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Interdições em estradas de MG ampliam risco de acidentes, diz especialista

Minas Gerais tem 50 trechos de estradas com problemas entre interdições, estreitamentos, buracos e obras

Minas Gerais tem 50 trechos de estradas com problemas entre interdições, estreitamentos, buracos e obras. Os bloqueios, na maioria, são reflexo das chuvas que atingiram o Estado nos últimos meses. Na AMG 150, entre Raposos e Nova Lima, na região metropolitana, uma queda de barreira interditou parcialmente a estrada há mais de um ano, conforme mapa interativo que monitora a situação. Para especialistas, a situação expõe o “sucateamento das vias” e aumenta os riscos de acidentes durante o período chuvoso.  

Dados compilados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv), divulgados em mapa interativo, mostram que há 49 bloqueios parciais e um trecho com interdição total nas rodovias estaduais e federais que cortam Minas. No km 1 da AMG- 150, uma queda de barreira interdita parcialmente a via desde dezembro de 2022. 

Segundo a prefeitura de Raposos, no início de setembro de 2023, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas (Der-MG) deu início a recuperação da AMG-150, que dá acesso ao município. As obras foram concluídas em dezembro, após intensa cobrança do executivo e legislativo, segundo informou a administração municipal.

“A recuperação trouxe mais segurança e comodidade para os raposenses e demais motoristas que utilizam a via para acessar a cidade”, disse. O Executivo ressalta, no entanto, as dificuldades enfrentadas pela população na época das chuvas. “Quanto à queda de barreira, em períodos de intensas chuvas, quando ocorre, causa grandes transtornos, fazendo com que os raposenses tenham grandes dificuldades para sair ou entrar no município, por se tratar de uma cidade dormitório e ter somente essa via de acesso”, afirma.

Interdições amplia riscos, diz especialista 

Para o médico de tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, os problemas como o da AMG-150 expõem uma falta de planejamento de intervenções programadas nas estradas de Minas e do país, para evitar condições de riscos nas rodovias. “É um problema nacional, temos uma política equivocada voltada para a estrutura viária, com falta de intervenções programadas e corretivas, sendo que muitas vezes o que a gente vê é uma tentativa de minimamente permitir uma circulação de veículos o que também já não acontece, que são aquelas operações tapa buraco”, avalia. 

O especialista reforça que obras para melhorias das vias deveriam ser realizadas antes do período chuvoso, e alerta para os riscos que as más condições podem trazer. “Uma vez que já é sabidamente conhecido o período chuvoso, todas as obras teriam que anteceder a esse momento, o que mais uma vez não aconteceu. É um desafio adicional, numa malha viária tão sucateada, as intempéries causadas pelas chuvas muitas vezes crateras, buracos e desmoronamentos não ficam tão visíveis no período chuvoso, ou seja é um Desafio circular nas rodovias nesta época”, alerta.

Coimbra pede ainda que os motoristas observem o histórico das rodovias quando há deslizamentos de terra. Em caso de risco, é ideal que evite trafegar pela faixa mais próxima da encosta, pois, além do risco de novas quedas, a visão do todo fica comprometida. “Observe sinais de queda de vegetação ou pedras nos pontos adiante. Caso perceba alguma movimentação, busque um local seguro, pelo menos a 100 metros desse ponto, estacione seu veículo, acione as luzes de alerta e ligue para serviços de urgência e/ou segurança da região”, disse.

O que diz o DNIT?

Sobre os pontos de bloqueios listados nas rodovias de Minas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) disse, em nota, que monitora mensalmente a condição da malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço dentro da disponibilidade orçamentária. O órgão ressalta que Minas possui a segunda maior malha rodoviária do país sob a responsabilidade do DNIT e que, por isso, foi o estado que exigiu mais atenção. 

“Planejamento e organização foram as palavras que direcionaram as ações de trabalho visando devolver à malha, que atualmente tem cerca de 5,5 mil quilômetros de rodovias sob administração federal, às condições adequadas de trafegabilidade. No comparativo do ICM entre os anos de 2022 e de 2023 a faixa “Bom” manteve-se em 43%; “Regular” ficou em 28%; e “Péssimo” reduziu de 21% ante 14%. Em dezembro de 2023, o DNIT superou a marca de 90% da malha rodoviária de Minas Gerais coberta por contratos de manutenção/conservação”, informou. (Veja a íntegra da nota abaixo). 

O que diz o DER-MG?

Em nota sobre a obra no trecho da AMG-150, o DER-MG informou ter sido deslocado “para o local para verificar a situação da rodovia” e que “e os serviços necessários serão realizados com a maior brevidade possível”. A Prefeitura de Nova Lima foi procurada. O conteúdo será atualizado em caso de retorno. 

Com relação às ações realizadas nas rodovias estaduais, o DER-MG afirmou ter concluído 28 obras de recuperação funcional do pavimento de rodovias; outras 28 estão em andamento, totalizando 1.690 km. O departamento também afirma ter investido R$ 330 milhões para conservação rodoviária. 

