Movimento turístico na cidade de São Romão, que chegou a registrar a maior temperatura de 2023 em setembro, cresceu consideravelmente
Com apenas 10.315 habitantes e banhada por três grandes rios (São Francisco, Paracatu e Urucuia), o município de São Romão, localizado no Norte de Minas Gerais, registrou esse ano temperatura máxima de 43,5°C e chegou a bater o recorde no Brasil. A temperatura foi registrada pelo Inmet (Instituto Nacional de Metereologia) em 26 de setembro.
Desta forma, o nome do município foi mostrado por vários meios de comunicação que divulgaram matérias com a lista das cidades mais quentes do país.
Já mais recentemente outra pequena cidade, a de Araçuaí, na Região do Vale do Jequitinhonha, com pouco mais de 34 mil habitantes, registrou, neste domingo (19/11), a maior temperatura máxima da história do Brasil, com 44,8ºC.
O fato em São Romão provocou mudanças no turismo da cidade.
A notícia, segundo o proprietário e uma gerente de hotéis da cidade e também a prefeitura da cidade, acabou contribuindo com um crescimento de turistas na cidade de cerca de 20%.
A notícia, segundo o proprietário e uma gerente de hotéis e a prefeitura da cidade, acabou contribuindo para um crescimento de turistas na cidade de cerca de 20%.
De acordo com Vanderlan Craves Cotrin, proprietário de um hotel que fica à beira do Rio São Francisco, depois da divulgação do pequeno município em âmbito nacional, o movimento de turistas em seu hotel aumentou cerca de 20% nesse mês de novembro. A comparação é com o mês passado. Além disso, Cotrin comentou que, com o calorão, os moradores da cidade passaram a frequentar mais os bares e restaurantes e as margens dos três rios para se banhar e aproveitar os passeios em barcos, lanchas, canoas, jet-skis e caiaques.
“Com mais frequência nos fins de semana, aqui vem muita gente de Goiânia, Brasília, Belo Horizonte e de cidades do Triângulo Mineiro e interior de SP. E agora, no fim de ano, começa a alta temporada e estamos com boas expectativas com um aumento de 20% do movimento com relação ao ano passado”, disse Cotrin, com otimismo.
O dono de hotel de São Romão destaca que as principais atrações turísticas da cidade são oferecidas em vários pontos dos três rios que banham a cidade. “São Romão é praticamente uma ilha, já que para se chegar na cidade é através de três balsas ou sobre pontes”, complementou.
Momento único
Quem também comemorou o aumento do movimento foi a gerente de outro hotel de São Romão, Mariluza Evangelista do Nascimento. “Estamos vivendo um momento único na cidade com uma arrancada gigante em termos de movimentação de turistas e com maior presença de prestadores de serviço. Estamos tendo movimentação de hóspedes de segunda a segunda”, comemorou.
O secretário municipal de Agricultura, Pecuária, Pesca, Indústria, Comércio e Trabalho e presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Romão, Ádamo Lemos, complementou que, além de as notícias em âmbito nacional destacarem a cidade como a mais quente do Brasil, São Romão vive, atualmente, um momento de crescimento econômico. “Recentemente houve a chegada de novas empresas como algumas voltadas para a energia solar”, citou.
Com relação ao aumento de turistas na cidade, Lemos disse que a presença deles aumentou cerca de 20%. “Esse é um número aproximado, levando em consideração o crescimento dos turistas em hotéis, pousadas, restaurantes, bares e a presença deles em passeios em nossos três rios”, destacou.
Palco de antigas batalhas
O município de São Romão foi fundado em 23 de outubro de 1668, sob o nome de Santo Antônio da Manga, tendo como primeiros habitantes os índios caiapós que viviam numa ilha que divide o rio São Francisco. No entanto, segundo registros históricos, com o objetivo de conquistar uma ilha que dividia o São Francisco em dois ‘braços’, em 23 de outubro de 1719, o capitão Manuel Francisco de Toledo e seu exército entraram em violento conflito com índios Caiapós que habitavam o local.
Ainda conforme os registros históricos, nessa época, vários índios foram cruelmente exterminados, sendo que os que restaram vivos foram expulsos de suas terras.
FONTE ESTADO DE MINAS