Outubro no Brasil com mais ondas de calor?

Setembro é um mês de aumento natural de calor no Brasil – lembrando que o mês inicia a primavera, uma estação que proporciona o retorno das altas temperaturas e também do período de chuva mais regular. Este ano em específico, estamos com características de El Niño. A forte onda de calor que se espalhou sobre o Brasil por quase duas semanas, fez com que as temperaturas atingissem marcas extremas, muito acima do normal por vários dias consecutivos.

Brasil vai ter mais ondas de calor?

A resposta é: Sim! O risco de novas ondas de calor é altamente provável, especialmente durante o mês de outubro. A previsão indica a atuação de sistemas de alta pressão atmosférica – impedindo a formação de nuvens de chuva – estacionados sobre o Brasil durante outros períodos até o final da primavera, gerando novas situações de bloqueios atmosféricos, e, consequentemente, novas ondas de calor.

VALE LEMBRAR: Outubro é um mês naturalmente mais quente em grande parte do Brasil (até mesmo mais que setembro). Sendo assim, há possibilidade de observarmos temperaturas mais altas ainda do que já ocorreu nesta última onda de calor da segunda semana de setembro.  

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Foto: Getty Images

Por que esta primavera está tão quente?
 

A primavera de 2023 é especialmente quente por causa da influência do fenômeno El Niño. A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul.  Assim, fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil junto com as frentes frias.

O El Niño diminui a frequência das pancadas de chuva e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil. Lembrando que, a chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens, menos chuva resultam em mais horas com sol forte e mais calor.

El Niño no verão 2024!

A primavera de 2023 acontece com um El Niño de forte intensidade, que vai persistir também durante o verão, dentro de uma atmosfera global em aquecimento e ainda com oceanos mais quentes do que o normal. Para completar o combo quente natural, o aquecimento anormal do oceano Atlântico Norte observado em 2023 também têm influência direta no Clima do Brasil.

FONTE CLIMA TEMPO

Outubro no Brasil com mais ondas de calor?

Setembro é um mês de aumento natural de calor no Brasil – lembrando que o mês inicia a primavera, uma estação que proporciona o retorno das altas temperaturas e também do período de chuva mais regular. Este ano em específico, estamos com características de El Niño. A forte onda de calor que se espalhou sobre o Brasil por quase duas semanas, fez com que as temperaturas atingissem marcas extremas, muito acima do normal por vários dias consecutivos.

Brasil vai ter mais ondas de calor?

A resposta é: Sim! O risco de novas ondas de calor é altamente provável, especialmente durante o mês de outubro. A previsão indica a atuação de sistemas de alta pressão atmosférica – impedindo a formação de nuvens de chuva – estacionados sobre o Brasil durante outros períodos até o final da primavera, gerando novas situações de bloqueios atmosféricos, e, consequentemente, novas ondas de calor.

VALE LEMBRAR: Outubro é um mês naturalmente mais quente em grande parte do Brasil (até mesmo mais que setembro). Sendo assim, há possibilidade de observarmos temperaturas mais altas ainda do que já ocorreu nesta última onda de calor da segunda semana de setembro.  

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Foto: Getty Images

Por que esta primavera está tão quente?
 

A primavera de 2023 é especialmente quente por causa da influência do fenômeno El Niño. A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul.  Assim, fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil junto com as frentes frias.

O El Niño diminui a frequência das pancadas de chuva e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil. Lembrando que, a chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens, menos chuva resultam em mais horas com sol forte e mais calor.

El Niño no verão 2024!

A primavera de 2023 acontece com um El Niño de forte intensidade, que vai persistir também durante o verão, dentro de uma atmosfera global em aquecimento e ainda com oceanos mais quentes do que o normal. Para completar o combo quente natural, o aquecimento anormal do oceano Atlântico Norte observado em 2023 também têm influência direta no Clima do Brasil.

FONTE CLIMA TEMPO

A cidade onde as pessoas vivem embaixo da Terra por causa do calor

Na longa estrada rumo ao centro da Austrália, 848 km ao norte das planícies costeiras de Adelaide, surgem enigmáticas pirâmides de areia.

Em torno delas, o cenário é totalmente desolado – uma extensão sem fim de poeira rosa-salmão, ocasionalmente salpicada de teimosos arbustos.

No entanto, à medida que você avança pela rodovia, surgem outras construções misteriosas similares – montes de terra clara, espalhados aleatoriamente como monumentos esquecidos há muito tempo. E, de vez em quando, tubos brancos se elevam do solo ao lado desses montes.

Estes são os primeiros sinais de Coober Pedy, uma cidade de mineradores de opala com cerca de 2,5 mil habitantes. Muitos dos pequenos picos da região são resíduos de solo gerados após décadas de mineração, mas também são sinais de outra característica do local: as moradias subterrâneas.

Neste canto do mundo, 60% da população vive em casas construídas nas rochas de arenito e siltito ricas em ferro da região. Em alguns locais, os únicos sinais de moradia são os poços de ventilação que se erguem do chão e o excesso de solo acumulado perto das entradas das casas.

No inverno, este estilo de vida pode parecer apenas excêntrico. Mas, no verão, Coober Pedy – “homem branco em um buraco”, em tradução livre de uma expressão aborígene australiana – não requer explicações: o local atinge 52°C, uma temperatura tão alta que faz com que os pássaros caiam do céu e aparelhos eletrônicos precisem ser guardados no refrigerador.

E, em 2023, este costume parece ter sido mais profético que nunca.

Foto aérea mostra aparentes montes de areia em ampla área desértica
Legenda da foto,Andar a pé no deserto perto de Coober Pedy pode ser perigoso. O terreno é salpicado de poços de mineração abandonados

Em julho, a cidade de Chongqing, no sudoeste da China, precisou abrir seus abrigos antiaéreos – construídos em meio a bombardeios em larga escala do Japão, durante a Segunda Guerra Mundial – para proteger os cidadãos contra uma ameaça muito diferente: um surto de calor de mais de 35°C que durou 10 dias. Outros se refugiaram em restaurantes em cavernas, que são populares na cidade.

Enquanto a intensa onda de calor prossegue em algumas regiões, com temperaturas que nem os cactos conseguem suportar, e incêndios florestais dizimam grandes áreas do mundo, o que podemos aprender com os moradores de Coober Pedy?

Longa história

Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior assentamento subterrâneo do mundo.

