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Alvo da PF foi desligado da gestão Zema quatro dias antes da ação

Ex-presidente da Feam foi desligado do governo Zema poucos dias antes da operação da PF que investiga corrupção e crimes ambientais bilionários em Minas Gerais

O ex-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Rodrigo Gonçalves Franco, alvo da operação “Rejeito”, da Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (17/9), deixou o cargo no governo de Romeu Zema (Novo) poucos dias antes da ação que investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro. O desligamento foi publicado no Diário Oficial do Estado no último sábado (13/9).

A ação ocorreu em Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais. Foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão, envolvendo empresários e diretores de empresas de mineração. Também foi determinado o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e a suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas.

A investigação aponta que a organização criminosa operava com divisão clara de funções, corrompendo servidores de órgãos estaduais e federais, incluindo IPHAN, ANM e SEMAD-MG, para obtenção de licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram usadas na exploração irregular de minério de ferro em áreas tombadas ou próximas a unidades de preservação, provocando graves impactos ambientais e riscos sociais.

O esquema, ativo desde 2020, envolvia uma rede de mais de 40 empresas, centralizada na holding Minerar S/A, usada para mascarar a propriedade real dos empreendimentos e dissimular a origem de recursos, caracterizando lavagem de dinheiro. Mais de R$ 3 milhões em propinas teriam sido pagos a agentes públicos para garantir a continuidade das operações ilegais.

Entenda a Operação Rejeito 

  • Alvo: uma “verdadeira organização criminosa”, segundo a PF, especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração
  • Modo de operação: o grupo obtinha licenças ambientais fraudulentas através do “pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos” de órgãos como IPHAN, ANM e SEMAD-MG
  • Estrutura: utilizava uma “robusta e complexa rede de empresas” para “legitimar práticas delituosas”, ocultar os verdadeiros responsáveis e praticar “lavagem de capitais”
  • Valores envolvidos: a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos do grupo. A PF apurou que a organização “expandiu exponencialmente sua atuação” em projetos com potencial superior a R$ 18 bilhões
  • Ação policial: foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão contra empresários e diretores do esquema
  • Servidores afastados: agentes da FEAM, IEF e Copam foram afastados de suas funções por suspeita de participação no esquema de corrupção
  • Impacto ambiental: as atividades da organização causaram graves consequências, como desabamentos, ampliação de erosões e ameaças a espécies endêmicas e ao patrimônio espeleológico na Serra do Curral

FONTE: ESTADO DE MINAS

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