Após mais de 6 horas de audiência de instrução no Fórum de Conselheiro Lafaiete, foram ouvidas as testemunhas de defesa e acusação como também interrogados os 5 réus envolvidos, sendo que um encontra-se foragido, no assassinato cruel do ativista político Ricardo Lelles da Assunção, conhecido como Roberto Carvalho, de 48 anos, crime ocorrido em novembro de 2023, em Itaqui Alto, zona rural de Itaverava (MG).
Após a instrução, foi intimado o Ministério Público e depois os advogados constituídos para apresentarem as alegações finais, seguindo o processo de volta ao juiz, Taunier Malheiros, para seu veredito final sobre a possibilidade dos réus irem a júri popular.
Dois dos envolvidos estão recolhidos no presídio de Lafaiete, 3 respondem em liberdade e um está foragido. Nossa reportagem ouviu o advogado criminalista, Roney Neto (foto), que afirmou que não há provas de que seu constituinte participou do crime em tela, sendo este residente em Lafaiete.
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O caso
O crime sacudiu Itaverava e repercutiu como uma bomba na região e em todo o Estado, ganhando manchetes da chamada grande mídia pela barbaridade do assassinato, como o envolvimento da alta cúpula da administração anterior, já que 2 suspeitos ocupavam cargos na gestão.
A comunidade aguarda a Justiça para responsabilizar os mandantes e os executores que tramaram a morte precoce de Ricardo. Diz o inquérito, dias após a consumação do crime, 3 envolvidos se reuniram em um “pátio de escola em Itaverava para conversar sobre o ocorrido e os próximos passos a serem tomados”.
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Em troca de mensagens os executores cobraram dinheiro pelo crime e outros benefícios para continuar calados e não delatar seus contratantes. “As investigações não deixam qualquer dúvida de que o Ricardo Lelles foi vítima de um plano maquiavélico arquitetado por detentores da função pública municipal, sendo dois identificados e não descartasse a possibilidade de mais envolvidos”, cita a conclusão do inquérito. Em diversos depoimentos são citados diversos empréstimos de dinheiro suspeitos. Ouvido no inquérito, o prefeito José Flaviano negou qualquer envolvimento. Mas na Justiça, a comunidade acredita que o plano será desvendado e os recrutadores, os mandantes e os autores sejam punidos no rigor da lei.
A motivação do crime é tratada como fútil já que Ricardo denunciava as mazelas e as suspeitas de irregularidades na gestão do atual mandatário.