Distrito de Santa Bárbara, bem pertinho de BH, Brumal é um oásis de tranquilidade e sossego
Quem diria que aos pés da Serra do Caraça, bem escondidinha entre as montanhas de Minas, encontraríamos um oásis de tranquilidade e sossego. Lugar de gente hospitaleira e talentosa, de clima agradável, de silêncios, de pausas que nos permitem observar o tempo. Tempo que, por sua vez, parece passar mais devagar e que nos faz entrar em compasso com um relógio de calmaria. Bem vindos à encantadora Brumal.
A 83 quilômetros de Belo Horizonte, Brumal é distrito de Santa Bárbara e está localizado no Quadrilátero Ferrífero, na região da Serra do Espinhaço. É o distrito mais antigo do município, fundado em 1704.
Assim que você chega, logo percebe que Brumal é puro charme. Com casarios inspirados nas construções do século XVIII, o distrito tem um núcleo histórico muito bem preservado e, podemos dizer, que curioso também.
No seu centro, nada de praça ou coreto, apenas um chafariz… E o chafariz, por sua vez, claro, tem suas curiosidades… Datado de 1898 e feito em pedra-sabão, é um dos mimos do distrito. E uma das lendas que o envolve garante que quem bebe sua água não envelhece jamais. E nesse momento, o pensamento sempre é… “não custa tentar, vai que dá certo…” Sim, bebi da sua água…
E foi a Érica Paula que me levou para conhecer o distrito. Monitora de turismo, ela é a simpatia em pessoa e, mais do que isso, apaixonada por Brumal. A Érica é o tipo de gente que fez o dia de gravação ser leve e divertido, sem stress, só alegria.
Nos primeiros minutos de conversa, já me contou diversas curiosidades desse distrito de menos de 2 mil habitantes. Por exemplo, o próprio nome daqui já é uma delas. Existem duas versões para seu surgimento, uma conta que o nome teve origem por causa das brumas que envolvem o vale no inverno e a outra diz que vem do verbo embromar.
Algumas pessoas acreditam que os bandeirantes paulistas que vieram para cá em busca de ouro de aluvião ficaram decepcionados com o que encontraram por aqui e acabaram usando esse termo para dizer que foram enganados pelo ouro de Brumal. Independentemente da versão que está correta, o que podemos garantir é que Brumal é uma joia do estado.
Aqui também encontramos um memorial incrível, o Memorial da Cavalhada Maria Joaquina. O nome foi uma homenagem a uma antiga moradora do distrito, que adorava fazer florzinhas para enfeitar os cavalos para as festas da Cavalhada, como ela não teve herdeiros, doou em vida o espaço que hoje abriga o memorial.
As Cavalhadas em Brumal têm um significado muito especial. Essa tradição, que representa os conflitos entre mouros e cristãos, faz parte da vida de diversas famílias daqui que passam, de geração em geração, essa tradição que todos os anos movimenta a cidade.
E eles têm o maior orgulho de contar as histórias.
Fiquei encantada com o acervo daqui: fotos, registros, ilustrações, textos que nos levam a uma viagem no tempo. Aqui a gente não apenas visita à história da Cavalhada em Brumal, nos sentimos parte dela. É uma visita que vale a pena.
Diversos atrativos chamam atenção por aqui, mas as representações dos cavalos feitas por tapeçaria artesanal, na minha opinião, são um dos grandes destaques. Confeccionadas pelas Tecelãs de Brumal, as peças são maravilhosas.
E lá fomos nós em busca das histórias das artesãs de Brumal. Afinal, Brumal também é terra de artista. Na sede das artesãs, encontramos trabalhos lindos. Feitos à mão ou no tear. As peças, com toda delicadeza, contam diversas histórias, entre elas, histórias de Brumal.
E, entre um café e outro, descobrimos que o modo de fazer bonecas de palha de milho é patrimônio imaterial de Santa Bárbara! Olha que interessante… E, andando pra lá e pra cá, chegamos no ateliê da Maria Lúcia, figura super carinhosa e receptiva que nos levou para conhecer o milharal. Ela contou histórias, nos mostrou curiosidades dessa arte, se emocionou lembrando de sua mãe, Hilda Cunha, que foi a precursora desse artesanato por aqui e quem a ensinou a fazer as bonecas.
E batendo esse papo gostoso, seguimos a tarde com a Maria Lúcia. Nosso passeio por Brumal foi um presente, uma daquelas delicadezas que Minas nos oferece… Um lugar de gente que nos recebe com o coração aberto, com vontade de contar histórias, de dividir alegrias. Lugar que a gente não tem vontade de dizer adeus, a gente diz apenas um “até logo, Brumal”!
FONTE R7