Em meio a confusão e revolta que tomaram a simpática cidade de Rio Espera (MG),no Vale do Piranga, em função do silêncio imposto por uma ordem judicial, emanada da Juíza, da Juíza Célia Maria Andrade, da 4ª Vara Cível de Conselheiro, em uma ação movida por um dentista, o Padre Jackson de Sousa Braga, pediu ponderação nos comentários e conversas em torno da celeuma e balbúrdia disseminadas em especial na redes sociais execrando o autor da ação. “Peço que nunca esqueçam que somos cristão e nosso Senhor Jesus Cristo nos mandou amar a todos, inclusive os que considera inimigos”, assinalou.
Mais a frente no texto, o pároco, que não quis comentar a polêmica, pediu que o imbróglio seja resolvido na paz. “Vocês têm todo o direito de manifestarem, mas nunca esqueçam que estamos lidando com outra pessoa (que tem família, filhos, os quais às vezes são inocentes na questão). Assim como exigimos respeito temos que dar. Não podemos confundir as coisas e deixar os ânimos perderem o controle. Vamos fazer o máximo para conseguir uma boa decisão para todos, porém não vamos impor pela força. Nunca esqueçam que somos filhos de Deus e, por isso, todos somos irmãos”, salientou.
Sem acordo em uma audiência, o Padre, que defende o amplo diálogo, entendeu por interromper o funcionamento do sino. Ele justifica que trata-se de um relógio centenário, de origem suíça, com mecânica complexa, sendo um trabalho atípico com mistura digital, elétrica e mecânica e surgiram conflitos de funcionamento que espera sanar com ajuda de empresa. As intervenções no equipamento causaram danos que exigem reparados que não foram sanados. O sino continuará na torre da igreja.
“Peço a todos paciência. Sei do quanto desejam que sua história e costumes sejam respeitados, porém lembro-lhes de nossa obrigação de respeitar os direitos dos indivíduos, sem prejuízos coletivos, prescritos na Constituição Federal. Além disso, o clamor por Justiça deve ser equilibrado com misericórdia, que Nossa Senhora nos ensinou”, salientou o pároco.
A decisão judicial já motivou a campanha “SOS – Todos pelo funcionamento do relógio da Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade”. A campanha é para que a autoridade judicial se sensibilize com o clamor da comunidade, revoltada com essa decisão, afinal desde da inauguração da igreja Matriz em 25 setembro 1959 o relógio está em funcionamento e é uma referência e relíquia histórica.