Federação sugere a adoção de pedágios com tarifas variáveis nas rodovias, como já ocorre em países como Japão e EUA. O modelo incentivaria o tráfego fora dos horários de pico e traria melhorias em infraestrutura.
Imagine pagar um pedágio mais barato em horários de menor movimento e economizar na viagem apenas ajustando seu percurso ao longo do dia.
Essa realidade, já presente em algumas partes do mundo, pode estar cada vez mais próxima das rodovias brasileiras.
Em um documento recente, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) propôs uma ideia que promete revolucionar o sistema de concessões e impactar diretamente o cotidiano dos motoristas.
Essa ideia é a cobrança de pedágios com tarifas variáveis conforme o horário. Será que essa medida vai realmente ajudar a reduzir o tráfego e os custos para os usuários?
Nova proposta para pedágios em Santa Catarina
Em busca de melhorias para as rodovias federais de Santa Catarina, a Fiesc enviou ao Ministério dos Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um documento que sugere a implementação de pedágios variáveis nas BRs 101 Norte e 116.
A proposta de pedágio variável pretende incentivar o tráfego fora dos horários de pico, reduzindo a sobrecarga em momentos de maior movimentação e promovendo uma maior fluidez nas estradas.
Segundo a Fiesc, a prática pode diluir o fluxo de veículos e melhorar a experiência de quem trafega pelas rodovias federais do estado.
Exemplos internacionais e resultados positivos
A ideia não é inédita e já foi testada em países como os Estados Unidos e o Japão. Na Flórida, por exemplo, a ponte Midpoint Memorial utiliza um modelo de pedágio variável.
Já no Japão, a via expressa Bay AquaLine, que inclui ponte e túnel, também testou a cobrança dinâmica.
Em ambos os casos, os resultados foram considerados positivos, incentivando o trânsito em horários alternativos e, ao mesmo tempo, reduzindo os congestionamentos.
Esses modelos internacionais inspiraram a Fiesc a propor um sistema semelhante para as rodovias catarinenses.
A entidade acredita que, além de distribuir melhor o tráfego, o modelo pode garantir tarifas mais justas para os usuários que optarem por viajar em horários de menor demanda.
Dois modelos de pedágio variável
A Fiesc sugere duas possíveis abordagens para a cobrança dos pedágios variáveis:
Tarifa programada: com valores previamente determinados para horários específicos, permitindo que os motoristas planejem suas viagens conforme as variações de preço.
Tarifa dinâmica: que exige tecnologia mais avançada e permite ajustes constantes nos preços, conforme o volume de tráfego em tempo real.
A tarifa dinâmica, embora mais complexa, possibilita maior flexibilidade e ajusta o custo da viagem de acordo com o fluxo de veículos.
Segundo a Fiesc, essa modalidade ajudaria a evitar filas e congestionamentos de forma ainda mais eficaz, já que o preço do pedágio flutuaria em intervalos curtos.
Obras e melhorias planejadas para as BRs 101 e 116
Além do novo modelo de pedágio, a Fiesc também propôs uma série de obras para modernizar e melhorar a infraestrutura das rodovias em questão.
Entre as melhorias sugeridas estão o aumento no uso de tecnologias de monitoramento, a implementação do sistema de pedágio “free-flow” (sem a necessidade de parada para pagamento) e a adaptação das vias para condições climáticas diversas.
Na BR-101, por exemplo, uma das obras previstas envolve a construção de um viaduto em Joinville, na região da Expoville, que promete aliviar o tráfego local.
Essas melhorias visam transformar as rodovias catarinenses em vias mais seguras, modernas e preparadas para o tráfego intenso, além de garantir que as condições de viagem estejam à altura das necessidades dos motoristas.
Tecnologia para um pedágio eficiente
Para que o modelo de pedágio variável funcione, será necessário um investimento em tecnologia.
A tarifa dinâmica, especialmente, demanda a instalação de sistemas de monitoramento avançados, capazes de avaliar o fluxo de veículos em tempo real e ajustar automaticamente o valor do pedágio.
De acordo com a Fiesc, o uso dessas tecnologias nas concessões brasileiras seria um passo importante para modernizar as rodovias, alinhando o país às práticas mais eficientes e modernas de gestão de tráfego.
Impacto no bolso e no trânsito dos motoristas
A proposta da Fiesc promete beneficiar diretamente quem está disposto a ajustar seu horário de viagem para economizar no pedágio.
Os motoristas poderão decidir entre horários mais baratos, contribuindo para uma distribuição mais equilibrada do tráfego.
Essa política, segundo os defensores, permitirá que as rodovias operem de maneira mais eficiente, evitando o estresse dos congestionamentos e incentivando um fluxo de trânsito mais constante.
Por outro lado, o modelo proposto exige que os motoristas se adaptem a um sistema mais flexível de cobrança, o que pode gerar certa resistência inicial.
A variação nos valores, dependendo do horário, representa uma nova mentalidade de viagem que ainda precisa ser aceita pelo público brasileiro.
Próximos passos e análise do Ministério dos Transportes
No momento, o Ministério dos Transportes e a ANTT estão analisando o documento apresentado pela Fiesc.
A decisão sobre a adoção desse modelo de pedágio variável ainda depende de aprovações e ajustes legais.
Se implementado, o sistema pode redefinir a forma como as concessões rodoviárias operam no Brasil, oferecendo uma alternativa que, segundo a Fiesc, pode beneficiar tanto motoristas quanto as empresas concessionárias.
FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS