Parentes descobriram a ausência dos restos mortais durante visita no Dia de Finados na cidade de Piranga
A Justiça condenou, em segunda instância, o município de Piranga, região Central de Minas Gerais, a indenizar em R$ 12 mil, por danos morais, filhos que foram surpreendidos com o desaparecimento do corpo da mãe deles, enterrada no cemitério municipal da cidade. O valor será dividido entre os parentes, que processaram a administração.
Os seis filhos ajuizaram a ação alegando que em 14 de julho de 1983 o pai deles comprou uma Quadra do Cemitério Municipal — uma área de terra de 2,50m x 1,20m, onde foi sepultada a mulher. Até 2015, eles visitaram a sepultura da mãe, onde sempre existiu uma cruz com o nome e a data de nascimento e de óbito da falecida.
De acordo com os filhos, em 2 de novembro de 2015, Dia de Finados, os familiares foram ao Cemitério Municipal de Piranga para homenagear a mãe, quando se depararam com um túmulo construído na área que haviam adquirido, com placa alusiva a outro falecido.
Segundo o processo, o Município não soube sequer esclarecer onde estavam os restos mortais da mãe dos autores da ação.
Em 1ª Instância, o Município foi condenado a ceder o jazigo adquirido pelos familiares e a indenizá-los no valor total de R$ 12 mil. A família recorreu, pleiteando o aumento desse valor.
Contudo, o relator da apelação, desembargador Belisário de Lacerda, entendeu que o montante fixado era razoável e proporcional aos constrangimentos suportados pelos filhos. Os desembargadores Peixoto Henriques e Oliveira Firmo mantiveram a condenação.
A reportagem questionou a Prefeitura de Piranga sobre a condenação e aguarda retorno.
Ao todo, seis casamentos serão celebrados em cerimônia comunitária e ecumênica em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
O lugar onde os mortos ‘desfrutam’ do descanso eterno pode ser ressignificado para celebrar o amor? Para seis casais da Região Metropolitana de Belo Horizonte a resposta é ‘sim’, afinal, no próximo domingo (28/5), eles se casam no Cemitério Parque Terra Santa, em Sabará, às 16h, em celebração religiosa comunitária e ecumênica.
A iniciativa é da Metropax, que presta assistência familiar com serviços funerários. Por meio de parcerias, a empresa oferecerá salão de beleza às noivas, buquês, decoração, fotografia e filmagem da celebração.
Logo, a celebração comunitária possibilita que os casais, que receberam convite da empresa, possam realizar o sonho do matrimônio, mesmo diante da falta de recursos para arcar com as despesas de um casamento.
Nessa toada, Cláudia Regina da Silva, de 51 anos, conta que se casar com Wagner Marcos Duarte, de 53, é algo que há quase duas décadas esteve nos planos do casal, que mora em Contagem e tem quatro filhos. Porém, pouco antes do relacionamento completar 20 anos, eles se separaram, mas acabaram voltando depois de 10 anos longe um do outro.
“Já faz cinco anos que estamos juntos novamente. Desde a primeira vez juntos, sempre tivemos vontade de casar, e hoje estamos realizando o nosso sonho”, disse a noiva.
Outro casal, de Sabará, não esconde a ansiedade para o próximo domingo. “Acho que vai ser além do que sonhei”, comenta, emocionada, Letícia Caroline de Fátima Mesquita, de 29 anos, que dirá o tradicional “sim” para Adriano da Glória Fernando, de 35, com quem tem três filhos.
“Meu sonho sempre foi mais do que só colocar uma aliança no dedo. Sempre quis selar a união e o compromisso que existe entre eu e meu marido, mas é claro, também, que sempre existiu um desejo de princesa ao usar um vestido de noiva, com maquiagem e cabelos feitos, vendo os olhos do meu marido me assistindo entrar ao encontro dele”, conta.
Entre as histórias, também há um relato de amor à primeira vista. Kely Rodrigues de Moura Santos, de 43 anos, diz que ela e Paulo Cesar da Silva, de 45, se apaixonaram quando se viram pela primeira vez em Santa Luzia. “Há cinco anos, decidimos namorar e viver juntos no mesmo dia em que nos conhecemos. Vamos ficar juntos até o fim da vida”, afirma Kely.
Vítima foi abordada em casa por dois homens encapuzados
A mulher que foi enterrada viva em uma sepultura interditada do cemitério municipal de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata, pode ter sido vítima de vingança. É o que aponta, pelo menos, as investigações iniciais por parte da Polícia Civil.
