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CLIMA TENSO: Secretário de Obras de Congonhas se afasta cargo após susposta ameaça de morte; “tudo não passa de armação”, ataca Igor Souza

A sessão da Câmara de Congonhas nesta manhã (2) foi de “lavar roupa suja em casa”. Desabafos, ameaças, crítica e tom era de uma guerra por que passa cidades desde a semana, com operação da PCMG/MPMG, no qual foi apreendido mais de R$ 560 mil em espécie na casa do ex-prefeito, Cláudio Dinho. O clima político em Congonhas ganhou novos contornos de tensão. Uma portaria publicada em edição extra do Diário Oficial do Município, no dia 1º de setembro, determinou o afastamento preventivo do secretário municipal de Obras, Thales Gonçalves Costa, por sete dias, prorrogáveis enquanto persistirem riscos à sua segurança e de sua família.

A medida não surgiu do nada. Dias antes, Thales registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido ameaçado pelo vereador Igor Souza Costa (PL). O episódio, segundo o secretário, teria ocorrido dentro da própria Secretaria de Obras, diante de servidores. Entre as frases ditas, uma em especial o fez procurar a polícia: “você, sua esposa e seu filho vão sangrar”.

A denúncia veio à tona em meio a um embate em torno da desapropriação de um terreno na área do novo Viaduto Norte. O proprietário havia recebido prazo para retirar rejeitos de minério do local, mas, passado o período, as obras prosseguiram. A prefeitura justificou a decisão dizendo que o atraso poderia custar até R$ 40 mil por dia aos cofres públicos. Para Thales, a defesa dos interesses do dono do terreno teria motivado as ameaças.

O vereador Igor Souza Costa, por sua vez, nega categoricamente. Em vídeo divulgado nas redes sociais, classificou as acusações como “perseguição política”, atribuindo o episódio a uma tentativa de silenciar sua atuação crítica ao governo municipal. Ele citou, inclusive, denúncias que fez sobre a situação do Hospital Bom Jesus como possíveis causas da retaliação. — “Hora nenhuma houve ameaça. Isso nada mais é que perseguição política. Vou acionar a Justiça contra o prefeito e o secretário por calúnia e difamação”, declarou o parlamentar.

Discurso inflamado

Na sessão da Câmara de Vereadores na manhã desta terça, 2, Igor voltou a falar em perseguição e fez duro discurso na Tribuna. “Tudo não passa de armação. Querem me perseguir e vou resistir. O tempo vai mostrar quem estava com a verdade ou a mentira. Vou enfrentar toda a covardia que vier e eu desafio qualquer testemunha a falar o que viu. Jamais isso foi falado que vou sangrar você e sua família”, ressaltoum Igor.

Enquanto isso, a cidade acompanha com apreensão os desdobramentos da denúncia. O afastamento temporário de Thales busca resguardar sua segurança, mas também escancara o nível de conflito entre Executivo e Legislativo em Congonhas. O caso está sob investigação da Polícia Civil e poderá gerar consequências políticas e judiciais nas próximas semanas. “Nunca vi um momento tão delicado em Congonhas”, pontuou o Vereador Koelhinho, Líder do Governo. “È hora de apaziguar e deixar o prefeito governar. Que a Justiça se pronunicie sobre o caso”, citou Eduardo Matosinhos.

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