As pessoas se refugiam embaixo da terra para enfrentar climas inóspitos há milhares de anos – desde ancestrais dos humanos que deixaram suas ferramentas em uma caverna na África do Sul há dois milhões de anos, até os neandertais que criaram pilhas inexplicáveis de estalagmites em uma gruta na França na idade do gelo, 176 mil anos atrás.

Até os chimpanzés já foram observados se refrescando em cavernas, para se proteger do extremo calor durante o dia no sudeste do Senegal.

Outro exemplo é a Capadócia, uma região antiga no centro da Turquia. Ela fica em um planalto árido e é famosa pela sua notável geologia, quase utópica, e seu cenário de cumes, chaminés e casas esculpidos pelo homem e pela natureza em rochas vulcânicas, como em um reino de conto de fadas.

Mas espetacular mesmo é o que está escondido abaixo disso. E a história de como isso foi descoberto é muito boa. Segundo a crença popular, tudo começou com o desaparecimento das galinhas de um de seus moradores.

Em 1963, um homem que fazia reformas no porão de sua casa notou que suas aves estavam desaparecendo por um buraco que ele havia aberto acidentalmente.

Ao derrubar a parede, ele descobriu uma passagem secreta – um íngreme caminho subterrâneo que levava a um labirinto de nichos e outros corredores. Era uma das muitas entradas para a cidade perdida de Derinkuyu.

Derinkuyu é apenas uma das centenas de moradias em cavernas entre as diversas cidades subterrâneas da região. Acredita-se que ela tenha sido construída perto do século 8° a.C.

A cidade foi habitada de forma quase constante por milênios, com seus próprios poços de ventilação e de água, estábulos, igrejas, armazéns e uma ampla rede de casas subterrâneas. E servia também de abrigo de emergência para até 20 mil pessoas, em caso de invasão.

Como em Coober Pedy, as moradias subterrâneas ajudavam os habitantes da região a enfrentar o clima continental, que alterna entre invernos frios com neve e verões quentes e secos. No lado externo, a temperatura flutua de vários graus abaixo de zero até mais de 30 °C, enquanto, embaixo da terra, ela fica estável em 13 °C.

Mesmo nos dias de hoje, as cavernas construídas por seres humanos na região são famosas pelas suas capacidades de refrigeração passiva – uma técnica de construção que envolve o uso de opções de design para reduzir o aumento e a perda de calor sem o uso de energia.

As antigas galerias e passagens da Capadócia abrigam hoje milhares de toneladas de batatas, limões, repolhos e outros produtos que precisariam ser refrigerados se fossem armazenados em outros locais. A demanda popular cresceu tanto que novas cavernas estão sendo construídas na região.

Solução eficaz

Colunas e paredes subterrâneas
Legenda da foto,A cidade subterrânea de Derinkuyu, na Capadócia (Turquia), foi abandonada em 1923. Ele ficou totalmente esquecida até ser redescoberta, nos anos 1960

Mais à frente, na estrada para Coober Pedy, fica o centro da cidade.

À primeira vista, ela pode ser confundida com um assentamento comum da região desértica que compõe o chamado outback australiano. As ruas são cor-de-rosa devido à poeira e existem restaurantes, bares, supermercados e postos de gasolina.

No alto de uma colina, a única árvore da cidade – na verdade, uma escultura feita de metal – observa o panorama.

Na superfície, Coober Pedy é assustadoramente vazia. As casas são bastante espaçadas entre si e a impressão é de que algo realmente parece estar errado. Mas, embaixo do solo, tudo se explica.

Alguns dos “subterrâneos” de Coober Pedy podem ser visitados através dessas casas. Elas têm aparência normal, mas suas passagens subterrâneas se revelam gradualmente à medida que entramos. Parece que estamos atravessando um guarda-roupa para sair no mundo fictício de Nárnia (de As Crônicas de Nárnia, de C.S.Lewis).

Outras passagens são mais óbvias. Em uma área de camping chamada Riba’s, as pessoas podem montar suas tendas em nichos vários metros abaixo da superfície. A entrada é através de um túnel escuro.

Em Coober Pedy, as construções subterrâneas precisam ficar a pelo menos quatro metros de profundidade, para evitar que o teto desabe. Embaixo daquele enorme volume de rocha, a temperatura é sempre agradável: 23 °C.

As pessoas que moram acima do solo precisam suportar verões extremamente quentes e noites frias de inverno, com temperaturas que costumam cair até 2-3 °C. Mas as casas subterrâneas mantêm a temperatura ambiente perfeita, 24 horas por dia, o ano inteiro.

Além do conforto, outra importante vantagem de morar embaixo da terra é a economia. Coober Pedy gera toda a eletricidade que consome – 70% dela, de origem eólica e solar. Mas ligar o ar-condicionado, muitas vezes, é caro e impraticável.

Mesas postas em galeria subterrânea
Legenda da foto,Em Coober Pedy, a rocha é tão mole que pode ser raspada com a unha.

“Para viver acima do solo, você paga uma verdadeira fortuna pelo aquecimento e refrigeração, já que, muitas vezes, faz mais de 50°C no verão”, afirma Jason Wright, o morador local que administra o Riba’s.

Por outro lado, muitas casas subterrâneas em Coober Pedy são relativamente baratas. Em um recente leilão, o preço médio das casas de três quartos foi de cerca de 40 mil dólares australianos (cerca de R$ 126 mil).

Muitas dessas propriedades eram extremamente básicas ou precisavam de reforma, mas existe uma grande diferença entre esses valores e os praticados na cidade grande mais próxima, Adelaide. Lá, o preço médio das residências é de 700 mil dólares australianos (cerca de R$ 2,25 milhões).

E as casas subterrâneas oferecem outros benefícios. Um deles é que não há insetos.

“Quando você chega à porta, as moscas saem das suas costas, elas não querem entrar no escuro e no frio”, conta Wright. E também não há poluição sonora e luminosa embaixo da terra.

Curiosamente, o estilo de vida subterrâneo também pode oferecer alguma proteção contra terremotos. Wright descreve que os tremores de terra na região produzem um ruído vibrante que aumenta e passa através do subterrâneo até o outro lado.

“Tivemos dois [terremotos] desde que me mudei para cá e nunca sequer me abalei”, ele conta. Mas o nível de segurança das estruturas subterrâneas durante atividades sísmicas depende inteiramente do seu tamanho, complexidade e profundidade.

Configuração ideal

A questão é se as casas subterrâneas poderiam ajudar as pessoas a combater os efeitos das mudanças climáticas em outros lugares do planeta. E por que elas são tão poucas?

Existem diversas razões que explicam a praticidade única da construção de subterrâneos em Coober Pedy. A primeira são as rochas da região.

“Elas são muito moles, você pode raspá-las com um canivete ou com a unha”, afirma Barry Lewis, funcionário do centro de informações turísticas da cidade.

Nos anos 1960 e 70, os moradores de Coober Pedy ampliaram suas casas da mesma forma que criaram as minas de opala, usando pás, picaretas e explosivos. Algumas delas não exigiram muito trabalho para serem escavadas, já que muitos moradores usaram poços de minas abandonados como pontos de partida.

Mas, hoje em dia, os túneis costumam ser escavados com equipamento industrial.

“Uma boa máquina de perfuração de túneis pode retirar cerca de seis metros cúbicos de rocha por hora, de forma que você pode ter uma casa subterrânea construída em menos de um mês”, explica Wright.

Várias casas escavadas em rocha na encosta
Legenda da foto,Na Capadócia, existem muitas casas escavadas na rocha vulcânica. Elas não são mais usadas como moradia

Mas ainda é possível escavar manualmente. Por isso, quando os moradores precisam de mais espaço, às vezes eles simplesmente começam a cavar. E, como se trata de uma área de mineração de opala, não é raro que um projeto de reforma acabe dando lucros.

Já houve um homem que encontrou uma gema grande saindo da parede enquanto instalava um chuveiro e, durante uma obra de ampliação, um hotel local descobriu opalas no valor de 1,5 milhão de dólares australianos (cerca de R$ 4,8 milhões).

O arenito também é estruturalmente estável sem precisar de apoios. Por isso, é possível construir salões literalmente cavernosos com pé-direito alto, em qualquer forma que você quiser, sem acrescentar materiais.

Na verdade, a construção de túneis em Coober Pedy é tão simples que muitos moradores têm casas de luxo sofisticadas, com piscinas subterrâneas, salões de jogos, grandes banheiros e salas de estar de alto padrão.

Um morador local chegou a descrever sua casa subterrânea “como um castelo”, com 50 mil tijolos aparentes e portas em arco em todos os quartos.

“Temos alguns subterrâneos surpreendentes por aqui”, afirma Wright. Ele explica que os moradores são notoriamente reservados – outra possível consequência de viver embaixo da terra – e você só consegue descobrir algo sobre eles quando é convidado para jantar.

Questão de umidade

Os benefícios de Cooper Pedy não seriam os mesmos em outros lugares parecidos.

Das muitas moradias em rochas habitadas por seres humanos, a maioria fica em locais secos. Elas incluem desde as torres e paredes construídas nos rochedos de Mesa Verde, no Colorado (Estados Unidos), habitadas por mais de 700 anos pelo povo conhecido como ancestral pueblo, até os elaborados templos, túmulos e palácios escavados no arenito rosa de Petra, na Jordânia.

Atualmente, uma das últimas aldeias cortadas na rocha e ainda habitadas do mundo é Kandovan, aos pés do monte Sahand, no Irã – um vale marcado por estranhas cavernas pontiagudas que foram escavadas e transformadas em casas, como uma colônia de cupinzeiros. A região recebe apenas 11 mm de chuva por mês, em média, durante todo o verão.

Mas construir embaixo da terra em regiões mais úmidas é claramente mais complicado.

O metrô de Londres é um exemplo. Para impermeabilizar seus túneis subterrâneos originais, construídos no século 19, eles foram revestidos com diversas camadas de tijolos e uma generosa camada de betume.

Atualmente, são utilizados métodos mais modernos. Mas, mesmo com essas precauções, ainda é comum a incidência de mofo preto nas galerias.

O mesmo problema afeta fundações de edifícios, porões e estacionamentos subterrâneos em regiões com forte incidência de chuvas em todo o mundo.

Placa em área desértica alertando sobre perigo
Legenda da foto,Coober Pedy é uma cidade incomum no sul da Austrália, onde tudo é subterrâneo, de igrejas a locais de acampamento

Existem duas razões principais para o fenômeno. Uma é a falta de ventilação, que pode fazer com que a umidade da cozinha, dos banheiros e da própria respiração das pessoas se condense nas frias paredes das cavernas. O outro motivo é a água subterrânea, se as construções estiverem perto do lençol freático.

As cavernas de Hazan, em Israel, são uma complexa rede de esconderijos subterrâneos construídos pelos judeus para escapar da perseguição dos romanos no século 2 d.C.. Ela inclui cozinhas, salões, reservatórios de água e um mausoléu de urnas funerárias.

A apenas 66 metros de distância da entrada da caverna, a temperatura nos túneis cai significativamente em comparação com o lado externo. Mas a umidade também é o dobro dos 40% verificados na entrada da caverna.

Um dos motivos pode ser o fato de que o sistema de cavernas foi construído em rocha porosa, em uma área de planície. Nestas condições, a tendência é de que o volume de água subterrânea seja maior. E seus corredores estreitos e entradas limitadas fazem com que haja pouco fluxo de ar.

Mas, em Coober Pedy, construída sobre 50 metros de arenito poroso, as condições são áridas até nos subterrâneos.

“Aqui é muito, muito seco”, afirma Wright.

Poços de ventilação garantem o fornecimento adequado de oxigênio e permitem que a umidade das atividades internas escape do subterrâneo. Mas eles, muitas vezes, são simples canos que se estendem através do teto.

Esses bunkers à prova de calor trazem, entretanto, um fator de preocupação. Lewis mora atualmente na superfície, em um parque para trailers. Sua casa subterrânea ficava embaixo do mesmo ponto onde ele mora hoje, mas ela simplesmente desabou.

“Não acontece com muita frequência”, segundo ele. “Ela estava em um local ruim.”

Também não é incomum que os moradores derrubem acidentalmente uma parede, atravessando até a casa do vizinho.

Apesar do contratempo, Lewis sente falta da vida nos subterrâneos. E Wright também recomenda o ambiente embaixo da terra para pessoas que sofrem em locais com temperaturas absurdamente altas. Para ele, “é moleza quando você sente aquele calor”.

E se o mundo continuar esquentando, é possível, sim, que, num futuro próximo, comecem a pipocar pirâmides de areia como as de Coober Pedy em outros lugares do mundo.

FONTE BBC.COM

A cidade onde as pessoas vivem embaixo da Terra por causa do calor

Na longa estrada rumo ao centro da Austrália, 848 km ao norte das planícies costeiras de Adelaide, surgem enigmáticas pirâmides de areia.

Em torno delas, o cenário é totalmente desolado – uma extensão sem fim de poeira rosa-salmão, ocasionalmente salpicada de teimosos arbustos.

No entanto, à medida que você avança pela rodovia, surgem outras construções misteriosas similares – montes de terra clara, espalhados aleatoriamente como monumentos esquecidos há muito tempo. E, de vez em quando, tubos brancos se elevam do solo ao lado desses montes.

Estes são os primeiros sinais de Coober Pedy, uma cidade de mineradores de opala com cerca de 2,5 mil habitantes. Muitos dos pequenos picos da região são resíduos de solo gerados após décadas de mineração, mas também são sinais de outra característica do local: as moradias subterrâneas.

Neste canto do mundo, 60% da população vive em casas construídas nas rochas de arenito e siltito ricas em ferro da região. Em alguns locais, os únicos sinais de moradia são os poços de ventilação que se erguem do chão e o excesso de solo acumulado perto das entradas das casas.

No inverno, este estilo de vida pode parecer apenas excêntrico. Mas, no verão, Coober Pedy – “homem branco em um buraco”, em tradução livre de uma expressão aborígene australiana – não requer explicações: o local atinge 52°C, uma temperatura tão alta que faz com que os pássaros caiam do céu e aparelhos eletrônicos precisem ser guardados no refrigerador.

E, em 2023, este costume parece ter sido mais profético que nunca.

Foto aérea mostra aparentes montes de areia em ampla área desértica
Legenda da foto,Andar a pé no deserto perto de Coober Pedy pode ser perigoso. O terreno é salpicado de poços de mineração abandonados

Em julho, a cidade de Chongqing, no sudoeste da China, precisou abrir seus abrigos antiaéreos – construídos em meio a bombardeios em larga escala do Japão, durante a Segunda Guerra Mundial – para proteger os cidadãos contra uma ameaça muito diferente: um surto de calor de mais de 35°C que durou 10 dias. Outros se refugiaram em restaurantes em cavernas, que são populares na cidade.

Enquanto a intensa onda de calor prossegue em algumas regiões, com temperaturas que nem os cactos conseguem suportar, e incêndios florestais dizimam grandes áreas do mundo, o que podemos aprender com os moradores de Coober Pedy?

Longa história

Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior assentamento subterrâneo do mundo.

As pessoas se refugiam embaixo da terra para enfrentar climas inóspitos há milhares de anos – desde ancestrais dos humanos que deixaram suas ferramentas em uma caverna na África do Sul há dois milhões de anos, até os neandertais que criaram pilhas inexplicáveis de estalagmites em uma gruta na França na idade do gelo, 176 mil anos atrás.

Até os chimpanzés já foram observados se refrescando em cavernas, para se proteger do extremo calor durante o dia no sudeste do Senegal.

Outro exemplo é a Capadócia, uma região antiga no centro da Turquia. Ela fica em um planalto árido e é famosa pela sua notável geologia, quase utópica, e seu cenário de cumes, chaminés e casas esculpidos pelo homem e pela natureza em rochas vulcânicas, como em um reino de conto de fadas.

Mas espetacular mesmo é o que está escondido abaixo disso. E a história de como isso foi descoberto é muito boa. Segundo a crença popular, tudo começou com o desaparecimento das galinhas de um de seus moradores.

Em 1963, um homem que fazia reformas no porão de sua casa notou que suas aves estavam desaparecendo por um buraco que ele havia aberto acidentalmente.

Ao derrubar a parede, ele descobriu uma passagem secreta – um íngreme caminho subterrâneo que levava a um labirinto de nichos e outros corredores. Era uma das muitas entradas para a cidade perdida de Derinkuyu.

Derinkuyu é apenas uma das centenas de moradias em cavernas entre as diversas cidades subterrâneas da região. Acredita-se que ela tenha sido construída perto do século 8° a.C.

A cidade foi habitada de forma quase constante por milênios, com seus próprios poços de ventilação e de água, estábulos, igrejas, armazéns e uma ampla rede de casas subterrâneas. E servia também de abrigo de emergência para até 20 mil pessoas, em caso de invasão.

Como em Coober Pedy, as moradias subterrâneas ajudavam os habitantes da região a enfrentar o clima continental, que alterna entre invernos frios com neve e verões quentes e secos. No lado externo, a temperatura flutua de vários graus abaixo de zero até mais de 30 °C, enquanto, embaixo da terra, ela fica estável em 13 °C.

Mesmo nos dias de hoje, as cavernas construídas por seres humanos na região são famosas pelas suas capacidades de refrigeração passiva – uma técnica de construção que envolve o uso de opções de design para reduzir o aumento e a perda de calor sem o uso de energia.

As antigas galerias e passagens da Capadócia abrigam hoje milhares de toneladas de batatas, limões, repolhos e outros produtos que precisariam ser refrigerados se fossem armazenados em outros locais. A demanda popular cresceu tanto que novas cavernas estão sendo construídas na região.

Solução eficaz

Colunas e paredes subterrâneas
Legenda da foto,A cidade subterrânea de Derinkuyu, na Capadócia (Turquia), foi abandonada em 1923. Ele ficou totalmente esquecida até ser redescoberta, nos anos 1960

Mais à frente, na estrada para Coober Pedy, fica o centro da cidade.

À primeira vista, ela pode ser confundida com um assentamento comum da região desértica que compõe o chamado outback australiano. As ruas são cor-de-rosa devido à poeira e existem restaurantes, bares, supermercados e postos de gasolina.

No alto de uma colina, a única árvore da cidade – na verdade, uma escultura feita de metal – observa o panorama.

Na superfície, Coober Pedy é assustadoramente vazia. As casas são bastante espaçadas entre si e a impressão é de que algo realmente parece estar errado. Mas, embaixo do solo, tudo se explica.

Alguns dos “subterrâneos” de Coober Pedy podem ser visitados através dessas casas. Elas têm aparência normal, mas suas passagens subterrâneas se revelam gradualmente à medida que entramos. Parece que estamos atravessando um guarda-roupa para sair no mundo fictício de Nárnia (de As Crônicas de Nárnia, de C.S.Lewis).

Outras passagens são mais óbvias. Em uma área de camping chamada Riba’s, as pessoas podem montar suas tendas em nichos vários metros abaixo da superfície. A entrada é através de um túnel escuro.

Em Coober Pedy, as construções subterrâneas precisam ficar a pelo menos quatro metros de profundidade, para evitar que o teto desabe. Embaixo daquele enorme volume de rocha, a temperatura é sempre agradável: 23 °C.

As pessoas que moram acima do solo precisam suportar verões extremamente quentes e noites frias de inverno, com temperaturas que costumam cair até 2-3 °C. Mas as casas subterrâneas mantêm a temperatura ambiente perfeita, 24 horas por dia, o ano inteiro.

Além do conforto, outra importante vantagem de morar embaixo da terra é a economia. Coober Pedy gera toda a eletricidade que consome – 70% dela, de origem eólica e solar. Mas ligar o ar-condicionado, muitas vezes, é caro e impraticável.

Mesas postas em galeria subterrânea
Legenda da foto,Em Coober Pedy, a rocha é tão mole que pode ser raspada com a unha.

“Para viver acima do solo, você paga uma verdadeira fortuna pelo aquecimento e refrigeração, já que, muitas vezes, faz mais de 50°C no verão”, afirma Jason Wright, o morador local que administra o Riba’s.

Por outro lado, muitas casas subterrâneas em Coober Pedy são relativamente baratas. Em um recente leilão, o preço médio das casas de três quartos foi de cerca de 40 mil dólares australianos (cerca de R$ 126 mil).

Muitas dessas propriedades eram extremamente básicas ou precisavam de reforma, mas existe uma grande diferença entre esses valores e os praticados na cidade grande mais próxima, Adelaide. Lá, o preço médio das residências é de 700 mil dólares australianos (cerca de R$ 2,25 milhões).

E as casas subterrâneas oferecem outros benefícios. Um deles é que não há insetos.

“Quando você chega à porta, as moscas saem das suas costas, elas não querem entrar no escuro e no frio”, conta Wright. E também não há poluição sonora e luminosa embaixo da terra.

Curiosamente, o estilo de vida subterrâneo também pode oferecer alguma proteção contra terremotos. Wright descreve que os tremores de terra na região produzem um ruído vibrante que aumenta e passa através do subterrâneo até o outro lado.

“Tivemos dois [terremotos] desde que me mudei para cá e nunca sequer me abalei”, ele conta. Mas o nível de segurança das estruturas subterrâneas durante atividades sísmicas depende inteiramente do seu tamanho, complexidade e profundidade.

Configuração ideal

A questão é se as casas subterrâneas poderiam ajudar as pessoas a combater os efeitos das mudanças climáticas em outros lugares do planeta. E por que elas são tão poucas?

Existem diversas razões que explicam a praticidade única da construção de subterrâneos em Coober Pedy. A primeira são as rochas da região.

“Elas são muito moles, você pode raspá-las com um canivete ou com a unha”, afirma Barry Lewis, funcionário do centro de informações turísticas da cidade.

Nos anos 1960 e 70, os moradores de Coober Pedy ampliaram suas casas da mesma forma que criaram as minas de opala, usando pás, picaretas e explosivos. Algumas delas não exigiram muito trabalho para serem escavadas, já que muitos moradores usaram poços de minas abandonados como pontos de partida.

Mas, hoje em dia, os túneis costumam ser escavados com equipamento industrial.

“Uma boa máquina de perfuração de túneis pode retirar cerca de seis metros cúbicos de rocha por hora, de forma que você pode ter uma casa subterrânea construída em menos de um mês”, explica Wright.

Várias casas escavadas em rocha na encosta
Legenda da foto,Na Capadócia, existem muitas casas escavadas na rocha vulcânica. Elas não são mais usadas como moradia

Mas ainda é possível escavar manualmente. Por isso, quando os moradores precisam de mais espaço, às vezes eles simplesmente começam a cavar. E, como se trata de uma área de mineração de opala, não é raro que um projeto de reforma acabe dando lucros.

Já houve um homem que encontrou uma gema grande saindo da parede enquanto instalava um chuveiro e, durante uma obra de ampliação, um hotel local descobriu opalas no valor de 1,5 milhão de dólares australianos (cerca de R$ 4,8 milhões).

O arenito também é estruturalmente estável sem precisar de apoios. Por isso, é possível construir salões literalmente cavernosos com pé-direito alto, em qualquer forma que você quiser, sem acrescentar materiais.

Na verdade, a construção de túneis em Coober Pedy é tão simples que muitos moradores têm casas de luxo sofisticadas, com piscinas subterrâneas, salões de jogos, grandes banheiros e salas de estar de alto padrão.

Um morador local chegou a descrever sua casa subterrânea “como um castelo”, com 50 mil tijolos aparentes e portas em arco em todos os quartos.

“Temos alguns subterrâneos surpreendentes por aqui”, afirma Wright. Ele explica que os moradores são notoriamente reservados – outra possível consequência de viver embaixo da terra – e você só consegue descobrir algo sobre eles quando é convidado para jantar.

Questão de umidade

Os benefícios de Cooper Pedy não seriam os mesmos em outros lugares parecidos.

Das muitas moradias em rochas habitadas por seres humanos, a maioria fica em locais secos. Elas incluem desde as torres e paredes construídas nos rochedos de Mesa Verde, no Colorado (Estados Unidos), habitadas por mais de 700 anos pelo povo conhecido como ancestral pueblo, até os elaborados templos, túmulos e palácios escavados no arenito rosa de Petra, na Jordânia.

Atualmente, uma das últimas aldeias cortadas na rocha e ainda habitadas do mundo é Kandovan, aos pés do monte Sahand, no Irã – um vale marcado por estranhas cavernas pontiagudas que foram escavadas e transformadas em casas, como uma colônia de cupinzeiros. A região recebe apenas 11 mm de chuva por mês, em média, durante todo o verão.

Mas construir embaixo da terra em regiões mais úmidas é claramente mais complicado.

O metrô de Londres é um exemplo. Para impermeabilizar seus túneis subterrâneos originais, construídos no século 19, eles foram revestidos com diversas camadas de tijolos e uma generosa camada de betume.

Atualmente, são utilizados métodos mais modernos. Mas, mesmo com essas precauções, ainda é comum a incidência de mofo preto nas galerias.

O mesmo problema afeta fundações de edifícios, porões e estacionamentos subterrâneos em regiões com forte incidência de chuvas em todo o mundo.

Placa em área desértica alertando sobre perigo
Legenda da foto,Coober Pedy é uma cidade incomum no sul da Austrália, onde tudo é subterrâneo, de igrejas a locais de acampamento

Existem duas razões principais para o fenômeno. Uma é a falta de ventilação, que pode fazer com que a umidade da cozinha, dos banheiros e da própria respiração das pessoas se condense nas frias paredes das cavernas. O outro motivo é a água subterrânea, se as construções estiverem perto do lençol freático.

As cavernas de Hazan, em Israel, são uma complexa rede de esconderijos subterrâneos construídos pelos judeus para escapar da perseguição dos romanos no século 2 d.C.. Ela inclui cozinhas, salões, reservatórios de água e um mausoléu de urnas funerárias.

A apenas 66 metros de distância da entrada da caverna, a temperatura nos túneis cai significativamente em comparação com o lado externo. Mas a umidade também é o dobro dos 40% verificados na entrada da caverna.

Um dos motivos pode ser o fato de que o sistema de cavernas foi construído em rocha porosa, em uma área de planície. Nestas condições, a tendência é de que o volume de água subterrânea seja maior. E seus corredores estreitos e entradas limitadas fazem com que haja pouco fluxo de ar.

Mas, em Coober Pedy, construída sobre 50 metros de arenito poroso, as condições são áridas até nos subterrâneos.

“Aqui é muito, muito seco”, afirma Wright.

Poços de ventilação garantem o fornecimento adequado de oxigênio e permitem que a umidade das atividades internas escape do subterrâneo. Mas eles, muitas vezes, são simples canos que se estendem através do teto.

Esses bunkers à prova de calor trazem, entretanto, um fator de preocupação. Lewis mora atualmente na superfície, em um parque para trailers. Sua casa subterrânea ficava embaixo do mesmo ponto onde ele mora hoje, mas ela simplesmente desabou.

“Não acontece com muita frequência”, segundo ele. “Ela estava em um local ruim.”

Também não é incomum que os moradores derrubem acidentalmente uma parede, atravessando até a casa do vizinho.

Apesar do contratempo, Lewis sente falta da vida nos subterrâneos. E Wright também recomenda o ambiente embaixo da terra para pessoas que sofrem em locais com temperaturas absurdamente altas. Para ele, “é moleza quando você sente aquele calor”.

E se o mundo continuar esquentando, é possível, sim, que, num futuro próximo, comecem a pipocar pirâmides de areia como as de Coober Pedy em outros lugares do mundo.

FONTE BBC.COM

Inmet emite alerta vermelho de grande perigo para nove estados por conta do calor

O comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia é válido até as 18h do próximo domingo (24)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou nesta quarta-feira (20) um alerta por causa das temperaturas acima da média. Nove estados estão na categoria “vermelho”, que significa “grande perigo” – Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Algumas localidades no Brasil terão cerca de 43°C.

O alerta do Inmet é válido até as 18h do próximo domingo (24). De acordo com o portal G1, um alerta vermelho é emitido quando é esperado um fenômeno meteorológico de “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana”.  

O aumento da temperatura tem relação com o El Niño e com a Crise do Clima (causada pela emissão de gases de efeito estufa), que torna os eventos climáticos extremos mais comuns. O El Niño ocorre em intervalos de cinco a sete anos. Os ventos alísios, que saem dos trópicos em direção à linha do Equador, sopram no sentido leste-oeste, mas perdem força quando ocorre o fenômeno nos últimos meses do ano. Por consequência, dificulta a chegada de massas de ar frias no Brasil, o que gera calor e aumento da temperatura. 

As águas do Oceano Pacífico se tornam mais quentes. Algumas das consequências do El Niño é o tempo quente e seco nas regiões sul e sudeste da Ásia, e na Oceania principalmente na Austrália e Nova Zelândia. As ilhas da região central do Pacífico têm aumento no volume de chuvas. A costa oeste da América do Norte registra um tempo quente e chuvas muito intensas no verão. Na América Central, o tempo se torna quente e seco. 

FONTE BRASIL 247

Inmet emite alerta vermelho de grande perigo para nove estados por conta do calor

O comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia é válido até as 18h do próximo domingo (24)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou nesta quarta-feira (20) um alerta por causa das temperaturas acima da média. Nove estados estão na categoria “vermelho”, que significa “grande perigo” – Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Algumas localidades no Brasil terão cerca de 43°C.

O alerta do Inmet é válido até as 18h do próximo domingo (24). De acordo com o portal G1, um alerta vermelho é emitido quando é esperado um fenômeno meteorológico de “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana”.  

O aumento da temperatura tem relação com o El Niño e com a Crise do Clima (causada pela emissão de gases de efeito estufa), que torna os eventos climáticos extremos mais comuns. O El Niño ocorre em intervalos de cinco a sete anos. Os ventos alísios, que saem dos trópicos em direção à linha do Equador, sopram no sentido leste-oeste, mas perdem força quando ocorre o fenômeno nos últimos meses do ano. Por consequência, dificulta a chegada de massas de ar frias no Brasil, o que gera calor e aumento da temperatura. 

As águas do Oceano Pacífico se tornam mais quentes. Algumas das consequências do El Niño é o tempo quente e seco nas regiões sul e sudeste da Ásia, e na Oceania principalmente na Austrália e Nova Zelândia. As ilhas da região central do Pacífico têm aumento no volume de chuvas. A costa oeste da América do Norte registra um tempo quente e chuvas muito intensas no verão. Na América Central, o tempo se torna quente e seco. 

FONTE BRASIL 247

Brasil será um dos lugares mais quentes do planeta neste fim de semana

Temperatura em pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil devem ficar perto de máximas previstas para Arábia Saudita, Irã e Iraque

O Brasil será um dos lugares mais quentes do mundo neste fim de semana, de acordo com dados de modelos numéricos de previsão do tempo. Poucos lugares do planeta terão temperaturas tão ou mais altas quanto as previstas para uma extensa área do território nacional no sábado e, especialmente, no domingo que deve ser o dia mais quente do fim de semana em muitos estados.

Ontem, quinta, conforme a rede do Instituto Nacional de Meteorologia, a temperatura atingiu 40,9ºC no Maranhão (Balsas), 40,7ºC no Mato Grosso do Sul (Água Clara), 40,5ºC em Goiás (Goiás), 40,5ºC no Mato Grosso (Cuiabá), 39,9ºC em Tocantins (Araguaçu), 39,8ºC no Piauí (Campo Maior), 39,0ºC em São Paulo (Valparaíso), 38,3ºC no Pará (Santana do Araguaia), e 38,0ºC em Minas Gerais (Ituiutaba).

A tendência, porém, é de marcas mais elevadas na tarde desta sexta-feira e ainda mais altas durante o fim de semana. Modelos numéricos indicam que o calor em grande parte do Brasil será mais intenso no domingo que no sábado, com máximas que vão passar dos 40ºC em enorme número de cidades de diversos estados.

Conforme as projeções dos modelos, na Região Sul, a temperatura neste fim de semana poderá ficar ao redor dos 40ºC no Noroeste do Rio Grande do Sul e no Oeste de Santa Catarina, e entre 40ºC e 42ºC no Oeste, Noroeste e Norte do estado do Paraná, não se afastando marcas isoladas superiores.

