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Rodovia da morte: considerada uma das mais perigosas do Brasil, a BR-381 assusta motoristas

BR-381: trechos perigosos, acidentes frequentes e duplicação lenta preocupam motoristas em Minas Gerais, especialmente entre Belo Horizonte e Governador Valadares, conhecido como o trecho mais letal da rodovia.

Conhecida como a rodovia da morte, a BR-381 é considerada uma das rodovias mais perigosas do Brasil. O trecho que liga Belo Horizonte a Governador Valadares concentra os maiores índices de acidentes em estradas federais do estado de Minas Gerais. Somente em 2023, foram registrados mais de 2.600 acidentes, com 171 mortes confirmadas, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal. Apesar do início das obras de duplicação, a rodovia segue operando em grande parte com pistas simples, curvas perigosas e ausência de acostamento, mantendo o alerta para motoristas que percorrem diariamente essa rota.

Acidentes frequentes mantêm alerta para motoristas

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), somente em 2023 foram contabilizados 2.641 acidentes no trecho mineiro da BR-381. Desses casos, 171 resultaram em mortes, e mais de 3.400 pessoas ficaram feridas. Os números colocam a BR-381 no topo do ranking de rodovias federais com mais ocorrências no estado de Minas Gerais.

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Boa parte desses acidentes ocorre em áreas de pista simples, com curvas fechadas, tráfego intenso de caminhões e ausência de acostamento. Mesmo nos trechos duplicados, a imprudência de motoristas, aliada à infraestrutura precária, contribui para colisões frontais e saídas de pista.

A rodovia da morte corta regiões com grande movimento logístico e urbano. Diariamente, milhares de  veículos utilizam o trecho entre a capital mineira e o Vale do Rio Doce para transporte de cargas e deslocamento entre cidades do interior.

Obras de duplicação avançam com previsão de oito anos

Com o objetivo de reduzir os índices de acidentes em uma das rodovias mais perigosas do Brasil o governo federal assinou em janeiro de 2025 um contrato de concessão com a empresa Nova 381. O acordo prevê investimento de R$ 9,3 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. A iniciativa inclui a duplicação de 106 quilômetros da rodovia e a construção de mais 83 quilômetros de faixas adicionais.

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De acordo com o Ministério dos Transportes, as obras foram iniciadas com um plano emergencial de 100 dias. Esse primeiro momento está concentrado na recuperação de trechos danificados e melhoria da sinalização, com trabalhos já em andamento entre os municípios de Caeté e João Monlevade.

A estimativa oficial é de que a duplicação total seja concluída em até oito anos, com entregas escalonadas conforme o avanço das frentes de trabalho. A previsão é de que as faixas adicionais e demais melhorias comecem a trazer resultados para a segurança viária ainda nos primeiros dois anos da concessão.

Cobrança de pedágio e pontos de parada fazem parte do novo projeto

Além da duplicação, o projeto da Nova 381 contempla a instalação de cinco praças de pedágio, cuja cobrança deve iniciar após o 12º mês de operação. O modelo prevê isenção para moradores locais e descontos progressivos para veículos de uso frequente, como caminhões de transporte intermunicipal.

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Estão previstas também áreas de escape, pontos de parada para caminhoneiros, passarelas para pedestres e acessos remodelados nos principais entroncamentos da rodovia. Esses elementos têm como foco melhorar as condições de circulação e reduzir o tempo de resposta em situações de emergência.

A BR-381 será monitorada por câmeras de vigilância e centros de controle operacional em tempo real, segundo o projeto da concessionária. A ideia é permitir maior agilidade no atendimento a ocorrências e no suporte aos motoristas em situações adversas.

Histórico de atrasos e interrupções contribuiu para agravamento da situação

As condições da rodovia da morte são agravadas pelo histórico de obras paradas e promessas não cumpridas. A duplicação da BR-381 começou a ser discutida ainda nos anos 1990, mas só foi oficialmente iniciada em 2014. Desde então, houve diversos entraves, como problemas com licitações, rescisões contratuais e dificuldades de repasse de verbas.

Durante quase uma década, apenas trechos isolados foram concluídos. O restante da rodovia manteve-se com pistas simples e sem estrutura adequada para o volume de tráfego. Essa situação contribuiu para que a BR-381 se mantivesse no topo da lista de rodovias com mais registros de acidentes e mortes.

A nova concessão é vista como uma tentativa de acelerar os trabalhos com cronograma definido e fiscalização mais rígida por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Rodovia da morte é motivo de apreensão entre caminhoneiros

Para os motoristas de caminhão que cruzam a BR-381 diariamente, o trajeto é sinônimo de atenção redobrada. A presença de subidas íngremes, descidas perigosas e pontos sem acostamento são apontadas como fatores de risco. Muitos relatam dificuldades durante o período noturno ou em dias de chuva, quando a visibilidade cai e o perigo aumenta.

Caminhoneiros também reclamam da ausência de locais seguros para descanso e da má conservação de trechos com buracos e sinalização precária. Mesmo com o início das obras, os trabalhadores seguem enfrentando situações de risco enquanto o novo projeto não é integralmente executado.

BR-381 continua exigindo cuidado e atenção

Enquanto as melhorias estruturais não são finalizadas, a rodovia da morte segue exigindo cuidado redobrado por parte dos condutores. A BR-381 é, atualmente, uma das rodovias mais perigosas do Brasil, segundo dados da PRF e estudos da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Os números apontam que o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares segue como um dos mais letais do país. A combinação entre alto fluxo, infraestrutura precária e ausência de duplicação ainda representa risco elevado para quem precisa trafegar por esse corredor viário.

Apesar dos planos em andamento, a situação atual da BR-381 exige atenção constante dos órgãos fiscalizadores e colaboração dos motoristas para que novos acidentes sejam evitados.

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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