Segundo o delegado Diego Candian Alves, da Delegacia Regional de Polícia Civil em Ubá, foi apurado em um primeiro momento que a motivação para o crime seria vingança por desacerto quanto a uma arma de fogo.
A Tenente Giselle, da Polícia Militar, informou que a vítima estava em casa com o seu companheiro, quando foram surpreendidos por indivíduos encapuzados, que passaram a agredi-los. Depois das agressões, a mulher afirmou que foi levada para um local, mas que não viu para onde e ficou desacordada.
Os dois suspeitos já foram identificados e são procurados pela Polícia Civil e também pela Polícia Militar.
Segundo o delegado Diego Alves, as investigações prosseguem e outras informações serão repassadas tão logo os trabalhos sejam concluídos.
Entenda o caso
Nessa terça-feira (28), uma mulher foi encontrada com vida, mas bastante machucada dentro de uma sepultura no cemitério de Visconde do Rio Branco. Coveiros do local desconfiaram de uma gaveta tampada com tijolo e cimento fresco em uma área que estava interditada.
As equipes policiais foram até o local e acionaram a perícia, quando ouviram “uma voz muito baixa pedindo por socorro”. Os militares conseguiram abrir o sepulcro e viram a mulher ainda com sinais vitais, mas com ferimentos na cabeça e bastante debilitada.
O Samu realizou o resgate da vítima e a levou para o hospital da cidade.
No século XVIII e XIX no Brasil colonial e Imperial, os condenados a pena de morte eram levados para a forca (Tiradentes) ou fuzilamento (Frei Caneca), mas só foi em 1835, após o Massacre de Carrancas na Província de Minas Gerais, pressionado pelos escravagistas, uma lei aprovada leva sem clemência para a forca milhares de escravos como forma de conter os assassinatos cometidos pelos negros rebeldes e fugitivos contra as famílias da Casa Grande. A grande maioria dos enforcados no Brasil eram negras e negras que foram enterrados em vários cemitérios construídos pela Irmandade do Rosário, em varias cidades do Brasil. Nessa 1º parte do nosso artigo vamos dar uma viajada na história do Largo da Forca, hoje Praça da Liberdade-Japão, pelo Cemitério – Capela dos Aflitos, onde eram enterrados os enforcados, Capela de Santa Cruz dos Enforcados, as Igrejas da Boa Morte e do Rosário, memória viva da presença dos negros na cidadede São Paulo, especificamente no Bairro da Liberdade.
Por João Vicente
As fontes desta matéria (fotos,textos) estão disponíveis em vários sites,blogs no Google.
Parte 1 – Os marcos da história de liberdade e opressão na Liberdade, centro histórico da cidade de São Paulo
Um dos bairros mais famosos da cidade de São Paulo, a Liberdade que fora durante muitos anos território habitados pela população negra (escravos,forros,libertos) principalmente a partir de 1720 quando foi fundada a Irmandade do Rosário ficando a Liberdade um território negro demarcado na cidade, onde eles conviviam, faziam cerimônias fúnebres, festas e devoções religiosas. Mas, foi neste território que também imperou as barbaridades que ceifaram a morte milhares de negros e negras por enforcamento. O Bairro Liberdade nasce com a construção do Cemitério dos Enforcados em 1774, da Capela dos Aflitos em 1779. e pela ocupação negra nesse território. Atualmente, a Liberdade é conhecido como um bairro oriental e por isso a mudança da praça para Liberdade – Japão, mudança que está causando um forte debate e revolta na comunidade afrodescendente da cidade de São Paulo
O Metrô da Praça da Liberdade acompanhou a mudança do nome da praça causando indignação na comunidade negra de São Paulo.
Largo da Forca e da Liberdade, hoje Praça da Liberdade – Japão
O nome Liberdade, porém, remonta a um passado anterior ao da imigração: ao da época da escravidão, quando o local era conhecido como Largo da Forca (ou Praça dos Enforcados).
Hoje Praça da Liberdade – Japão, o Largo da Forca, mudou-se de nome para Liberdade, segundo alguns historiadores por causa do enforcamento em 1821 do soldado negro, Francisco Xavier das Chagas, o Chaguinha, mas outros dizem que é por causa do Chafariz da Liberdade que esteve no Largo por um tempo e relacionado à abdicação de D.Pedro I.
O primeiro mártir paulistano é um soldado negro enforcado em 1821 no Largo da Forca
Campo da Forca (Hoje Praça da Liberdade-Japão).
No Brasil Império, de 1821 até meados de 1888, muitas vidas foram executadas em sua maioria escravos fugitivos ou rebelados. Na cidade de São Paulo, o local da forca foi estrategicamente escolhido por sua proximidade com o Cemitério dos Aflitos, construído entre 1774 para que escravos , indigentes, sentenciados a forca e não católicos fossem sepultados.
