Patrimônios da Humanidade em Minas Gerais

Locais repletos de memória, cultura, história e arte

Heranças históricas, culturas plurais, impressionantes paisagens, belas montanhas, mágicas cachoeiras, cidades diversas e múltiplas expressões artísticas são aspectos que caracterizam o estado de Minas Gerais. Essas riquezas tão vastas compõem a essência mineira e, algumas delas, são reconhecidas como Patrimônios Mundiais pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ampliando a preservação e a valorização de importantes destinos.

Também conhecidos como Patrimônios da Humanidade, os atrativos são catalogados em três categorias: CulturalNatural e, para os locais que apresentam atributos de ambos os segmentos, Misto. Ao todo, até o momento da publicação deste texto, a UNESCO apresenta uma lista com 1.223 patrimônios mundiais, espalhados por 168 países. O Brasil abriga 23 deles, sendo 15 culturais, 8 naturais e 1 misto. 

Já Minas Gerais é o lar de quatro patrimônios culturais que conheceremos um pouco mais a seguir. A nossa viagem por esse estado tão especial e acolhedor começa agora!

Cidade Histórica de Ouro Preto (Patrimônio Cultural)

Cidade Histórica de Ouro Preto. (Créditos: Cultura e Turismo de Minas Gerais)

Fundada no final do século XVII, em 1711, Ouro Preto foi o centro da Inconfidência Mineira, a capital do estado até 1897 e um importante local para o ciclo do ouro no Brasil. Repleta de marcos arquitetônicos e heranças deixadas pelo artista e escultor Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), um dos maiores nomes da arte barroca, a cidade possui um incontestável charme que perpassa suas ladeiras, casas, praças e pontos turísticos, como a Igreja de São Francisco de Assis.  

A cidade foi a primeira do país a receber o título de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1980. Mesmo com registros de um período de exploração durante o domínio colonial de Portugal, Ouro Preto conserva a memória, a criatividade e a coragem necessária para resguardar o fazer artístico e a inventividade ao longo do tempo.

Santuário do Bom Jesus de Matozinhos (Patrimônio Cultural)

Santuário do Bom Jesus de Matozinhos. (Créditos: Jean Yves Donnard/Revista Sagarana)

Reconhecido como Patrimônio Mundial em 1985, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos está localizado na cidade de Congonhas e é composto por uma igreja principal, em estilo rococó, um adro, com estátuas dos 12 profetas em pedra sabão, e seis capelas anexas, que retratam os passos da Paixão de Cristo (Estações da Cruz), com obras de Aleijadinho. O complexo arquitetônico e escultórico é um símbolo da devoção, arquitetura e arte sacra. Considerado um ícone do barroco brasileiro, o santuário recebe turistas, peregrinos e apreciadores do paisagismo histórico.

A construção do santuário foi iniciada pelo português Feliciano Mendes, em 1757, como uma forma de honrar o Senhor Bom Jesus de Matozinhos, e seguiu em várias etapas, ao longo de quase um século, até 1875. Apesar da passagem do tempo, o patrimônio permanece representando um original marco artístico e arquitetônico, não somente no Brasil, mas também na América Latina.  

Centro Histórico de Diamantina (Patrimônio Cultural)

Centro Histórico de Diamantina. (Créditos: Gabriel Resende, via Cultura e Turismo de Minas Gerais)

O conjunto urbano do Centro Histórico de Diamantina se conecta às ruas sinuosas e irregulares, seguindo a topografia natural da cidade, em meio a altitudes variadas que marcam até 150 metros de diferença entre seus pontos mais altos e mais baixos. A arquitetura barroca é distinta de outras cidades brasileiras por ser de madeira e apresenta casas geminadas, dos séculos XVIII e XIX, regularmente alinhadas, com um ou dois andares e detalhes pintados em cores vívidas. 

Inscrito na lista de Patrimônios Mundiais da UNESCO em 1999, o Centro Histórico possui construções que se delineiam de forma contínua, cadenciada e dimensionada aos desníveis do território. Tal associação entre o ambiente natural e o urbano forma uma paisagem, na qual igrejas, espaços residenciais e comerciais integram os aspectos artísticos e culturais da cidade, que preserva a estrutura arquitetônica de sua formação. 

Conjunto Arquitetônico da Pampulha (Patrimônio Cultural)

Conjunto Arquitetônico da Pampulha (Igreja). (Créditos: IEPHA MG)

O mais recente Patrimônio da Humanidade em Minas Gerais é o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, localizado na cidade de Belo Horizonte, que passou a integrar a lista da UNESCO em 2016. O conjunto é composto por quatro edifícios, ao redor da Lagoa da Pampulha: o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Arquitetura, Urbanismo e Design), o Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube) e a Igreja de São Francisco de Assis. O projeto foi criado em 1940 pelo arquiteto Oscar Niemeyer que, trabalhando em colaboração com o engenheiro Joaquim Cardozo e com artistas como Cândido Portinari, concebeu formas ousadas que exploravam o potencial do concreto ao lado das artes plásticas. O paisagista Roberto Burle Marx reforçou os vínculos entre os edifícios e suas paisagens naturais, por meio de jardins projetados e um circuito de espaços para caminhada ​​que refletem o diálogo com a natureza.

O conjunto é um marco da arquitetura moderna do século XX que, a partir da dinâmica entre pessoas inovadoras nos seus respectivos campos de atuação, deu vida à uma paisagem orgânica para o lazer. Além de patrimônio, o conjunto também constitui uma importante referência para a linguagem arquitetônica e artística latino-americana.

Cada um desses locais nos lembra da importância de ações institucionais, além do cuidado individual e coletivo, para a proteção, integridade e permanência dos elementos naturais e das identidades culturais.

Caso queira saber mais sobre Minas Gerais, não deixe de conferir a exposição “MetropoliTRAMAS”, em cartaz no Espaço do Conhecimento UFMG, que aborda as diversas conexões presentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mostra também inspira inúmeros conteúdos virtuais, em formatos de texto, imagem e áudio, que estão agrupados no site do museu. Confira aqui!

[Texto de autoria de Ana Carolyna Gonçalves, mestranda em Comunicação Social e assistente do Núcleo de Comunicação]

FONTE UFMG

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