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Calor seguirá mais intenso que o normal no Brasil ainda por semanas

Dados de modelos de clima analisados pela MetSul Meteorologia indicam temperaturas acima a muito acima da média ainda por semanas

Quem não aguenta mais calor e torce para que haja uma sequência mais longa com dias amenos ou agradáveis, não deve alimentar a esperança de ter período mais prolongado de dias confortáveis tão cedo.

Centenas de cidades brasileiras de diversas regiões têm experimentado temperaturas acima a muito acima dos padrões históricos neste mês de fevereiro, depois de um janeiro que em parte já foi muito quente.

O Rio de Janeiro foi notícia nesta semana no mundo pelo calor excessivo. Na segunda-feira, na rede do Instituto Nacional de Meteorologia, as máximas na cidade do Rio foram de 41,3ºC em Marambaia; 39,9ºC na Vila Militar; e 39,8ºC em Jacarepaguá.

Já outras estações do órgão em território fluminense apontaram 42,2ºC em Niterói; 42,0ºC em Silva Jardim; 41,1ºC em Seropédica e 40,3ºC em Duque de Caxias (Xerém).

Na cidade do Rio de Janeiro, pela rede da prefeitura, cujas estações meteorológicas não seguem a mesma padronização do Instituto Nacional de Meteorologia e estão muito expostas ao efeito da ilha de calor urbano, a maior temperatura foi de 44,0ºC em Guaratiba na segunda.

A rede da prefeitura carioca já anotou neste mês cinco dias com máxima acima de 40ºC na cidade do Rio de Janeiro. Já os dias acima de 35ºC entre 1º e 19 de feveiro foram 18. Pelos dados do Alerta Rio, somente o dia 14 teve máxima abaixo de 35ºC com 34,8ºC.

O calor tem feito se sentir também com marcas acima da média em São Paulo, onde no litoral a estação de Iguape marcou 40ºC nesta semana. Na capital paulista, as tardes também têm tido uma frequência maior do que o habitual de valores acima da média histórica.

Máximas acima da climatologia vem ocorrendo ainda neste mês de fevereiro nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo assim como em diversas cidades do Centro-Oeste.

O que está por trás deste calor muito intenso e persistente é um padrão estabelecido de bloqueio atmosférico e de maior pressão atmosférica que tem inibido a ocorrência de chuva principalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Os meses de dezembro, janeiro, fevereiro são os mais chuvosos da climatologia anual no Sudeste do Brasil. Por isso, os extremos de calor costumam ocorrer mais em Minas Gerais e em São Paulo na transição da estação seca para o verão, especialmente entre setembro e novembro.

Temperatura chegou a 44ºC por medição da prefeitura do Rio de Janeiro que decretou nível de calor 4 numa escala que vai até 5 pela primeira vez | TANIA REGO/AGÊNCIA BRASIL
Cariocas fazem de tudo para se refrescar neste fevereiro com muitos dias de calor extremo | PABLO PORCIUNCULA/AFP/METSUL METEOROLOGIA
Água é distribuída gratuitamente em vários pontos de hidratação na cidade do Rio de Janeiro | PABLO PORCIUNCULA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Nesta época, sob condições normais, a chuva muito frequente e que ocorre por pancadas e temporais isolados da tarde para a noite quase todos os dias tende a inibir a ocorrência de períodos prolongados de calor intenso, mas não é o que vem ocorrendo agora em fevereiro.

No Sul, onde as ondas de calor são mais comuns e intensas justamente nos meses de verão, apesar de alguns poucos dias agradáveis, como ontem e hoje, o calor tem ficado acima do normal também com temperatura por vezes extremas e acima de 40ºC.

Porto Alegre teve temperatura de quase 40ºC à sombra no Jardim Botânico e superior em ilha de calor da cidade no dia 11 | SILVIO AVILA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Com máxima oficial de 39,8°C no dia 11 deste mês, Porto Alegre teve uma das dez maiores temperaturas desde o começo dos registros em 1910, a 5ª maior máxima em fevereiro da série histórica de 115 anos e a maior máxima em fevereiro desde a onda de calor de 2014.

Mas quem espera um refresco prolongado no Sul e no Sudeste não deve apostar as suas fichas em um começo de outono antecipado. Os dados indicam que as próximas semanas devem ter ainda temperatura acima da média com períodos de marcas muito acima da média.

Os mapas abaixo mostram as projeções de anomalia de temperatura, ou seja, quanto deve desviar da média, conforme dados do modelo de clima europeu, até a metade do mês de março.

ECMWF
ECMWF
ECMWF

Como se observa, a tendência é de temperaturas acima da média ainda durante as próximas semanas e com periodos de marcas muito superiores à climatologia histórica no Sul e no Sudeste.

Os mapas abaixo do modelo de clima norte-americano CFS apresentam um indicativo semelhante com projeções de temperaturas superiores às médias históricas durante os próximos vinte dias.

METSUL

Ou seja, a tendência é de calor persiste no Sul e no Sudeste ainda nas próximas semanas e com momentos de calor intenso a mesmo extremo. Como são médias de cinco dias ou semanais no mapa, um dia ou outro pode apresentar marcas menores e mais agradáveis por chuva no Sudeste, mas são escassos.

No Sul do Brasil, mais sujeito à chegada de frente frias, os dias de calor também devem predominar e alguns com calor muito intenso e marcas ao redor e acima de 40ºC, porém a passagem de sistemas frontais podem trazer períodos curtos com marcas menores, como se experimenta agora.

FONTE: METSUL.COM

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