Francisco José das Chagas, o Chaguinha
Das poucas histórias que sobraram dessa época, está a do soldado Francisco Xavier da Chagas, o Chaguinhas, condenado à morte por ter participado de uma rebelião que reivindicava salários atrasados, e considerado um dos primeiros mártires paulistanos. Sua história tornou-se conhecida, porque foram necessárias três tentativas antes da sua execução: na primeira tentativa, a corda da forca se rompeu; na segunda, a tira de couro também se partiu; sendo a terceira e última um golpe certeiro. Tal resistência garantiu sua fama, e em sua honra, ergueu-se no local a “Santa Cruz dos Enforcados”, que daria origem, numa travessa da Rua dos Estudantes (em frente à loja Tenmanya e muito próxima à Bakery Iterei), à Capela Santa Cruz das Almas dos Enforcados.
Isolada, abandonada e singela, a capela destoa da arquitetura atual do bairro, e preserva a tradição de fiéis acenderem velas aos mortos. Vez ou outra, avista- se alguém de joelhos em frente à capela
Capela dos Aflitos é roteiro dos devotos de Chaguinha, primeiro mártir paulistano no Bairro Oriental da Liberdade que outrora era ocupado pelos escravos e negros forros.
“Milagre!” Na Revista do Instituto Histórico e Geográfico (vol. V, pág. 58, cassino ice), Antônio de Toledo Piza conta que no dia da execução de Chaguinha, 20 de setembro de 1821, povo “não somente comovido, mas indignado”, dirigiu-se ao palácio do governo para exigir que o enforcamento não se consumasse, mas o pedido de clemência não foi atendido.
Na terceira vez, usando uma peça de couro, as autoridades militares consumaram o enforcamento, sem que Chaguinhas perdesse os sinais vitais. Optaram por assassiná-lo a pauladas. Velas foram acesas e uma cruz foi erguida no local do crime.
Segundo depoimento do padre Diogo Antônio Feijó (1784-1843), que depois se tornou regente do Império, o soldado foi friamente assassinado no chão:
“Vi com meus próprios olhos a execução do cabo Chaguinha, que se deu antes do julgamento do pedido de clemência feito ao príncipe regente, D. Pedro I. Ao iniciar o enforcamento, o cabo caiu porque a corda se rompeu. Como não havia corda própria para enforcar, usaram laço de couro, mas o instrumento não foi capaz de o sufocar com presteza. A corda novamente se partiu e o condenado caiu ainda semi-vivo; já em terra foi acaba de assassinar.”
Publicação do jornal Estado de São Paulo sobre o enforcamento de Chaguinha, em 1835.Nesse mesmo ano é aprovada a lei de enforcamento para os escravos e negros forros que cometessem crime de assassinato contra os senhores de escravos.
Conta-se ainda, que depois que seu corpo foi retalhado, sua cabeça rolou pela ladeira da Forca indo parar dentro de um buraco da capela de Nossa Senhora dos Aflitos, onde eram depositados os corpos dos condenados.
O martírio de Chaguinhas comoveu a população, que passou a adorá-lo como a um santo e construiu no local a Capela, depois transformada em Igreja, que recebeu o nome Santa Cruz dos Enforcados. No Largo da Forca que, com a abolição da pena de morte no Brasil, passou a chamar-se Largo da Liberdade
Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados na Praça Liberdade – Japão
Cemitério e Capela dos Aflitos
Detalhe do Bairro Liberdade em 1847.No destaque verde, a área do antigo Cemitério dos Aflitos.A grande área aberta mais abaixo corresponde ao largo da Forca, atual Praça da Liberdade – Japão. Placa colocada na entrada da Capela dos Aflitos
A existência da primeira necrópole publica de São Paulo foi confirmada com a descoberta de nove ossadas no atual Bairro da Liberdade em 2018, onde ficava o Cemitério dos Aflitos, também conhecido como Cemitério dos Enforcados. Documentos escritos comprovam, no período de 1775 a 1858, o cemitério dos negros paulistanos era destino dos negros e negras escravizados, pessoas pobres, indigentes e principalmente condenados a forca.
Junto com o cemitério foi erguido a Capela dos Aflitos em 1779, hoje escondida em um dos becos da Liberdade mais especificamente na Rua dos Estudantes em meio aos arranha-céus, comércio e casas. A capela NS dos Aflitos oculta um cenário que já foi palco de barbárie contra a população negra de São Paulo e que hoje representa um complexo cultural afro brasileiro de religiosidade romaria e resistência em defesa da preservação da presença cultural dos negros no Bairro da Liberdade.“As ossadas chamaram a atenção dos grupos de cultura negra que atuam na região e reivindicam a presença de outras narrativas no bairro da Liberdade. Diante dos achados arqueológicos e da reivindicação, o movimento negro da cidade de São Paulo com apoio do Departamento do Patrimônio Histórico está propondo a implantação de um centro de memória sobre a historia do povo negro no Bairro Liberdade.
Capela Santa Cruz das Almas dos Enforcados
Atual e a primitiva demolida em 1926
Ao caminhar ao redor da Praça da Liberdade-Japão, no bairro da Liberdade, antigamente chamada de Largo da Forca, escondida por prédios por todos os lados eis que de repente uma igrejinha, que apela às Almas dos Enforcados e que esconde um passado de imensa carga histórica é testemunha ainda de inúmeros enforcamentos, especialmente de negros revoltados com a escravidão, a quem, de uma maneira geral, a Igreja de Santa Cruz das Almas dos Enforcados presta silenciosa e resistente homenagem. Seu nome verdadeiro é Capela da Santa Cruz das Almas dos Enforcados, mas todos a chamam de Igreja dos Enforcados ou das Almas. Sua construção data de 1891 e fora totalmente demolida em 1926 e reconstruída em 1928. A Capela das Almas ou dos Enforcados como é conhecida pelos paulistanos devotos está relacionada a morte de Chaguinha que acabou tornando-se um santo protetor e tantos outros negros revoltosos, fugitivos que foram enforcados. No interior da Capela existe uma cruz de madeira de cor de preta e dizem que pertencia ao antigo Cemitério dos Enforcados. A lenda Urbana da cidade de São Paulo conta que as atuais ruas onde ficava o cemitério são assombradas pelos espíritos dos enforcados ali enterrados.
Outros marcos da presença do povo negro na cidade de São Paulo
– Igreja do Rosário dos Homens de Preto
Construída nos meados do sec. XVIII, Igreja dos Rosário demolida no início do século XX serviu de apoio as manifestações religiosas e fúnebres dos negros mortos na cidade de São Paulo, já que eram proibidos de frequentar as igrejas dos brancos paulistanos. O cemitério, construído ao lado da igreja logo após sua finalização, também ocupava um importante papel na vida religiosa daquela comunidade. Na sacristia havia uma gamela para lavagem dos defuntos e um caixão de madeira que transportava os corpos até as covas. Tal caixão era usado em todas as cerimônias, uma vez que os mortos eram enterrados apenas com lençóis. Os enterros começavam sempre de madrugada e eram caracterizados por um líder religioso que entoava canções identificadas como sendo do candomblé; o acompanhamento das músicas pelos presentes; e um batuque produzido pelos “mãos de pilão”, que socavam a terra que ia sendo jogada em cima da cova.[4] Diversos registros da época relatam o medo e apreensão que os moradores locais tinham com esses ritos, pois acordavam de madrugada ouvindo batuques associados ao paganismo e canções em outra língua
Foto de 1862, ao fundo a Igreja do Rosário que foi demolida para ser reconstruída no largo do Paissandu
Igreja da Boa Morte
Igreja Boa Morte em 1910 e atualmente
Construida no inicio do seculo XIX, esta igreja era a parada de escravos condenados à forca, que eram executados ali perto, onde atualmente é o Largo da Liberdade. Era lá que os condenados pediam à Nossa Senhora da Boa Morte, como o próprio nome sugere, uma “boa morte”. Com estilo rococó e barroco, foi construída em taipa de pilão e adobe (tijolos de terra batida) e restaurada entre 2006 e 2010. No século 19, também era conhecida como a igreja das boas notícias. Como permitia avistar os que chegavam da Serra do Mar, seus sinos repicavam para anunciar as novidades e a chegada de forasteiros. Era o lugar mais alto da região central de São Paulo naquela época. Fica na rua do Carmo no Centro Histórico de São Paulo.
Enforcamento no Brasil durou décadas
Os escravos eram obrigados assistir as execuções dos enforcados. Os algozes ainda podiam subir nos ombros do condenado para acelerar a morte
Proclamada a Independência, em 1822, o Estado manteve o direito de tirar a vida dos cidadãos. Um avanço significativo só foi registrado em 1824, quando o País ganhou sua primeira Constituição. Ainda assim, os enforcamentos prosseguiram. Em 1876, foi realizado na pacata cidade de Pilar na Província de Alagoas o ultimo enforcamento no Brasil.Em 1891, a primeira CF da Republica aboliu a pena de morte.
