Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, estava foragido desde 23 de dezembro por não ter retornado ao sistema prisional; pena inicial foi aliviada após Justiça não receber inquérito
Pela segunda vez, Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, o mesmo que atirou e matou o sargento Roger Dias na última sexta-feira (5/1), teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por furto qualificado. O crime foi cometido em julho do ano passado e, por isso, ele estava preso antes de receber o benefício da saidinha de Natal. O homem se encontrava foragido desde 23 de dezembro por não ter retornado ao sistema prisional. No momento, ele está detido pelo homicídio do militar.
O furto aconteceu no dia 18 de julho, quando o homem foi flagrado tentando arrombar um veículo no Bairro Padre Eustáquio, Região Noroeste de Belo Horizonte (MG). Ele chegou a tentar fugir, mas foi abordado e preso em flagrante. Na ocasião, Welbert teve a prisão convertida em preventiva. Em outubro, a detenção teve que ser relaxada uma vez que os autos do inquérito que apuraram o crime não foram entregues ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais em tempo hábil.
Conforme a decisão da 7ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, a denúncia do primeiro crime foi oferecida à Justiça nessa quarta-feira (10/1), cinco dias após o homicídio do sargento Dias. Agora, sua prisão preventiva foi mais uma vez decretada e o homem tem 10 dias para apresentar sua defesa.
No documento, a juíza responsável afirma que o furto qualificado por si só não é “demasiadamente grave” para que o pedido de regressão da prisão fosse aceito. No entanto, diante as informações de que o réu também é investigado por homicídio qualificado e reincidente, possuindo várias condenações por crimes de roubo, decidiu pela aplicação da lei penal.
“Diante dos novos fatos trazidos aos autos, entendo recomendável a decretação da custódia preventiva, até como garantia da instrução processual, da aplicação da lei penal e da própria tranquilidade pública, afinal, no conceito de Ordem Pública, não se visa apenas prevenir a reprodução de fatos criminosos, mas acautelar o meio social e a própria credibilidade da Justiça”, escreveu a magistrada.
Homicídio de policial
A ocorrência que resultou na morte do Sargento Roger Dias aconteceu na noite de sexta-feira (5/1). Ele estava em uma das equipes que foi até o Bairro Novo Aarão Reis a procura de dois suspeitos que estavam foragidos depois de serem beneficiados pela saidinha de fim de ano e não terem retornado para a cadeia, e foram vistos furtando uma caminhonete.
A dupla dirigia um Fiat Uno prata quando foi avistada por uma viatura, dando início a uma perseguição, que só terminou quando eles atingiram um motociclista em uma avenida do bairro. O carro parou de funcionar e eles fugiram a pé. Os policiais se dividiram, indo um atrás de cada um dos ladrões.
Imagens de câmera de segurança mostram o sargento perseguindo Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos. Em determinado momento, o sargento é visto se aproximando do homem. Nesse instante, deu ordem para que o fugitivo parasse e se deitasse. De repente, o homem, que estava de costas, virou-se, apontando uma arma para o policial e atirando.
O policial caiu inconsciente no chão. O homem atirou mais uma vez, atingindo a perna do sargento. Antes de desmaiar, o sargento desferiu vários tiros na direção do seu agressor, atingindo-lhe uma das pernas e em seguida preso.
Já o segundo detento, que também estava no carro, tentou, por horas, fugir dos militares. Ele chegou a se esconder em uma casa, onde trocou tiros e correu para uma mata da região. O homem só foi encontrado durante a madrugada de sábado (6), escondido no meio da lama de um chiqueiro.
Segundo informações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), Welbert estava preso no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, desde 24 de agosto de 2023. De acordo com informações da Polícia Militar, ele teve o benefício da saidinha concedido em dezembro e deveria ter retornado ao presídio no dia 23 de dezembro. Ele era considerado foragido da Justiça. Ainda de acordo com a PM, o suspeito tinha 18 passagens policiais por crimes como roubo, tráfico de drogas, falsidade ideológica e agressão.
O segundo homem foi identificado como Geovanni Faria de Carvalho, de 33 anos. Ele também estava preso no mesmo presídio, entre março e setembro de 2023, quando recebeu um alvará de soltura concedido pela polícia. Segundo consta na Sejusp, ele já esteve em diversas unidades prisionais do estado desde março de 2016. A PM informou que ele possui quinze registros policiais, sendo duas por homicídio.
FONTE ESTADO DE MINAS