Empresa quer atingir 60% da sua capacidade e passar a produzir 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro ao ano
Dois anos e meio depois de reiniciar a produção de pelotas de minério de ferro, interrompida após o rompimento da barragem em Mariana (MG), a Samarco anunciou investimento de R$ 1,3 bilhão para a empresa dobrar a sua capacidade atual de produção até o primeiro trimestre de 2025.
Dessa forma, a mineradora poderá atingir 60% da capacidade produtiva, o que significa a produção de cerca de 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano.
Com esse aumento da produção no planejamento, a empresa prevê gerar cerca de 3 mil postos de trabalho, sendo 575 próprios para cargos de nível técnico operacional para atuar em suas unidades no Espírito Santo e em Minas Gerais. Só no Espírito Santo, estão previstos mais 190 empregos diretos para atuação no Complexo de Ubu. E os outros 590 postos de trabalhos temporários serão gerados para atuação na prontidão operacional da usina, que entrará em operação em 2025. Essas contratações diretas já começaram de forma pontual, mas a maioria das vagas será oferecida ao longo de 2024.
Os demais postos devem ser voltados para projetos temporários, como a construção da nova planta de filtragem, melhorias no concentrador que entrará em operação e para a prontidão operacional.
Investimento
O investimento foi autorizado pelo Conselho de Administração da Samarco. O montante será destinado para prontidão operacional e, principalmente, otimizações com foco na destinação adequada de rejeitos, como a construção de uma nova planta de filtragem de rejeito arenoso e o aperfeiçoamento no concentrador. Essas intervenções deverão reduzir a geração de ultrafinos em aproximadamente 4%.
Para atingir 60% da sua capacidade produtiva, a Samarco continuará a operar com empilhamento a seco de rejeitos, sem a utilização de barragens.
A planta de filtragem de rejeitos e as melhorias no concentrador representam um investimento de R$ 560 milhões, enquanto R$ 753 milhões serão destinados à manutenção e integridade dos ativos. Desses recursos, R$ 248 milhões serão investidos já em 2023. O saldo será aplicado, principalmente, ao longo de 2024.
“De forma segura e gradual, daremos mais um passo rumo à retomada total da nossa produção. Continuamos operando de uma forma diferente, seja por meio do tratamento e disposição dos rejeitos e compartilhando valor com os territórios que nos recebem em Minas Gerais e no Espírito Santo”, afirma o presidente Rodrigo Vilela.
Vilela ressaltou ainda que, dentre as prioridades da Samarco, estão o cumprimento integral da reparação, a segurança das estruturas geotécnicas e as obras de descaracterização da cava e barragem do Complexo de Germano, em Mariana (MG), que estão em estágio avançado. Em paralelo, destaca que a proximidade da aprovação do Plano de Recuperação Judicial possibilitará a melhoria da capacidade de investimentos da empresa.
Atualmente, a Samarco opera com 30% da sua capacidade produtiva, o que corresponde a cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, por meio de uma planta de pelotização e um concentrador.
Para a expansão da produção, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu, em Anchieta (ES). Todas as estruturas estão licenciadas por meio do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC), obtido pela Samarco em outubro de 2019.
FONTE A GAZETA