“Você está como testemunha, mas caso minta nesta comissão você pode ser transformar na condição de investigado.” Assim iniciou sua fala o Presidente da CPI da Covid-19, o Vereador André Menezes (PL), em reunião extraordinária, ocorrida na noite de ontem (17), no plenário da Câmara, para ouvir o depoimento do médico e internauta, Diogho Silva.
Ele condicionou sua ida a CPI somente com transmissão ao vivo pelas plataformas digitais e participação do público, o que foi atendimento pelos membros da comissão. Até então, todos os depoimentos tinham o caráter de sigiloso para proteger as testemunhas. Diogho foi a CPI após postagem nas redes sociais insinuando desvios de recursos do Covid-19.
A reunião, que durou pouco mais de 2 horas, transcorreu em um clima tenso e algumas vezes de bate-boca, mas Diogho foi pressionado em suas argumentações e números. “Mas tudo o que senhor está falando aqui está no relatório parcial da CPI”, cravou o Vereador Fernando Bandeira (DEM).
Diogho fez duras críticas à gestão da secretaria de saúde no enfrentamento do vírus. “Foram R$41 milhões que chegaram a Lafaiete que deveriam salvar vidas”, assinalou.
Ele concentrou suas denúncias a falta de medicamentos na intubação e de bombas de infusão, como também sacos adequados para o manejo dos pacientes mortos pelo vírus.
O depoente fez uma denúncia de um idoso, que teria falecido de câncer no Hospital de Campanha, mas seu atestado de óbito foi de covid-19.
Diogho também fez denúncias de médicos que cumpriam jornadas de trabalhos no Hospital de Campanhas e também em outros hospitais.
Segundo o André Menezes o depoimento não trouxe novos fatos que pudessem mudar os rumos da CPI. “Tudo o que ele disse está no relatório parcial e outros fatos estamos investigando. Seguiremos o nosso plano de trabalho e em breve daremos uma resposta a sociedade do resultado 6 meses de apuração e investigação”, destacou.