“A recuperação funcional e a pavimentação e construção de pontes estão incluídas no Provias, considerado o maior programa de recuperação e pavimentação rodoviária da última década”, afirmou o DER-MG sobre o programa, que já conta com quase R$ 2,5 bilhões em investimentos.

Veja dicas para dirigir em segurança em momentos de chuva:

  • Só saia se for realmente necessário
  • Use GPS mesmo que conheça o caminho; eles avisam sobre interdições e desvios seguros
  • Tenha sempre uma outra opção de percurso para fugir de interdições e alagamentos.
  • Em caso de chuva intensa, procure lugar seguro para parar o carro
  • Não avance se o volume de água cobrir metade da altura da roda
  • Não saia do carro em caso de enxurrada
  • Mantenha distância de 4 segundos do veículo à frente
  • Use farol baixo mesmo na cidade
  • Não freie bruscamente
  • Em caso de água na pista, mantenha o volante reto, segurando forte, pare de acelerar e não freie
  • Em caso de interdição de pista: se não existir local seguro para estacionar, acione as luzes de alerta e abandone o veículo, buscando abrigo em local seguro
  • Use o pisca alerta quando houver uma redução drástica de velocidade, para que os demais motoristas possam reduzir a velocidade de forma segura evitando colisões.

Leia a nota do Dnit na íntegra:

“O DNIT informa que monitora mensalmente a condição da malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço dentro da disponibilidade orçamentária. Esse monitoramento é realizado por uma metodologia própria de avaliação das condições da manutenção do pavimento e da conservação das rodovias federais em todo o país. O Índice de Condição da Manutenção (ICM) tem o objetivo de manter uma radiografia atualizada das condições da malha federal sob jurisdição da autarquia, que considera a situação da pista, sinalização, funcionamento dos dispositivos de drenagem, entre outros itens. O ICM é dividido em quatro faixas classificadas como: Bom, Regular, Ruim e Péssimo. O monitoramento do ICM busca ainda utilizar as informações apuradas na tomada de decisões sobre investimentos. 

A partir de um planejamento integrado, de valorização da gestão técnica e ampliação dos investimentos do Governo Federal ao longo de 2023 foi possível assegurar a manutenção da malha rodoviária e dar celeridade ao andamento de obras estruturantes em todo o país. Desta forma, no geral – dos cerca de  

Minas Gerais – que possui a segunda maior malha rodoviária do país sob a responsabilidade do DNIT – foi o estado que exigiu mais atenção. Planejamento e organização foram as palavras que direcionaram as ações de trabalho visando devolver à malha, que atualmente tem cerca de 5,5 mil quilômetros de rodovias sob administração federal, às condições adequadas de trafegabilidade. No comparativo do ICM entre os anos de 2022 e de 2023 a faixa “Bom” manteve-se em 43%; “Regular” ficou em 28%; e “Péssimo” reduziu de 21% ante 14%. 

Em dezembro de 2023, o DNIT superou a marca de 90% da malha rodoviária de Minas Gerais coberta por contratos de manutenção/conservação. E para 2024 o DNIT planeja dar continuidade às ações consideradas estruturantes para o desenvolvimento da infraestrutura de transportes do estado. Entre elas, ampliar a cobertura contratual e, desta forma, garantir a execução dos serviços de manutenção/conservação necessários para elevar o percentual do ICM na faixa Bom.

Leia a nota do DER-MG na íntegra:

As ações realizadas nas rodovias estaduais (pavimentação, conservação, recuperação funcional e de pontos críticos, dentre outras) fazem parte do trabalho contínuo do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) que contribui para a manutenção das condições de trafegabilidade e segurança e minimizam os danos causados pelo período chuvoso. 

Em 2023, por exemplo, em recuperação funcional do pavimento de rodovias que necessitavam de revitalização da camada asfáltica, e não somente tapa-buracos, 28 obras foram concluídas e outras 28 encontram-se em andamento, totalizando 1.690 km.  

Em serviços de conservação rodoviária (que incluem roçada, tapa-buracos, limpeza de dispositivos de drenagem e outros), que também impactam na prevenção, foram investidos R$ 330 milhões. Para a recuperação de pontos críticos, foram destinados, aproximadamente, R$ 37 milhões. 

A pavimentação é outra ação que diminui os impactos das chuvas nas rodovias. No ano passado, o DER-MG pavimentou 9 trechos, somando 256 km. Atualmente, 27 trechos estão com obras em andamento. 

Tanto a recuperação funcional, que promove melhorias no pavimento das rodovias, quanto a pavimentação e construção de pontes, que viabiliza novas ligações entre importantes regiões do estado, estão incluídas no Provias, considerado o maior programa de recuperação e pavimentação rodoviária da última década. 

O programa, que tem como objetivo reverter a situação precária em que se encontram muitas rodovias mineiras devido ao baixo investimento realizado por gestões anteriores na área, já conta com quase R$ 2,5 bilhões em investimentos, que estão sendo aplicados em 124 intervenções em rodovias em todo o estado.

FONTE O TEMPO

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