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Mineradoras vão investir R$ 20 bi para finalizar descaracterização de barragens

Três destas estruturas estão em Minas Gerais e em nível 3 de alerta – o mais crítico e que indica risco iminente de rompimento

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (20), o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) afirmou que o setor ainda vai investir R$ 20 bilhões para concluir a descaracterização de barragens no Brasil a montante no Brasil. As estruturas têm as mesmas características dos barramentos que se romperam em Mariana e Brumadinho. 

Atualmente, conforme o Ibram, são 52 barragens do tipo no país. Cerca de R$ 10 bilhões já foram gastos para a descaracterização. Dentre as estruturas que ainda vão passar pelo procedimento, três estão no nível mais alto de alerta e localizadas em Minas Gerais: Sul Superior, em Barão de Cocais, Forquilha III, em Ouro Preto, e Serra Azul, em Itatiaiuçu. Nos três casos, há Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) assinados com as mineradoras que operam os barramentos, Ministério Público e governo do estado para a conclusão do processo. 

Os prazos para que as obras sejam encerradas não foi informado, mas as intervenções estão dentro do cronograma, garante o órgão. Em todos os casos, de acordo com o diretor de Sustentabilidade do Ibram, Júlio Nery, os processos são feitos levando em consideração a possibilidade de volumes de chuva previstos para ocorrer a cada 100 anos. “Quando se faz um projeto de descaracterização já estão inseridos critérios técnicos que levam em conta a possibilidade de eventos climáticos extremos”, destacou. 

Cenário econômico 

Durante a coletiva, o presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que o Brasil tem uma taxa de juros “exorbitante”. O percentual está fixado em 10,5%, após a decisão do Banco Central que não optou por reduzir a Selic. Jungmann frisou, ainda, que a economia brasileira apresenta bons sinais, com queda no desemprego, crescimento do PIB e aumento da massa salarial. 

O representante do Ibram, contudo, afirma que o setor tem preocupações sobre o futuro, com a possibilidade de aumento das taxas de juros também em outros países. Ele também comentou sobre a previsão de perda de R$ 12 bilhões na mineração, com a MPV nº 1227/2024, que limita os créditos do Pis/Cofins. A proposta foi devolvida pelo presidente do Senado ao governo após críticas de diversos setores. 

“É preciso cobrir a perda da receit com a desoneração da folha. O ministro (Cristiano) Zanin, do STF, disse isso. Mas não é sem negociar como foi feito, para se ter um impacto desse no caixa”, criticou. 

FONTE O TEMPO

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