No Centro-Oeste do Brasil, o fim de semana deve ter máximas de até 42ºC a 44ºC no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, mas há modelos indicando até marcas de 45ºC a 46ºC isoladamente nestes dois estados e de 45ºC a 47ºC no Paraguai, projeção que se observa com cautela pelos valores serem muitos extremos e distantes dos picos máximos da climatologia histórica. Em Goiás, as máximas no fim de semana, sobretudo no domingo, podem atingir 40ºC a 42ºC com pontos isolados atingindo até 43ºC.

Projeção de temperatura do modelo de alta resolução WRF para a tarde de domingo no Centro-Oeste do Brasil, Tocantins, interior de São Paulo e Triângulo Mineiro | METSUL

No Norte, máximas de 41ºC a 43ºC podem ocorrer no Tocantins. A temperatura poderá atingir ainda 40ºC a 42ºC com marcas isoladas superiores em Rondônia, parte do estado do Amazonas e parte Sul do Pará. Na região Nordeste, marcas perto ou ao redor de 40ºC poderão ser observadas no Maranhão e no Piauí.

Na Região Sudeste, o pior do calor neste fim de semana vai ocorrer no interior de São Paulo e no Oeste de Minas, embora a temperatura muito alta em outras áreas da região. Cidades do interior paulista, principalmente do Centro para o Oeste e o Norte do estado, devem ter máximas de 40ºC a 42ºC com possibilidade de registros isolados ao redor ou acima de 43ºC. Trata-se da mesma tendência para cidades mais a Oeste do Triângulo Mineiro, o que exclui Uberlândia que terá máximas perto 40ºC.

Enorme área do Brasil terá mais de 40ºC na tarde do domingo pela projeção do modelo Icon do serviço meteorológico alemão | METSUL

A cidade de São Paulo, como a maior do país, merece destaque. As máximas na capital paulista devem ficar entre 33ºC e 35ºC no sábado e 36ºC a 38ºC no domingo, logo não se pode afastar a queda de recordes. O dia mais quente já registrado oficialmente na cidade de São Paulo em setembro desde o começo dos dados em 1943 na estação do Mirante de Santana foi de 37,1ºC, em 30 de setembro de 2020. Trata-se da segunda maior máxima da série histórica, só atrás dos 37,8 ºC de 17 de outubro de 2014.

Projeção de temperatura para a manhã do domingo (hora de Brasília) UNIVERSIDADE DO MAINE

A tendência, assim, é que as máximas no fim de semana no Brasil se situem entre as mais altas do mundo, aproximando-se ou superando valores extremos que são previstos para áreas de deserto do Norte da África, Península Arábica e países em torno do Golfo Pérsico. Iraque, Irã e Arábia Saudita anotaram ontem máximas de 44ºC a 45ºC, e no fim de semana devem seguir entre 43ºC e 45ºC, máximas semelhantes às previstas para alguns pontos do Paraguai, Norte da Argentina, Bolívia e do Centro do Brasil.

Notável observar que, embora o calor extraordinário previsto para este fim de semana, os dados indicam que o calor será ainda mais intenso no Sudeste do Brasil entre segunda e quarta-feira da semana que vem com máximas espantosamente altas comparadas à climatologia histórica. A ponto de ser possível que a temperatura na terça na cidade de São Paulo e em Belo Horizonte se aproxime o fique em torno ds 40ºC, o que seria recorde não apenas para setembro, mas para toda a série histórica, logo excepcional.

FONTE METSUL

Brasil será um dos lugares mais quentes do planeta neste fim de semana

Temperatura em pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil devem ficar perto de máximas previstas para Arábia Saudita, Irã e Iraque

O Brasil será um dos lugares mais quentes do mundo neste fim de semana, de acordo com dados de modelos numéricos de previsão do tempo. Poucos lugares do planeta terão temperaturas tão ou mais altas quanto as previstas para uma extensa área do território nacional no sábado e, especialmente, no domingo que deve ser o dia mais quente do fim de semana em muitos estados.

Ontem, quinta, conforme a rede do Instituto Nacional de Meteorologia, a temperatura atingiu 40,9ºC no Maranhão (Balsas), 40,7ºC no Mato Grosso do Sul (Água Clara), 40,5ºC em Goiás (Goiás), 40,5ºC no Mato Grosso (Cuiabá), 39,9ºC em Tocantins (Araguaçu), 39,8ºC no Piauí (Campo Maior), 39,0ºC em São Paulo (Valparaíso), 38,3ºC no Pará (Santana do Araguaia), e 38,0ºC em Minas Gerais (Ituiutaba).

A tendência, porém, é de marcas mais elevadas na tarde desta sexta-feira e ainda mais altas durante o fim de semana. Modelos numéricos indicam que o calor em grande parte do Brasil será mais intenso no domingo que no sábado, com máximas que vão passar dos 40ºC em enorme número de cidades de diversos estados.

Conforme as projeções dos modelos, na Região Sul, a temperatura neste fim de semana poderá ficar ao redor dos 40ºC no Noroeste do Rio Grande do Sul e no Oeste de Santa Catarina, e entre 40ºC e 42ºC no Oeste, Noroeste e Norte do estado do Paraná, não se afastando marcas isoladas superiores.

No Centro-Oeste do Brasil, o fim de semana deve ter máximas de até 42ºC a 44ºC no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, mas há modelos indicando até marcas de 45ºC a 46ºC isoladamente nestes dois estados e de 45ºC a 47ºC no Paraguai, projeção que se observa com cautela pelos valores serem muitos extremos e distantes dos picos máximos da climatologia histórica. Em Goiás, as máximas no fim de semana, sobretudo no domingo, podem atingir 40ºC a 42ºC com pontos isolados atingindo até 43ºC.

Projeção de temperatura do modelo de alta resolução WRF para a tarde de domingo no Centro-Oeste do Brasil, Tocantins, interior de São Paulo e Triângulo Mineiro | METSUL

No Norte, máximas de 41ºC a 43ºC podem ocorrer no Tocantins. A temperatura poderá atingir ainda 40ºC a 42ºC com marcas isoladas superiores em Rondônia, parte do estado do Amazonas e parte Sul do Pará. Na região Nordeste, marcas perto ou ao redor de 40ºC poderão ser observadas no Maranhão e no Piauí.