Tanto no período colonial quanto no Império, foram muitos os casos de condenações baseadas em julgamentos sem, erros judiciários, clemências tardiamente concedidas.
Na quase totalidade, exceto nas rebeliões, conspirações ou insurreições, os condenados eram escravos negros Seus carrascos, geralmente, também eram negros condenados. Para escapar à pena capital, aceitavam o ofício de enforcar os outros condenados.
Não foram poucas, contudo, as vezes em que carrascos negros, embora correndo o risco de serem executados, se recusaram a enforcar condenados.
O jornal Democracia, por exemplo, relatou o que ocorreu em Lorena: um carrasco se negou a enforcar o condenado, alegando que não cometeria “assassinato”. Mais: Clóvis Moura escreveu em seu Dicionário do Negro, no verbete “carrascos”, que:
“mesmo aos escravos repugnava a função odiosa. Alguns preferiam morrer a enforcar outros…”
Registraram-se também destruições de forcas, praticadas por negros escravos unidos a índios. Brancos e ricos raramente experimentavam o nó na garganta. Segundo pesquisas as raras vezes que um homem branco foi para forca aconteceram em 1853,1857 e 1861 na cidade de Macaé(RJ), Luziânia(GO) e Caldas(MG) respectivamente.
História do Centro Histórico de SP passa pela Liberdade
Antes de ser um lugar comercial, o Bairro da Liberdade e nasceu com a construção do Cemitério dos Aflitos, onde eram enterrados os negros condenados a forca.
Fica o convite para quem for a São Paulo não deixe de visitar e conhecer melhor a presença da cultura negra na formação da cidade de São Paulo pelo Centro Histórico. Talvez quem sabe, conhecendo melhor a história cultural do povo negro, a gente constrói um país mais igual,mais solidário e fraterno. Até ao próximo capítulo da parte 2, Cemitério dos Enforcados.
Tour Afro pelo Centro Histórico de São Paulo, especificamente na Liberdade
Gestão compartilhada de responsabilidades e competências entre prefeitura, paróquia e população. A infestação de escorpiões não vai acabar, mas pode ser minimizada. Estas foram as duas conclusões que culminaram ao final da audiência pública realizada ontem (5) na Câmara de Lafaiete quando foi discutida a situação do Cemitério Nossa Senhora da Conceição. A alta temperatura política e de confronto que antecipava a reunião não se materializou. Com a ampla divulgação, a população compareceu em peso e lotou o plenário, mas o clima de tranquilidade reinou na audiência. Em alguns momentos, ocorreu a participação mais entusiasmada da plateia em especial quando o morador Rodrigo Costa criticou a situação de abandono do cemitério.
A audiência foi encerrada após mais de 3 horas de discussões quando vereadores, ministério público e prefeitura e administração selaram um acordo de permanente ação no cemitério através de um laudo, elaborado pela perita, Carla Leroy, com medidas entre as 3 partes envolvidas para minimizar os problemas decorrentes de infestação de escorpiões na qual a comunidade ao entorno sofre com o perigo há mais de uma década.
A audiência
Público lotou audiência pública
Ao abrir a audiência, o vereador Pé Quente (DEM) foi incisivo na cobrança de uma solução definitiva para o cemitério. “Esperamos sair daqui com uma solução para os moradores que moram ali perto”, antecipou. Em seguida, André Menezes (PP) também reforçou a importância da audiência como instrumento para dividir as tarefas e compromissos na solução do problema. O clima de confronto se anunciava quando foi lida uma denúncia de abandono cemitério e cobrança de altas taxas imputadas aos donos de jazigos.
Logo que tomou a palavra, o Pároco José Maria enumerou ações e acordos firmados com a prefeitura, secretaria de saúde, conselho de saúde, ministério público e secretaria de obras. Ele explicou as diversas mudanças por que passam o cemitério que completa 132 anos de fundação. O religioso também relatou que com a nova Lei de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2016, o cemitério foi obrigado a contratar uma empresa especializada em recolhimento e destinação do lixo encarecendo os serviços.
Ele afirmou que das 3 taxas cobradas foram unificadas, sendo reajustas uma vez ano ao índice do IPCA. O padre relatou que dos 2.331 jazigos, menos de 20% estão legalizados, 10% estão pendentes de documentos, porém mais de 70%, o que corresponde a 1.458 sepulturas, estão totalmente irregulares, muitas das quais em processo de reversão.
O religioso observou que desde dezembro, o cemitério conta com uma equipe permanente de limpeza e contou investimentos em melhorias como instalação de um bebedouro, construção de sala de administração e banheiros. Ele antecipou que tem um projeto de requalificação e reconfiguração do cemitério, inclusive da fachada, mas esbarra na falta de recursos. “A nossa vontade é a mesma de vocês, mas nesta semana diversas pessoas nos procuraram para resolver as pendências em seus jazigos”, afirmou. Como um dos problemas crônicos, padre citou a falta de rede pluvial ao entrono do cemitério.
Promotoria
A Promotora Liliane Fagundes afirmou que assumiu o procedimento, por suspeição de seu colega, e que atua no caso desde 2016 quando surgiram novas denúncias de escorpiões. Ela solicitou uma perícia da Associação Regional de Proteção Ambiental (Arpa) quando foram sugeridas inúmeras ações e compromissos das partes. Ela observou que pela adesão voluntária, em assumir suas responsabilidades, desconsiderou necessária a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). “Se ainda não chegamos a um resultado ideal, estamos avançando. O que é preciso é que todos assumam suas parcelas e atribuições para que os resultados compromissados sejam alcançados”, pontuou.
Sem solução
Representantes de diversos setores apontam medidas para minimizar problemas escorpiões
A bióloga Carla Leroy foi taxativa ao afirmar que os escorpiões se infestam em ambientes modificados pela ação humana e que o cemitério é um lugar propício a proliferação, porme´são serão eliminados por completo. Ela sugeriu um controle rigoroso de vigilância em saúde e zoonoses. “Não vamos acabar com a infestação, mas podemos minimizar o problema de forma conjunta e articulada”, assinalou, já que ainda não existe um pesticida para eliminar os animais.
Populares
Graciele Carla Cunha, moradora do Bairro Queluz, criticou a existência de lotes sujos e lixo espalhado pelas ruas, ambientes propícios a proliferação dos animais. O morador Rodrigo Costa fez duras críticas a manutenção do cemitério e a suposta omissão na limpeza e conservação. Em uma nova denúncia lida na reunião, um cidadão apontou o vandalismo em jazigos pela falta de vigias e sistema de segurança.
Vereadores
O vereador Oswaldo Barbosa (PP) sugeriu a inclusão do portal de transparência no site da paróquia, mas cobrou participação ativa de moradores. O vereador André Menezes afirmou que, desde a elaboração do laudo pericial com sugestões e adoção de medidas, houve poucos avanços significativos no cemitério. Chico Paulo (PT) cobrou ação da prefeitura no controle dos escorpiões. Darcy da Barreira (SD) e Carlos Nem (PP) também pediram maior intervenção para minimizar os problemas do cemitério. “Se cada um fizer sua parte, vamos conseguir avançar”, afirmou Fernando Bandeira.
Controle natural
Padre José Maria explicou que sob sugestão da ANVISA, soltou, há anos atrás, 10 lagartos que diminuíram a incidência de escorpiões no cemitério, mas adiantou que uso de galinhas ou angolas no controle natural dos animais depende de um acordo com os dos de jazigos.
Laudo pericial apontou responsabilidades compartilhadas entre prefeitura, moradores e administração do Cemitério para por fim a praga dos escorpiões/DIVULGAÇÃO
Um laudo pericial, feito em de abril 2017, atendendo um pedido do Ministério Público no inquérito civil nº MPMG 0183.16.000412-7, concluiu que “não foram observadas infestações de insetos ou aracnídeos na área interna do Cemitério Nossa Senhora da Conceição. No entanto, existem diversos focos para proliferação de aracnídeos como escorpiões e insetos como baratas, uma vez que o local se constituiu em um ambiente favorável para permanência de animais, pois possui comida e abrigo em abundância”.
O laudo, elaborado pela bióloga e perita Carla Juliana Leroy, exorta foram encontrados escorpiões e baratas mortas, mas que esses animais têm hábitos noturnos. Foram realizadas 15 entrevistas com moradores de residências localizados ao entorno do cemitério quando afirmaram a presença diárias de escorpiões encontrados em salas, banheiros e quintais. Em outras casas, moradores vedavam em soleiras de portas com roles de areia para evitar a entradas dos animais, trazendo insegurança e risco à saúde levando a morte que for picado.
Carla aponta que o aparecimento de escorpiões é um problema de saúde pública. “No cemitério o aparecimento de escorpiões se dá pela sua facilidade de adaptação urbana aliada a grande oferta de alimentos preferidos como as barragens, a temperatura e umidade no interior de túmulos e aos inúmeros focos para proliferação como frestas, entulhos, restos de madeira e pedras”. A proliferação acontece em meses quentes do verão e cai na estão seca e fria. Foi constatado o cemitério em condições precária de limpeza.
Medidas
O laudo sugere diversas medidas para controle de proliferação de escorpiões como a ação efetiva da vigilância em saúde do Município no qual compete o registro, a captura, a apreensão e eliminação de animais desta natureza. O laudo sugere um estudo conjunto para ações preventivas e de conscientização em saúde com a administração do cemitério e outras entidades, como conselho de saúde, associação de bairro, etc. Também sugere limpeza ao entorno e inúmeras ações dentro do cemitério.
Cabe a prefeitura a limpeza das vias públicas, fiscalização em lotes vagas e em residências para evitar possíveis de focos junto com os agentes de saúde, como também o uso químico de inseticidas/venenos. Eliminar os animais invertebrados como baratas, aranhas, grilos dos quais se alimentam os escorpiões, como também introduzir o controle natural como aves, lagartos e sapos.
Pela análise dos bastidores, temperatura é alta para a audiência pública para discutir hoje (5), a partir das 18:30 horas, a infestação de escorpiões no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Lafaiete. O requerimento que motivou a reunião foi aprovado por unanimidade pelos vereadores e desde então houve um entrevero e bate boca, disseminado pela imprensa local entre o Pároco José Maria Coelho e alguns vereadores. O clima elevou antecipando confronto e disputa.
Câmra discute siotuação de infestação de escorpiões o Cemitério Nossa Senhora da Conceição com temperatura política em alta
Pelas ruas o carro de som, faixas e folhetos divulgam a audiência e convidam os lafaietenses a participar dos debates. Ontem (4), o vereador André Menezes (PP) usou a Tribuna em tom de amistoso observando que a audiência tem por finalidade buscar uma solução para o problema que aflige os moradores ao entorno do cemitério. “Quero deixar claro que minha intenção é buscar uma solução de uma vez por todas. Sabemos que o problema envolve diversas responsabilidades, como de moradores, da prefeitura e não somente da administração do cemitério”, assinalou.
André contestou seu colega de parlamento, o vereador Chico Paulo (PT), que na semana passada, insinuou que a audiência seria retaliação e perseguição contra o padre José Maria e a Igreja católica. “Não há perseguição religiosa. A audiência foi aprovada por 12 vereadores, dos quais apenas 2 são evangélicos. O restante é católico ou professa outra fé. Nunca usei a prerrogativa de pastor nesta Casa, mas quero aqui ajudar a nossa comunidade. Vemos que há diversos problemas envolvendo o cemitério e pretendemos resolver esta situação. Estive visitando moradores perto do cemitérios e uma senhora me relatou que no ano passado, em único dia, matou 105 escorpiões em sua casa”, apontou. “Pelo que vi, o cemitério está mais limpo, o que mostra que a audiência já surtiu efeito”, completou André.
O Vereador João Paulo Pé Quente (DEM), um dos maiores defensores da audiência e crítico recorrente da administração do cemitério voltou a frisar que as reclamações são constantes e que as partes envolvidas nas discussões possam resolver o problema.
Audiência:
Pauta: infestação de escorpiões o Cemitério nossa Senhora da Conceição
Vereador Chico Paulo questionou os interesses que estariam por trás da audiência sobre o cemitério/CORREIO DE MINAS
A audiência pública sobre a infestação de escorpiões no Cemitério Paroquial Nossa Senhora da Conceição, a ser realizada no dia 5 de junho, já provoca polêmica e antecipa um clima de disputa e confronto.
Ontem (28), o Vereador Chico Paulo (PT) insinuou que, ao contrário de audiências anteriores, há uma ampla divulgação com faixas e carro de som nas ruas para a reunião que acontecerá a semana que vem a partir das 18:30 horas na Câmara Municipal. O petista também cutucou seus colegas arguindo a ação de vereadores evangélicos e até mesmo perseguição ao Pároco José Maria Coelho. “Estamos vendo panfletos e faixas espalhados pela cidade. A outras audiências realizadas sobre o Consea e reforma da previdência não tiveram a mesma divulgação. Qual interesse que está por trás da audiência? Perseguição a Igreja Católica e ao padre? Será que há outros interesses de evangélicos?”, questionou.
O Vereador João Paulo criticou o seu colega e afirmou que é legitima a audiência pública /CORREIO DE MINAS
Contra ataque
Dos 13 vereadores, pelo menos 2 são evangélicos. Ao usar a Tribuna, o Vereador João Paulo Pé Quente (DEM) refutou o viés de perseguição levantado por seu colega e supostos interesses do grupo de evangélicos na Câmara. “Dos 4 que assinaram o requerimento, 3 são católicos.O erro é dele e a culpa da situação é dele. Se houver um padre prefeito, também vamos criticá-lo, independente da fé ou da religião”, disparou. João Paulo é um dos vereadores que mais contestam a situação do cemitério e já protagonizou discussões inflamadas e troca de farpas públicas com o Padre José Maria.
Segundo Pé Quente, cabe aos proponentes dos requerimentos solicitar ao cerimonial da Câmara a divulgação das audiências. “O senhor está querendo jogar os vereadores um contra o outro. Se vocês não solicitaram divulgação das audiências a culpa são suas”, observou.
Infestação de escorpiões é um problema antigo no cemitério Nossa Senhora da Conceição/REPRODUÇÃO
Presidente
O Presidente da Câmara, o vereador Fernando Bandeira (PTB) afirmou que não há qualquer tratamento diferenciado ou favorecimento e confirmou que foram afixadas faixas para a divulgação da audiência sobre o cemitério Nossa Senhora da Conceição. “Me foi solicitada a divulgação e concordei. Sou católico e trabalho em pastorais e nem por isso deixei de votar em favor do requerimento, já que era uma demanda legítima da comunidade”, justificou.
No dia 5 de junho, às 18h30, a Câmara Municipal de Lafaiete vai promover Audiência Pública para discutir a situação do Cemitério Paroquial Nossa Senhora da Conceição, principalmente com relação à grande infestação de escorpiões.
Infestação de escorpiões motivou audiência
Aprovação
Os vereadores aprovaram por unanimidade, no dia 2 de maio, o requerimento, de autoria dos vereadores André Menezes (PP), João Paulo (DEM), Fernando Bandeira (PTB) e Darcy de Souza (SD), em que a situação do Cemitério Nossa Senhora da Conceição será tema de audiência pública. O principal problema, alvo de recorrentes reclamações, é a infestação de escorpiões. “Queremos envolver a comunidade, a associação de bairro, a promotoria, o administrador do cemitério e as secretarias de saúde e obras para sairmos desta audiência com uma solução de uma vez por todas”, comentou o vereador André Menezes. “O intuito é ajudar”, completou.
O vereador Oswaldo Barbosa (PP) também comentou uma visita às residências próximas ao cemitério nas quais os moradores convivem com o problema dos escorpiões. “Eles sobem até andares. Nós presenciamos estes relatos. Mas eles também proliferam em escombros existentes na rua”, disse.
Leia mais:
Entrevista com o Padre José Maria, em que explica a situação do cemitério paroquial.
Padre José Maria administrador do cemitério Nossa Senhora da Conceição/ CORREIO DE MINAS
Em atenção à matéria veiculada neste periódico eletrônico sobre algumas questões inerentes ao Cemitério Nossa Senhora da Conceição e agradecendo o encaminhamento para manifestação:
Senhor Editor, vimos esclarecer quanto segue:
Tendo ficado sabendo do legítimo interesse da Câmara de Vereadores em fazer realizar audiência pública sobre questões afeitas ao funcionamento do Cemitério N. Sra. Da Conceição, vemos com muito bons olhos o grande interesse e a necessidade de esclarecimentos tanto da parte dos senhores Edis quanto desta pessoa jurídica, legitimamente constituída, segundo legislação vigente no país;
A audiência é muito bem-vinda, desde que se respeitem os ditames legais, sob cuja tutela nos encontramos pela Carta Magna do país, e vai lançar luzes sobre situações concretas, que atingem o Cemitério em causa;
Todos os atos e iniciativas da administração têm sido acompanhados pelo MP, pelo poder concedente e por outros órgãos de interesse da sociedade;
Toda e qualquer tratativa está devidamente documentada e quando exigida, apresentada às autoridades competentes;
Ultimamente foi feita uma grande reunião com os moradores do entorno do Cemitério, para discutir o grave problema do aparecimento de animais peçonhentos e outras questões que atingem a manutenção e conservação do cemitério, com a contratação de pessoas para o serviço de limpeza, capina e retirada de lixo, de modo especial o lixo residual, feito hoje por empresa habilitada no município e responsável pelo encaminhamento correto deste lixo residual, para incineração;
Ainda estamos em fase de organização documental, dado que muitas pessoas não têm sua respectiva escritura, atualizada para os termos atuais, sob sugestão e indicação do próprio Ministério Público, desde 2002, quando foi publicada, em quase todos os órgãos de imprensa, uma grande e exaustiva portaria, tratando desta questão documental;
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