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Medicamentos falsos para dengue preocupam autoridades de saúde

Tratamento sem acompanhamento médico resulta em ineficácia e risco de contaminação e agravamento do quadro para pacientes

O uso de substâncias e remédios não autorizados – ou sem comprovação científica – para o tratamento de doenças pode provocar danos à saúde, piorar o estado de pessoas doentes, além de gerar a possibilidade de interações medicamentosas, quando os efeitos de uma substância ou fármaco são alterados por outra substância.

Os dados de incidência das arboviroses (dengue, zika e chikungunya) no estado estão disponíveis no Painel Arboviroses – Vigilância Epidemiológica.

Nos 35 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, até essa terça-feira (6/2), havia 6.210 casos prováveis de dengue registrados, com 2.197 casos confirmados, nenhum óbito confirmado e oito em investigação para a doença.

Minas Gerais está enfrentando o segundo ano epidêmico consecutivo para dengue e chikungunya e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já constatou o uso de uma “cápsula milagrosa” para alívio dos sintomas por parte da população na região do Vale do Aço.

Diante da alta incidência dessa arboviroses, muitos pacientes acabam recorrendo a atalhos para o tratamento, alheios aos riscos de que remédios sem qualquer registro oficial junto aos órgãos reguladores podem provocar danos à saúde.

“Eu não tomo medicamentos que o amigo do Whatsapp recomenda, ele não é médico”, diz a auxiliar administrativa Valéria Martins, de 37 anos, que tem plena consciência dos perigos de se tomar medicamentos sem o devido acompanhamento. “Eu vou ao médico, converso e ele me receita tudo que eu preciso”, afirma.

Além de ineficientes, medicamentos e substâncias ingeridos sem supervisão médica podem ter sido produzidos sem as condições de higiene adequadas, sem qualquer fiscalização farmacológica e ter contaminantes capazes de piorar o quadro de quem fez uso.

Riscos

Diante de quadros preocupantes de falsos remédios, a coordenadora de Vigilância e Saúde da SRS de Coronel Fabriciano, Micheline Araújo, reforça o alerta contra a automedicação.

“O médico sabe exatamente qual remédio recomendar, e sabe se o paciente tem eventualmente alguma alergia a alguma substância, se ele toma algum medicamento para outro fim que possa ter interação com outros medicamentos, por exemplo”, explica Micheline.

Confira abaixo as principais recomendações de Micheline Araújo a respeito de dúvidas recorrentes sobre arboviroses, tratamento e o perigo de se automedicar, além dos danos que os supostos remédios milagrosos podem trazer à saúde.

Quais medicamentos devem ser utilizados para tratamento da dengue, zika e chikungunya?

Dengue e chikungunya são viroses que não têm tratamento específico. O tratamento é repouso, boa alimentação e hidratação. Os medicamentos são apenas para os sintomas da doença, como febre e dor no corpo, que são os analgésicos comuns, como dipirona e paracetamol. E no caso da chikungunya, não se deve tomar nenhum outro medicamento além desses nos primeiros 15 dias de sintoma, pois remédios como anti-inflamatórios e corticóides podem agravar a situação.

Onde comprar os medicamentos?

Medicamentos só devem ser comprados nos estabelecimentos autorizados para isso, como as drogarias e farmácias. São locais fiscalizados, que têm responsável técnico, além da garantia da origem dos medicamentos. Remédios comprados fora desses locais não têm uma garantia da origem, nem de como foram produzidos.

O que verificar para saber se o medicamento é adequado?

Muitas vezes, os falsos medicamentos não têm a informação da origem, do fabricante, do responsável pela fabricação. Todo medicamento deve vir lacrado, com data de validade, lote, impressão na caixa, nome do fabricante, endereços, dados da empresa e do responsável técnico. Produtos e medicamentos que não têm essas informações não devem ser adquiridos. 

Por que não devo tomar remédios indicados por amigos ou conhecidos?

Medicamentos indicados por amigos e conhecidos são muito perigosos porque eles não sabem a sua real situação sem uma avaliação médica. O médico é um profissional habilitado para prescrever medicamentos para tratamento de todas as doenças.

Ele pode avaliar sua condição de saúde, qual medicamento você tem condições de usar ou que pode te fazer mais mal, e também avaliar se você já toma algum remédio para outro tratamento, alguma doença de base que você tenha e que possa comprometer ou interagir com o que ele está prescrevendo.

Quais são os sintomas da dengue?

Os principais sintomas da dengue são febre alta, geralmente acima de 38 graus, mas pode acontecer também de não ter febre, se você está tomando algum remédio que corte essa febre. Dor no corpo, mal-estar, dor atrás dos olhos, exantema, que são as manchas pelo corpo. A chikungunya, além desses sintomas, também provoca uma dor muito forte em várias articulações do corpo.

Quando a pessoa deve ir para o hospital?

As pessoas normalmente passam o período crítico e melhoram. Mas devem procurar um médico se começarem a sentir a piora do mal-estar no corpo, dor no abdômen, principalmente se for intensa e constante, vômito persistente, ou algum tipo de sangramento.

O que fazer para evitar a dengue?

A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, um mosquito que se adaptou muito bem à nossa sociedade, ao nosso meio de vida hoje, que precisa de água limpa e parada para se reproduzir, e o ambiente quente que nós temos em nosso país é muito propício para a procriação deles.

A maneira mais eficiente para evitar sua proliferação é eliminar os focos de procriação, evitando assim que ele se prolifere, aumente sua população e continue transmitindo. Além disso, diante da nossa situação epidêmica, as pessoas devem usar repelentes e roupas que protejam o máximo do corpo quando possível, como forma de  autoproteção.

FONTE AGÊNCIA MINAS

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