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Programa de desenvolvimento da atividade leiteira gera resultados na Zona da Mata mineira

Quarenta e três propriedades rurais localizadas em 22 municípios da região já receberam assistência técnica gratuita

Há 18 anos, o Sebrae Minas apoia uma iniciativa que tem contribuído significativamente para a sustentabilidade e competitividade de pequenas propriedades leiteiras da Zona da Mata mineira. Criado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) há 35 anos, o Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL) é uma referência de trabalho sério, comprometido e bem-sucedido em seu propósito de capacitar estudantes e prestar assistência técnica e gerencial aos produtores de leite da região.

O cronograma inicial do programa previa desenvolver ações ao longo de apenas dois anos. Porém, como os resultados foram positivos tanto para o aprimoramento da formação dos estudantes quanto para o desenvolvimento da bovinocultura leiteira da microrregião de Viçosa, os organizadores decidiram dar sequência aos trabalhos.

Nessa longa caminhada, novos parceiros se uniram ao programa. O Sebrae Minas, por exemplo, entrou como apoiador em 2005, levando know-how de gestão para que os produtores assumissem também o papel de empreendedores rurais comprometidos com o aumento da produtividade e rentabilidade a partir de uma governança sustentável, da responsabilidade social e do correto manejo ambiental para diminuição da emissão de carbono – atributos que integram a agenda ESG.

Os números do PDPL são superlativos. Segundo dados consolidados, 171 estudantes das áreas de Medicina Veterinária, Zootecnia e Agronomia participaram do programa em 2022. Neste ano, 135 estudantes estão matriculados. No total, estima-se que cerca de 2,8 mil alunos já tenham passado pelo programa de estágio supervisionado desde a sua criação, com aproximadamente 300 produtores rurais contemplados.

Apenas no ano passado, 43 propriedades rurais localizadas em 22 municípios receberam assistência técnica gratuita. Entre palestras, cursos e oficinas, foram oferecidos cerca de cem treinamentos para os estudantes, que, em busca de uma melhor qualificação, realizaram em torno de 1.360 visitas técnicas às fazendas, totalizando 7,5 mil horas de atendimento periódico.

Buscando obter uma visão holística do negócio rural, o PDPL atua em diversas áreas da propriedade, dentre elas: controle zootécnico; alimentação monitorada; manejo geral do rebanho; controle de qualidade de leite; reuso de dejetos; boas práticas ambientais; e gestão econômico-financeira que avalia diversas ferramentas gerenciais, incluindo fluxo de caixa, custo de produção e mais de cem indicadores técnicos e econômicos.

Outro dado significativo: levantamento dos resultados do programa em 2021 mostra que a média de produtividade unitária nacional é de 6,1 litros/vaca/dia, enquanto a média do PDPL alcança em torno de 20 litros/vaca/dia.

Valor compartilhado

O produtor Antônio Maria Silva Araújo é um exemplo dessa transformação. Proprietário de uma fazenda de 300 hectares no município de Cajuri, a 14 km de Viçosa, ele saiu de uma produção diária de 200 litros de leite para os atuais 9 mil litros/dia. Nesse período, viu crescer o rebanho lactante de 50 cabeças para as atuais 350, sempre de maneira controlada, rentável e organizada. Antônio Maria conhece bem o trabalho desenvolvido pelo programa, já que participa desde o primeiro ano.

Para ele, os ganhos com as visitas semanais ou quinzenais dos estudantes e técnicos são incalculáveis. “O programa mudou a minha vida. As consultorias me trouxeram muito conhecimento, que aplico em todo o processo produtivo do leite, desde a alimentação do gado até a forma de confinamento, incluindo práticas mais tecnológicas de ordenha, e no trato da saúde dos animais. Eu não tinha noção de planejamento e, hoje, tenho controle dos custos, dos insumos, da venda. Enfim, está tudo organizado e planejado. Eu só cheguei aonde cheguei graças ao PDPL”, ressalta.

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