O Senado Federal aprovou na tarde desta quarta-feira, 16 de outubro, o Projeto de Lei (PL) nº 6.571, de 2019 que nomeia um trecho de 80 quilômetros da BR-356 com o nome de “Rodovia Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”. O pedaço situa-se entre o entroncamento com a BR-040 e a cidade de Mariana (MG). Com a aprovação, a lei segue para sanção presidencial.
Os senadores se reuniram por volta das 16h, no Plenário do Senado Federal, em Brasília (DF), em Sessão Deliberativa Ordinária, e aprovaram a renomeação da estrada.
O trajeto da via que levará o nome do Arcebispo começa na cidade de Mariana (MG) e passa por Passagem de Mariana, Ouro Preto, Amarantina, Itabirito e termina no Condomínio Alphaville, próximo a BR-040 que dá acesso à Nova Lima (MG).
O projeto original é datado de 2008, e propunha denominar o viaduto localizado no quilômetro 592 da BR-040 como “Viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida”. Após 11 anos, o projeto foi alterado e passou a renomear não só um viaduto, mas um longo trecho da rodovia.
A iniciativa de homenagear Dom Luciano se tornou mais próxima de se concretizar a cada comissão que a PL tramitou em Brasília (DF). Foram três comissões diferentes da Câmara Federal, em seguida, em 2022, ela seguiu para a Comissão de Educação do Senado Federal (CE), que aprovou com otimismo.
“Assim, querido e amado pelo povo de Minas Gerais, é sem dúvida justa e meritória a iniciativa de denominar Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida o trecho da BR-356, entre o entroncamento com a BR-040 e a cidade de Mariana, cidade em que dedicou os últimos anos de sua vida”, escreveu o então relator da CE, em 2022.
Um nome gravado na história
Não é a primeira vez que o nome do Servo de Deus Dom Luciano é dado a locais, instituições e vias públicas. Na cidade de Campinas (SP) o trevo localizado no quilômetro 143 da Rodovia Dom Pedro I leva o nome de Dom Luciano, desde 2023.
As terras mineiras não ficam de fora, as cidades de Mariana (MG) e Congonhas (MG) tem ruas que se chamam Dom Luciano Mendes de Almeida. Já o município de Entre Rios de Minas escolheu uma de suas praças para carregar o nome daquele que serviu aos pobres e mais necessitados.
A cidade goiana de Senador Canedo (GO), também compartilha de uma rua com o nome do Arcebispo, bem como um viaduto na Zona Leste de São Paulo (SP).
Exemplo de vida e inspiração
Pertencente à Ordem Companhia de Jesus (S.J), Dom Luciano praticou a bondade e a humildade durante sua vida. São incontáveis os relatos que atribuem ao Servo de Deus ser “verdadeiramente santo”, como afirmou o Papa Francisco ao receber um livro sobre a vida de Dom Luciano.
Na oportunidade, o sacerdote jesuíta contou que, enquanto ainda estava no processo formativo e estudava Filosofia em Belo Horizonte (MG), visitou juntamente com um grupo de seminaristas, o Palácio Arquiepiscopal, durante o pastoreio de Dom Luciano.
“O que mais nos impressionou é que no palácio, em vários lugares da casa, havia inúmeras pessoas de rua que passaram a noite dormido lá. Isso nos chamou profundamente a atenção da dimensão de acolhida dessas pessoas de rua e sua caridade. Então, na sala da estar, na entrada, na sala de jantar havia pessoas de rua que foram acolhidas por ele na noite anterior e lá passaram a noite. É uma memória muito bonita”, narrou Padre Adilson Felicio.
Quando chegaram na sala de jantar, outra surpresa: era Dom Luciano quem estava preparando o café para o grupo de seminaristas. Durante o momento de partilha, o Servo de Deus fez um convite: “É bom que vocês venham volta e meia me visitar. Eu sou o único jesuíta nessa cidade e vocês estão aqui na cidade vizinha, em Belo Horizonte, então que venham mais vezes aqui”, pediu.
Biografia
Dom Luciano Mendes de Almeida, natural do Rio de Janeiro (MG), nasceu no dia 5 de outubro de 1930. Iniciou seu caminho na vida dedicada a Igreja em 1958, quando foi ordenado presbítero. Em 1976 foi nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo, pelo Papa Paulo VI.
Em seguida, em 1988, com a renúncia do então Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, foi nomeado para ser o novo pastor desta Igreja Particular, onde permaneceu até sua morte em 2006.
FONTE ARQUIDIOCESE DE MARIANA