.
O sexto fenômeno, e que cientistas acreditam que estejamos passando é o ‘Antropoceno’, 2022. As pesquisas apontam que a atividade humana está por trás disso e tudo só tem piorado nos últimos séculos.
“Desde a Revolução Industrial, nós estamos aumentando a pressão sobre a natureza ao usar os recursos, sem pensar em como recuperá-los”, aponta o Museu de História Natural de Londres.
FONTE REVISTA RCP