Uma história interrompida aos 5 anos de idade. Lívia Carolina de Paula, faleceu na manhã de um sábado (6/7) no Hospital Bom Jesus, em Congonhas (MG), em meio a dor e a comoção. Assim que a morte foi comunicada aos pais uma aglomeração se formou em frente ao hospital em busca de informações sobre o óbito prematuro levantando diversas suspeitas no atendimento.
Lívia foi sepultada ainda no domingo (7) sob a revolta e a indignação em busca de respostas a tragédia que se abateu sobre a família. A principal acusação da família é de suspeita de negligência médica e omissão.
Ainda na segunda-feira (8), os pais acionaram o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina e foram a Justiça para responbilziar os possíveis culpados. O caso ganhou repercussão nacional.
Agora a família e amigos lançaram um abaixo assinado eletrônico. Venha participar. Veja depoimento de Kenny Eustáquio, pai de Lívia.
“Vou tentar relatar para vocês o pesadelo que tenho vivido nos últimos dois meses. Sou pai da garotinha Lívia Carolina Condé. Minha filha uma menina esperta, saudável, que não tinha nenhum problema de saúde. No dia 05 de Julho de 2024, estava brincando com o irmão quando acabou ficando presa em um baú e ao ser retirada, machucou o braço. Imediatamente a mãe da menina me ligou visto que Lívia queixava-se de um desconforto no braço e a levamos na UPA de Congonhas à qual receitou dipirona e ibuprofeno dispensando-a para casa.
Mais tarde, minha filha queixava-se novamente de dores e a mãe Raquel Condé percebeu que a pele de nossa filha passou a ficar roxa e ela estava chorando bastante. Retornamos com ela para a UPA a qual nos forneceu um encaminhamento para ser avaliada por um ortopedista no hospital Bom Jesus. Chegando no hospital o médico que atendeu nossa filha fez um exame de raio X, ao qual foi encaminhado para a tela do computador dele e somente ele teve acesso às imagens. O médico nos informou que tratava-se de uma pequena luxação e que não precisávamos nos preocupar. Novamente nossa filha foi mandada de volta para casa. Ao chegar em casa percebemos que a pele estava mais escura e as dores mais intensas. Novamente retornamos ao hospital, porém o médico estava no intervalo de descanso e Lívia precisou esperar ainda mais. Um outro pediatra, atendeu nossa e logo a levou para a sala vermelha e começaram a perceber a real gravidade do caso. Minutos depois nossa menina sofreu uma parada cardíaca e veio a óbito. Desde que Lívia se foi, estamos todos sem chão e como pai sinto uma mistura de sentimentos. REVOLTA, DOR, ANGÚSTIA e sensação de INJUSTIÇA.
Foram vários momentos em que poderiam ter salvado a minha filha e oferecido a ela um atendimento digno. Me tiraram minha maior riqueza, minha vontade de viver e roubaram de mim tudo de bom que eu poderia ter vivido ao lado da minha única filha. Um filho morrer primeiro que os pais vai contra as leis da natureza. São eles quem devem nos enterrar e não um pai enterrar um filho. Ainda mais em uma situação como esta em que houve morosidade no atendimento, falta de eficiência e de humanidade. Hoje, luto para que haja no município de Congonhas, que por sinal é uma das cidades mais ricas da região, com uma receita privilegiada devido à exploração do minério de ferro.
Luto para que seja criado no município, uma lei que carregue o nome da minha filha Lívia para que crianças não precisem passar pela UPA e sim tenham o direito de serem atendidas diretamente no hospital. E para que o hospital tenha pediatras, ortopedista, cardiologista, dentre outras especialidades por 24 horas. CRIANÇA NÃO PODE ESPERAR. Acredito que minha filha não passou por isso em vão. Através da sua pequena tragetória de 5 anos nessa terra, ela irá salvar muitas outras vidas que necessitam desse cuidado essencial que é a saúde. Se você concorda que tenhamos uma saúde melhor para as nossas crianças, assine e compartilhe este abaixo-assinado”.