Panasonic anuncia demissão de 10 mil funcionários até o fim do ano fiscal. Entenda o que levou a multinacional japonesa a fazer demissões em massa em diversos países.
Em meio a um cenário global de reestruturações corporativas, a Panasonic anunciou recentemente uma decisão drástica que está repercutindo em todo o mundo: a demissão em massa de cerca de 10.000 funcionários até o final de 2025. A medida faz parte de um plano estratégico da companhia japonesa de tecnologia para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos diante da desaceleração de alguns setores-chave, como o de baterias para veículos elétricos e produtos eletrônicos de consumo.
O anúncio das demissões em massa gerou forte impacto no mercado e acendeu alertas em diversos países onde a multinacional mantém unidades produtivas e centros de pesquisa. A expectativa é que os cortes afetem colaboradores em diversas regiões da Ásia, Europa e Américas, incluindo fábricas e escritórios com grande representatividade.
Neste artigo, você confere os detalhes sobre a decisão da Panasonic, os motivos que levaram à reestruturação, os setores mais afetados e quais países podem sofrer os maiores impactos com as demissões. A medida reforça uma tendência que vem sendo observada entre gigantes da tecnologia global, pressionadas por mudanças no consumo, inflação de custos e transição energética.
Panasonic se pronuncia sobre demissões em massa
Milhares de demissões na Panasonic foram anunciadas pela empresa conforme informações do portal Business Insider. Inclusive, o objetivo da companhia japonesa é a demissão de 10.000 funcionários neste ano fiscal e ainda pretende ampliar sua eficiência. Sendo assim, as reduções em pessoal são o equivalente à cerca de 4% da força de trabalho global da marca.
Além disso, a fabricante japonesa de eletrônicos, que disponibiliza baterias para a Tesla através de sua subsidiária Panasonic Energy, tem planos de cortar 5.000 empregos no Japão e 5.000 no exterior. Desta forma, esse valor representa 4% de sua força de trabalho em todo o mundo, que chega a quase 230 mil funcionários.
Em um comunicado oficial divulgado na última semana, a Panasonic afirma que tem planos de revisar minuciosamente sua eficiência operacional, principalmente quando se trata dos departamentos de vendas e indiretos. Além disso, também visa reavaliar o número de organizações e pessoal realmente necessários. O comunicado acrescenta que, através dessas medidas, a empresa otimizará seu pessoal em escala global.
Com isso, a demissão de 10 mil funcionários está prevista para acontecer neste ano fiscal de 2025, que termina em março do próximo ano, segundo as leis, regulamentos e regras trabalhistas de cada país e região. Além disso, o intuito é que as demissões em massas gerem um custo de quase 900 milhões de dólares.
Mas, mesmo com a notícia ruim para os trabalhadores, as ações da empresa japonesa sobem e fecham 2% mais altas em Tóquio. A reestruturação da empresa visa melhorar a lucratividade do grupo e busca atingir um retorno sobre o patrimônio líquido, uma medida de lucratividade, de 10% até o ano fiscal que termina em março de 2029.
Panasonic busca alcançar lucro operacional de 600 bilhões de ienes
A Panasonic também afirmou que, com a demissão de 10.000 funcionários, terá como meta um lucro operacional ajustado do grupo de pelo menos 600 bilhões de ienes no ano fiscal de 31 de março de 2027, em parte devido a uma reformulação de seus negócios de eletrônicos de consumo, racionalização dos investimentos em tecnologia da informação e encerramento de negócios deficitários.
A empresa japonesa também previu um aumento de 39% no lucro operacional de seu negócio de energia para a produção de baterias de carros elétricos neste ano fiscal até 31 de março de 2026, elevando o valor para 167 bilhões de ienes com a expectativa de vendas mais altas de sistemas de armazenamento de energia e bateria.
O negócio de energia, responsável por produzir baterias para telas e outras montadoras de veículos, faturou, no ano que terminou em março, 120,2 bilhões de ienes, abaixo de sua própria previsão de 124 bilhões de ienes. Para seus negócios como um todo, a empresa previu um declínio de 13% no lucro operacional para este ano comercial, para 370 bilhões de ienes.
Empresa busca menor dependência do mercado chinês
As tarifas e a guerra comercial dos Estados Unidos com a China tornaram a perspectiva econômica global mais incerta em 2025. Desta forma, em janeiro, a Panasonic Energy afirmou que busca reduzir sua dependência da China para as baterias de veículos elétricos.
Segundo Allan Swan, presidente da Panasonic Energy da América do Norte, na época, sendo assim, a empresa possui algum fornecimento chinês, mas não muito. E conta com planos de não ter mais nenhum à medida que avança.
Ainda em 2022, inclusive, a empresa já implementa a semana de trabalho de 4 dias recomendada pelo governo japonês, reduzindo o número de funcionários no país que adoeciam e até morriam por excesso de trabalho. O CEO Yuki Kusimi afirmou aos investidores na época que a companhia deve apoiar o bem-estar de seus colaboradores.
É importante destacar que a era das demissões em massa chegou e diversas multinacionais estão seguindo o caminho da Panasonic. Um exemplo disso é o Google, que está demitindo 200 pessoas no seu departamento responsável por vendas e parcerias e fazem parte de uma iniciativa mais ampla de corte de custos.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS