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Trabalhar quatro dias por semana e ganhar o mesmo? Brasil se aproxima de modelo que promete mais saúde e vida equilibrada

jornada de quatro dias por semana está prestes a se tornar realidade no Brasil, trazendo benefícios incríveis como mais saúde, produtividade e qualidade de vida. A proposta pode transformar completamente o ambiente de trabalho, sem perda salarial.

A proposta de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias por semana, presente no Projeto de Lei 1105/2023 e defendida pelo senador Weverton (PDT-MA), tem gerado grande interesse e diversas discussões sobre seus impactos na produtividade, qualidade de vida e economia.

Esse projeto visa encurtar a semana de trabalho sem cortes salariais, indo de encontro a modelos semelhantes já experimentados em países como Islândia, Reino Unido e, mais recentemente, no Chile.

No Brasil, esse debate ganha ainda mais relevância considerando que 44 horas semanais é o padrão legal, o que leva muitos profissionais a sobrecarga e questões de saúde mental.

Benefícios de uma jornada mais curta

O PL 1105/2023 destaca que a redução da carga horária semanal traz impactos positivos na saúde física e mental dos trabalhadores.

Especialistas apontam que jornadas mais curtas reduzem o estresse e evitam problemas como a síndrome de Burnout, bastante comum em setores que exigem alta produtividade em longas jornadas.

Segundo dados do The 4-Day Week Global, experiência realizada no Reino Unido, 79% dos trabalhadores em jornada de quatro dias relataram menos sintomas de Burnout, e mais de 50% perceberam melhorias na gestão da vida pessoal e profissional.

Esse modelo também resultou em menor rotatividade nas empresas participantes, beneficiando os negócios e aumentando a satisfação dos colaboradores​

Além de promover a saúde, a jornada de quatro dias oferece mais tempo para o lazer e o convívio familiar, o que eleva a satisfação e pode refletir em um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

No Brasil, o sucesso do projeto-piloto da organização “4 Day Week Brazil”, que segue o modelo de 100-80-100 (100% do salário, 80% da carga horária e manutenção de 100% da produtividade), reforça o potencial da proposta para setores que priorizam eficiência e qualidade de vida​

Desafios para a implementação no Brasil

Apesar das vantagens observadas em outros países, implementar uma jornada reduzida no Brasil não é tarefa fácil.

A realidade diversa do mercado nacional exige um plano de adaptação e apoio, especialmente para pequenas e médias empresas (PMEs), que poderiam enfrentar dificuldades para adequar operações sem impactos financeiros.

Outra barreira é a cultura de produtividade atrelada a longas jornadas, que ainda persiste em muitos setores. Segundo o técnico Clemente Ganz Lúcio, do Fórum das Centrais Sindicais, o sucesso da proposta no Brasil depende da adesão e adaptação de diversas empresas, e de apoio para PMEs se ajustarem sem grandes impactos​

Efeitos econômicos e papel das entidades sindicais

Além de desafiar convenções no ambiente corporativo, a redução da jornada de trabalho também provoca questionamentos econômicos.

Críticos afirmam que menos horas trabalhadas poderiam impactar a produção e, por consequência, a economia.

Por outro lado, defensores do PL indicam que, com mais tempo livre, os trabalhadores poderiam aumentar o consumo, beneficiando setores como turismo e lazer.

Esse efeito poderia gerar novos postos de trabalho e estimular a economia de maneira mais ampla, um argumento utilizado por outros países que já discutem ou adotaram jornadas mais curtas​

No cenário nacional, sindicatos e associações têm um papel central para garantir que a redução da jornada seja justa, mantendo direitos trabalhistas e prevenindo sobrecarga de trabalho.

O senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto, enfatiza a necessidade de um consenso entre empregadores, empregados e governo para implementar uma jornada reduzida de forma eficaz.

O movimento sindical apoia essa mudança desde que haja uma redistribuição justa dos ganhos de produtividade, possibilitando maior acesso a empregos e evitando o acúmulo de funções por quem continua empregado​

Aprendizados de experiências internacionais

A experiência da Islândia foi uma das mais comentadas no contexto global. Por lá, a semana de quatro dias não reduziu a produtividade, e, em alguns casos, a aumentou.

O Reino Unido e o Chile seguem o mesmo caminho, adaptando a carga horária de maneira gradual. O Brasil, com o apoio de organizações internacionais, vê o modelo islandês como um exemplo positivo e viável.

Em um teste recente, quase todas as empresas britânicas decidiram manter o novo regime após perceberem que não houve queda na produtividade, e sim melhorias na saúde mental dos funcionários e um aumento na retenção de talentos​

E o futuro do trabalho no Brasil?

Enquanto o projeto aguarda tramitação na Câmara dos Deputados, o debate se intensifica em diversos setores da sociedade brasileira, com muitos trabalhadores e especialistas observando com atenção as iniciativas globais e as adaptações locais.

A mudança pode representar uma nova era para o mercado de trabalho, aliando bem-estar e produtividade de maneira inovadora.

FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS

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