A situação do Hospital Bom Jesus (HBJ) é o principal tema de debates e discussões na Câmara de Congonhas, como também a crise herdada na saúde pública pela administração. A direção da instituição vem sendo cobrada, com recorrência, sobre a falta de leitos para os pacientes congonhense. Atualmente são 76 leitos disponíveis, destes 53 reservados ao SUS. A demanda crescente por vagas revolta os vereadores, como também os pacientes que são obrigados a busca uma alternativa via judicial para atendimento. O próprio Secretário Municipal de Saúde, Gilmar Seabra, reclamou do alto índice de judicialização no setor. “Ficamos assustados e ficamos grande parte do nosso tempo respondendo aos processos judiciais”, criticou.
Diante do descalabro da situação, na última sessão, os vereadores fizeram sugestão para melhorar o atendimento. O HBJ recebe em torno de R$ 60 milhões ao ano de investimento da prefeitura, mas a precariedade permanece, revoltando os congonhenses.
Igor Souza
O Vereador Igor Souza Costa (PL) pediu que o atual vice-prefeito, Zelinho (PSB), assuma a direção do HBJ pela sua larga experiência e capacidade de articulação. “Eu tenho cobrado, de maneira respeitosa, que ele tome a dianteira do Hospital Bom Jesus. Ele fez muito pela saúde de Congonhas. José de Freitas Cordeiro, o Zelinho, que tanto fez para o povo de Congonhas, que ele dê mais esta contribuição. O povo precisa de você. Você foi secretário de saúde, converse com o Anderson Cabido, e assuma o Hospital Bom Jesus. Busque entender lá o que está acontecendo. Um pedido ao vice prefeito que se dispôs ser candidato a vice na chapa, que teve uma importância tremenda na vitória da chapa. Assuma o Hospital Bom Jesus. O senhor conhece a necessidade do povo. Você conhece as famílias de Congonhas. É isso que precisamos. Quem está lá a frente dirigindo que tenha compaixão, amor e conheça o cidadão e que tenha convivência. Isso faz toda diferença na administração”, comentou.

Audiência
Já Eduardo Matozinhos (PMN) defendeu a realização de uma audiência pública sobre o tema em torno do atendimento do HBJ. “Temos que aproveitar que a arrecadação está em alta. O momento é agora para ouvir a comunidade e o que ela deseja da saúde. Não tem mais como protelar. Se o município deixar de fazer os repasses, o hospital fecha em 30 dias”, pontuou. Ele citou que os repasses ao BHJ chegam a R$ 5 a R$ 6 milhões ao mês. “Isso é dinheiro do povo e para o povo. São situações inaceitáveis e que bom que a Câmara está se movimentando em peso”, completou Matozinhos.
Emergência
A Vereadora Simonia Magalhães (PL) defendeu que a prefeitura declare situação de emergência na saúde. “Que se decrete situação de emergência na saúde. Não temos condições de ser micro regional. Houve um aumento expressivo de óbitos nos últimos anos no HBJ. O hospital não consegue ficar um dia sem repasse, mas isso não importa. O que importa é o cidadão ser bem atendido e com dignidade. O Município entendeu que poderia ser micro, mas está na hora de mudar. O cidadão de Congonhas aguarda vaga no SUS Fácil e vai para Entre Rios, Ouro Branco quando há vaga. Para conseguir uma vaga tem de judicializar porque não temos leitos para atender nossos pacientes”, analisou.