Localizado a 40 km do centro de Ouro Preto, o Distrito de Miguel Burnier, nascido sob o signo da mineração no final do século 18, tem forte ligação com a história de Minas Gerais, incluindo a Inconfidência Mineira e o início da ferrovia e a siderurgia no Brasil, no século XIX. O a co0munidade já viveu o apogeu e a decadência, mas mantem vivos os patrimônios imateriais como o congado, a banda, o coral, o artesanato, e a culinária. A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, iniciou um projeto de valorização da memória e incentivo à cultura mineira no interior do estado: o Patrimônio Vivo. A iniciativa começa a ser desenvolvida na comunidade de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto. Com investimento de R$ 15 milhões, as ações de revitalização e manutenção local vão beneficiar a comunidade e incentivar o turismo na região.
Dentre as diversas iniciativas, destaca-se um grande projeto para a restauração da Igreja Sagrado Coração de Jesus, de 1933 e com seus 1.239,58m², bem como a revitalização do paisagismo com 8.274m² de área, drenagem e pavimentação do entorno, considerando as memórias dos moradores e as necessidades atuais, como o acesso para as manifestações culturais do Congado, por exemplo.
Ao lado da Igreja, será construída uma área de convivência, preparada para receber as festas tradicionais da comunidade, como as coroações dos Sagrados Corações de Maria e Jesus, a revitalização do coreto, totalizando um novo espaço com cerca de 406m², além da criação de 25 vagas estacionamento.
Também faz parte do Patrimônio Vivo a restauração e destinação do Dormitório, edificação que ocupa um terreno de 432m² e uma área construída de quase 150m² e que pertence ao conjunto ferroviário de Miguel Burnier, datado entre as décadas de 20 e 30. A proposta apresentada pela comunidade é que este espaço passe a ser uma espécie de local para receber o turista e apresentar a produção local, como o bordado. Igualmente relevantes serão as ações para a proteção da estrutura da igreja Nossa Senhora Auxiliadora de Calastróis, data de 1749.
A primeira entrega tem previsão de ser realizada ainda no primeiro semestre deste ano. Outras frentes de trabalho serão realizadas ao longo do ano de 2023, como o levantamento territorial urbano, o diagnóstico turístico, fortalecimento da economia local, potencialização do artesanato, economia circular e o apoio na reestruturação do patrimônio imaterial, com investimentos para a banda, congado, quitutes e educação patrimonial.
Em paralelo, há um outro investimento acontecendo na revitalização da antiga Usina Wigg, referência histórica no marco da siderurgia e produção de ferro em Minas Gerais. A companhia se tornou referência para processos modernos de fundição no início da indústria siderúrgica brasileira, no final do século XIX, movimentando a economia e o desenvolvimento do país.
A Usina Wigg teve como principal foco a incorporação de inovações tecnológicas para o campo da produção siderúrgica. Para conhecer um pouco mais sobre a Usina Wigg, visite: https://usinawigg.mmgerdau.org.br/
Construindo o futuro e preservando o passado de forma colaborativa
Durante pouco mais de um ano, foram realizadas cerca de 20 reuniões com a comunidade local, com representantes da Prefeitura e Câmara Municipal, Conselhos Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (COMPATRI) e de Meio Ambiente (CODEMA) de Ouro Preto, para juntos, estruturar e validar a iniciativa. “O projeto Patrimônio Vivo foi construído a muitas mãos para que chegássemos a um resultado que atendesse a expectativa do coletivo e que principalmente, preservasse de forma consciente os espaços e, em alguns casos, requalificando seu uso. Por meio desta iniciativa, vamos contribuir para o resgate da história e do pertencimento ao local, preservar as muitas lembranças dos moradores da região e valorização do patrimônio cultural material e imaterial. É uma forma de preservar não somente o local, mas a cultura e a representatividade que Miguel Burnier tem para Ouro Preto e Minas Gerais”, destaca Wendel Gomes, Diretor Executivo da Gerdau.
O Patrimônio Vivo conta com a parceria do escritório ouro-pretano especializado na preservação de patrimônio cultural, Joglo e da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP) – instituição privada, sem fins econômicos, apartidária, criada por meio da parceria entre empresas locais, poder público e sociedade civil, cuja missão consiste em ser agente do desenvolvimento sustentável do Município de Ouro Preto.