Na Região Sudeste, o pior do calor neste fim de semana vai ocorrer no interior de São Paulo e no Oeste de Minas, embora a temperatura muito alta em outras áreas da região. Cidades do interior paulista, principalmente do Centro para o Oeste e o Norte do estado, devem ter máximas de 40ºC a 42ºC com possibilidade de registros isolados ao redor ou acima de 43ºC. Trata-se da mesma tendência para cidades mais a Oeste do Triângulo Mineiro, o que exclui Uberlândia que terá máximas perto 40ºC.

Enorme área do Brasil terá mais de 40ºC na tarde do domingo pela projeção do modelo Icon do serviço meteorológico alemão | METSUL

A cidade de São Paulo, como a maior do país, merece destaque. As máximas na capital paulista devem ficar entre 33ºC e 35ºC no sábado e 36ºC a 38ºC no domingo, logo não se pode afastar a queda de recordes. O dia mais quente já registrado oficialmente na cidade de São Paulo em setembro desde o começo dos dados em 1943 na estação do Mirante de Santana foi de 37,1ºC, em 30 de setembro de 2020. Trata-se da segunda maior máxima da série histórica, só atrás dos 37,8 ºC de 17 de outubro de 2014.

Projeção de temperatura para a manhã do domingo (hora de Brasília) UNIVERSIDADE DO MAINE

A tendência, assim, é que as máximas no fim de semana no Brasil se situem entre as mais altas do mundo, aproximando-se ou superando valores extremos que são previstos para áreas de deserto do Norte da África, Península Arábica e países em torno do Golfo Pérsico. Iraque, Irã e Arábia Saudita anotaram ontem máximas de 44ºC a 45ºC, e no fim de semana devem seguir entre 43ºC e 45ºC, máximas semelhantes às previstas para alguns pontos do Paraguai, Norte da Argentina, Bolívia e do Centro do Brasil.

Notável observar que, embora o calor extraordinário previsto para este fim de semana, os dados indicam que o calor será ainda mais intenso no Sudeste do Brasil entre segunda e quarta-feira da semana que vem com máximas espantosamente altas comparadas à climatologia histórica. A ponto de ser possível que a temperatura na terça na cidade de São Paulo e em Belo Horizonte se aproxime o fique em torno ds 40ºC, o que seria recorde não apenas para setembro, mas para toda a série histórica, logo excepcional.

FONTE METSUL

Calor de ‘grande perigo’ em nove estados deve se manter até domingo, aponta Inmet

Previsão é de temperatura 5°C acima da média histórica

O alerta divulgado pelo Instituto Meteorológico Nacional, nesta quarta-feira, apontando para a existência de um calor intenso, 5°C acima da média histórica, em nove estados brasileiros tem validade até 18h deste domingo, segundo o órgão. Ainda segundo a instituição, é a persistência do fenômeno que faz com que ele seja considerado de “grave perigo”, não só o desvio na intensidade.

Veja abaixo a lista de estados que devem enfrentar a onda de calor nos próximos dias:

  • Goiás
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Minas Gerais
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Paraná
  • Tocantins
  • Pará

Segundo o alerta da MetSul, os estados mais afetados serão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades. Na região do Pantanal e proximidades, as temperaturas podem ser ainda mais extremas.

Calor extremo marca fim do inverno no Rio

As altas temperaturas devem ser registradas também em muitas cidades do Norte, de Goiás, do Sudeste do Brasil e de alguns estados do Nordeste, como no Oeste da Bahia, no Maranhão e no Piauí. No Rio de Janeiro, alguns pontos do estado também podem superar os 40ºC no próximo fim de semana. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro e o Noroeste do estado devem ser as áreas mais afetadas pelo calor extremo.

Recordes de temperatura

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, ressalta a MetSul. Segundo a consultoria, recordes mensais, e em algumas cidades até absolutos, podem ser superados durante esta onda de calor extremo.

A cidade de São Paulo é um dos locais em que a temperatura pode bater recordes. Entre os muitos dias de calor intenso a extremo no estado, a temperatura ficará perto ou acima de 40ºC. No interior e na capital há chance de marcas tão altas quanto 37ºC a 39ºC.

ONDA DE CALOR:

  • Uma onda de calor vai atingir o Brasil nas próximas duas semanas.
  • Segundo a MetSul, as cinco regiões do Brasil serão atingidas pelo fenômeno, que pode provocar as maiores temperaturas do mês de setembro e até quebrar recordes em alguns lugares.
  • Os estados mais afetados serão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades.

FONTE O GLOBO

Calor de ‘grande perigo’ em nove estados deve se manter até domingo, aponta Inmet

Previsão é de temperatura 5°C acima da média histórica

O alerta divulgado pelo Instituto Meteorológico Nacional, nesta quarta-feira, apontando para a existência de um calor intenso, 5°C acima da média histórica, em nove estados brasileiros tem validade até 18h deste domingo, segundo o órgão. Ainda segundo a instituição, é a persistência do fenômeno que faz com que ele seja considerado de “grave perigo”, não só o desvio na intensidade.

Veja abaixo a lista de estados que devem enfrentar a onda de calor nos próximos dias:

  • Goiás
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Minas Gerais
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo
  • Paraná
  • Tocantins
  • Pará

Segundo o alerta da MetSul, os estados mais afetados serão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades. Na região do Pantanal e proximidades, as temperaturas podem ser ainda mais extremas.

Calor extremo marca fim do inverno no Rio

As altas temperaturas devem ser registradas também em muitas cidades do Norte, de Goiás, do Sudeste do Brasil e de alguns estados do Nordeste, como no Oeste da Bahia, no Maranhão e no Piauí. No Rio de Janeiro, alguns pontos do estado também podem superar os 40ºC no próximo fim de semana. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro e o Noroeste do estado devem ser as áreas mais afetadas pelo calor extremo.

Recordes de temperatura

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, ressalta a MetSul. Segundo a consultoria, recordes mensais, e em algumas cidades até absolutos, podem ser superados durante esta onda de calor extremo.

A cidade de São Paulo é um dos locais em que a temperatura pode bater recordes. Entre os muitos dias de calor intenso a extremo no estado, a temperatura ficará perto ou acima de 40ºC. No interior e na capital há chance de marcas tão altas quanto 37ºC a 39ºC.

ONDA DE CALOR:

  • Uma onda de calor vai atingir o Brasil nas próximas duas semanas.
  • Segundo a MetSul, as cinco regiões do Brasil serão atingidas pelo fenômeno, que pode provocar as maiores temperaturas do mês de setembro e até quebrar recordes em alguns lugares.
  • Os estados mais afetados serão Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades.

FONTE O GLOBO

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